Discurso durante a 143ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

A aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Anúncio de reunião com o Ministro Gilberto Gil para debate sobre a disponibilização do orçamento do Ministério da Cultura através da rede mundial de computadores. (como Líder)

Autor
João Capiberibe (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AP)
Nome completo: João Alberto Rodrigues Capiberibe
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.:
  • A aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Anúncio de reunião com o Ministro Gilberto Gil para debate sobre a disponibilização do orçamento do Ministério da Cultura através da rede mundial de computadores. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 26/08/2005 - Página 29021
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
Indexação
  • REGISTRO, APROVAÇÃO, LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTARIAS (LDO), CONGRESSO NACIONAL, COMENTARIO, NECESSIDADE, CONTROLE, OPINIÃO PUBLICA, GASTOS PUBLICOS, RECURSOS ORÇAMENTARIOS.
  • CUMPRIMENTO, REUNIÃO, ORADOR, MINISTRO DE ESTADO, SECRETARIO EXECUTIVO, DISCUSSÃO, APRESENTAÇÃO, ORÇAMENTO, MINISTERIO DA CULTURA (MINC), INTERNET.
  • DEFESA, IMPLEMENTAÇÃO, DIVULGAÇÃO, GASTOS PUBLICOS, INTERNET, BENEFICIO, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, OBSTACULO, DESVIO, RECURSOS, SETOR PUBLICO, REGISTRO, PROJETO, TRAMITAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, REGULAMENTAÇÃO, ASSUNTO, COMENTARIO, NECESSIDADE, BUSCA, APOIO, ESTUDANTE, UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES (UNE), MOBILIZAÇÃO, PROPOSTA.
  • ANUNCIO, APRESENTAÇÃO, MUSICA ERUDITA, MUSICA, GRUPO INDIGENA, SENADO, TEATRO, CAPITAL FEDERAL.

O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB - AP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ontem, o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que abre caminho para a construção do Orçamento de 2006.

O Orçamento, instrumento da política, deve ser controlado pelo cidadão. O cidadão deveria exercer o controle, mas nunca o fez. Aliás, no Brasil, proclamamos a República, mas não a instituímos. Infelizmente, o bem comum é controlado por muito poucos.

Tive uma reunião com o Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que está realizando um trabalho excelente com suas propostas de promoção cultural, em que também esteve presente o Secretário Executivo Juca Ferreira. Discutimos a disponibilização do orçamento do Ministério da Cultura através da rede mundial de computadores, dos detalhes, das despesas, pois a sociedade precisa saber em que é gasto essa monumental carga tributária que todos pagamos, esta sopa de letrinhas: o ISS, o ICMS, o IOF, a Cide - uma infinidade de siglas. Cada uma dessas siglas arranca renda das famílias, da sociedade, para engordar o Estado brasileiro. O cidadão que paga todos esses impostos não sabe em que é gasto todo esse dinheiro, essa dinheirama.

Tiradentes se rebelou contra a derrama de 20% da produção do ouro. Atualmente, a carga tributária está chegando a 40% e não temos a ousadia, a coragem de nos rebelar. O Estado arrecada, mas, na hora de oferecer os benefícios, o braço é curto, não alcança o conjunto da sociedade brasileira.

Portanto, esse encontro com o Ministro Gilberto Gil, com o Secretário Executivo Juca Ferreira e com o Secretário Sérgio Mamberti selou o compromisso do Ministério de dar um passo adiante na transparência do uso do dinheiro público. E o Ministério da Cultura vai nos acompanhar nessa cruzada. Vivemos um momento de investigações quanto ao uso do dinheiro público. As CPIs estão investigando e têm que investigar, têm que punir e têm que mandar para a cadeia, porque o ladrão de dinheiro público é o pior de todos, pois, quando desvia recurso da saúde e da educação, condena gerações ao analfabetismo e milhares de pessoas à morte. Isso ocorre no meu Estado. A saúde, lá, é caótica. Não é por falta de dinheiro, Sr. Presidente. Lá, tem dinheiro, sim, para a saúde. Mas é por desonestidade. Primeiro, na prioridade de aplicação dos recursos. Segundo, porque se desvia o dinheiro. São notas fiscais frias, superfaturamento.

Portanto, o Estado brasileiro arrecada e arrecada pesadamente da renda das famílias, mas distribui entre poucos. E esse projeto que tramita na Câmara tornará obrigatório que todas as instituições públicas exponham suas despesas com detalhes. Em geral, os macroeconomistas gostam dos grandes números, mas o povo gosta do detalhe. Então, é no detalhe que a sociedade vai poder exercer o efetivo controle social sobre o Orçamento.

Sr. Presidente, felicito aqui o Ministro Gilberto Gil e o Ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, com quem estive ontem. Vamos aprimorar o projeto que já está na Internet, já está o detalhe do Orçamento na Internet. Estamos trabalhando na Câmara Federal para aprová-lo. Conversei com o Presidente da UNE, o estudante Gustavo Petta, sobre o projeto e ele o levará à Executiva da UNE para que ela abrace essa bandeira. Essa é uma bandeira da juventude, que gosta de navegar na Internet, e que, neste momento, pode cooperar com o País, exercendo um controle eficaz na aplicação do dinheiro público. Até estamos com o plenário esvaziado porque todos estão nas CPIs. Temos tido dificuldade de aprovar leis importantes para o País, porque estamos numa fase de investigação.

Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na hora em que a sociedade tomar em suas mãos o controle efetivo do Orçamento Público, tenho a convicção de que poderemos construir um país infinitamente mais generoso do que temos hoje e reduzir, drasticamente, as diferenças, as desigualdades do nosso País.

Por último, quero anunciar que, na quarta-feira, dia 31, às 20 horas, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, estaremos apresentando um belíssimo espetáculo, que é o encontro dessas diferenças culturais, reunindo músicos eruditas e músicos indígenas, e às 11 horas, aqui, no Salão Branco da Chapelaria, esse espetáculo também nos será ofertado, com o apoio do Senado Federal, com o apoio da Secretaria do Senado Federal e do Senador Presidente Renan Calheiros.

Muito obrigado.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/08/2005 - Página 29021