Discurso durante a 143ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Assuntos tratados em audiência pública pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. Defesa da unidade do PT. Externa usas convicções sobre a atuação das CPIs.

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA. POLITICA PARTIDARIA. LEGISLATIVO.:
  • Assuntos tratados em audiência pública pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. Defesa da unidade do PT. Externa usas convicções sobre a atuação das CPIs.
Publicação
Publicação no DSF de 26/08/2005 - Página 29050
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA. POLITICA PARTIDARIA. LEGISLATIVO.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, CONVITE, PRESIDENTE, SENADO, VISITA, ORADOR, INDUSTRIA, Biodiesel, ESTADO DO PARA (PA), ELOGIO, INICIATIVA, GOVERNO FEDERAL, INVESTIMENTO, SETOR.
  • COMENTARIO, AUDIENCIA PUBLICA, COMISSÃO DE AGRICULTURA, REFORMA AGRARIA, DISCUSSÃO, IMPORTANCIA, AUXILIO, EMPRESA, ATIVIDADE AGRICOLA, Biodiesel, PROBLEMA, MERCADO.
  • ANUNCIO, REALIZAÇÃO, ELEIÇÕES, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ANALISE, SITUAÇÃO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, EFEITO, CRISE, GOVERNO FEDERAL, DEFESA, UNIDADE, MEMBROS, LUTA, DEMOCRACIA, BRASIL, ERRADICAÇÃO, IRREGULARIDADE, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
  • DEFESA, INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, CRITICA, TENTATIVA, FAVORECIMENTO, BANCADA, OPOSIÇÃO, GOVERNO FEDERAL, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CONGRESSO NACIONAL.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiramente, quero saudar um colega, o Deputado Estadual do Acre Luiz Gonzaga. Seja bem-vindo ao Senado!

Sr. Presidente, quero agradecer, de coração, o convite que V. Exª me faz para conhecer um dos empreendimentos, uma das marcas do atual Governo, que é a indústria de biodiesel no Estado do Pará. Estou curioso e ansioso para conhecê-la. Tenho estudado essa matéria e procurado incentivar outros Estados, principalmente da Amazônia, a copiarem a idéia. Quem sabe, poderemos até levar empresários dessa área para incentivar pessoas de outros Estados ou, pelo menos, para bater um papo com o pessoal do Estado e trocar idéias. Quem sabe, também entremos nessa rota. Estamos fazendo o que é possível no Acre. Analisamos o dendê, a mamoma e outros óleos que poderão ser tirados da floresta e assim por diante. No entanto, falta discutir o assunto empresarialmente.

Após a audiência pública realizada na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, surgiram dois problemas, que deveríamos nos esforçar para resolver, Sr. Presidente. Um deles refere-se à empresa Agropalma, que fala da possibilidade da exportação. Há um mercado internacional, mas existe - o que não entendi - um problema nacional que não está facilitando a exportação. O outro problema é relativo à empresa Brasil Ecodiesel, que se instalou em todo o Nordeste, mas com unidades produtivas no Estado do Piauí. Essa empresa já produz uma quantidade razoável de biodiesel. A meta é chegar a 300 milhões de litros ou, quem sabe, a 400 milhões de litros. Essa tarefa envolve mais de 400 famílias de pequenos produtores que fazem um trabalho social ousado naquela área onde há um problema de mercado.

Portanto, creio que temos a obrigação de nos esforçarmos, juntamente com o Governo e com as empresas, para que essa peteca não caia, para que possamos garantir o que há de mais sagrado num empreendimento dessa natureza, que é o mercado.

Outro assunto, Sr. Presidente. Quero falar sobre o meu Partido, o PT. Dia 18 de setembro agora nós deveremos realizar o que considero uma das conquistas da democracia que o PT leva a seus filiados, diferentemente dos demais Partidos. Há alguns anos já abandonamos o método de eleição congressual pelo de eleição de forma direta.

E fico meio constrangido, porque dirigentes do porte de alguns colegas que temos ficam se tratando publicamente daquela maneira. Isso não constrói, isso atrapalha, nós temos já tantos problemas para resolver, são tantas questões para serem solucionadas, e me preocupam esses fatos.

Eu tenho defendido a candidatura do companheiro Tarso Genro, um intelectual, um militante intelectual do PT, um dos brilhantes ministros de Estado que o Governo teve há pouco na área da educação. Foi um brilhante prefeito da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, por duas vezes, fazendo excelente mandato, irradiando políticas públicas para serem copiadas Brasil afora.

E está na disputa um militante do calibre de José Dirceu, um estrategista, um pensador. Embora muita gente não goste dele, essa é uma verdade. Foi uma pessoa que nos ajudou bastante a chegar no estágio que estamos hoje.

Portanto, é hora de unidade, Sr. Presidente. Quero reproduzir aqui o fruto das conversas que temos feito em nossa bancada, que temos feito em vários diretórios estaduais, para a unidade agora, acima de tudo. E vou agradecer o que ocorreu no Acre, no qual sou o único candidato a presidente. As chapas todas se unificaram, temos uma única chapa para concorrer a essas eleições, e temos, acima de tudo, a solução dos problemas sociais e os nossos problemas têm que ser secundários em relação aos problemas sociais. O PT é sabido por todos como um partido jovem ainda, com vinte e cinco anos, e que nesse período contribuiu substancialmente para o estágio de democracia em que vivemos hoje e contribuiu ainda mais nesse exercício de Governo para os sucessos da economia que estamos a assistir.

Não vou fazer nenhum parâmetro de comparação porque assisti recentemente a um debate aqui desta tribuna entre Líderes do nosso Partido, Líder do Governo, Líderes dos Partidos de Oposição sobre os números entre o Governo Lula e o Governo passado. Isso não me compete porque tenho a seguinte convicção, Sr. Presidente: cada governo que chegar tem a obrigação de superar o anterior, é obrigação. Empatar não basta. Deve superar. E um governo que se auto-sucede, da mesma maneira, tem que se superar.

Mas não posso ficar calado diante da torcida que se coloca aqui. E hoje quero reproduzir o que ouvi na rádio CBN. Não se trata mais de fazer uma investigação. Aqui se trata agora da demolição do meu partido. Então, vai haver luta, vai haver luta, vai haver revide. A nossa militância não vai ficar parada.

Vamos separar uma coisa da outra. Estamos aqui investigando porque parte do PT, pessoas do PT embrenharam-se por um caminho que deu errado, embrenharam-se por um caminho que sabemos não é o caminho. Jamais deveremos tocar nesse assunto outra vez, que essa lição nos marque para o resto de nossas vidas.

Agora, massacre em cima do PT! Haverá revide. Se é para ameaçar, aceitamos a ameaça. Estão nos provocando! Já passamos por momentos muito difíceis em nossas vidas, enfrentamos patas de cavalo, pontas de baioneta, muitas atrocidades. Na luta do campo, da qual eu vim, assisti ao que há de barbaridade. Estamos acostumados com o que não presta, Sr. Presidente. Sabemos o que é a masmorra. Se for para nos provocar, aceitamos o desafio. Vamos à luta e vamos às ruas, jamais abdicaremos do direito constitucional partidário de lutar pela democracia do Brasil e pela limpeza de qualquer sujeira que esteja entranhada até em pessoas do nosso Partido.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Perdoe-me, Senador Sibá Machado.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC) - Aceito com todo carinho.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Eu estava ouvindo o discurso de V. Ex.ª que era sobre a agricultura e, de repente, atendi um telefonema e V. Ex.ª passou para outro assunto e eu queria me posicionar. O outro assunto que V. Ex.ª está falando é a crise, é isso?

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC) - É isso.

Na verdade, o outro assunto era um comentário ao Senador Flexa Ribeiro pelo assunto que tratamos na comissão e que vamos fazer nesse final de semana.

Sr. Presidente, rogo aqui, do alto da minha insignificância dentro do PT, pela unidade partidária e vamos contribuir para que o encerramento dos trabalhos de nossas CPIs seja aquilo que todos estamos esperando. Não posso aceitar que toda vez que tratamos desses assuntos na CPIs, toda vez que tem um problema polêmico a ser tratado, quando é de interesse da Oposição é porque é uma investigação verdadeira, quando não atende ao interesse da Oposição, se abafa.

            Não posso compreender isso. Até parece que todo mundo aqui é apolítico. Em cima de mim, não. Não vou aceitar. É impossível isso. Haverá, sim, debate naquilo que for necessário se debater. As CPIs vão debater sempre, mas de uma coisa pode ficar a certeza...

(Interrupção do som.)

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC) - Eu não tenho mais dois minutos além dos dez minutos, segundo a regra regimental?

Então, debate dentro das CPIs. Naquilo que eu puder ajudar, jamais vamos fazer a chamada queda-de-braço e dizer: tem que investigar fulano porque só estão investigando cicrano. A esse tipo de coisa também não me submeto. Esse tipo de coisa eu não faço. Se houver o caminho real de uma necessidade de ir atrás de determinada informação, iremos. Se não tiver, se é só para ficar esticando a corda, só para ficar dizendo “desvio o foco”, “aqui não”, só para isso, não vou fazer, não me submeto a esse tipo de coisa.

Portanto, quero transmitir a segurança de que é essa a orientação que recebo da nossa bancada e parabenizar V. Exª, Senador Tião Viana, pela brilhante atuação que tem tido também naquela outra CPI, a dos Bingos. Se fizermos isso - já para encerrar, Sr. Presidente -, porque sou, infelizmente ou felizmente, de tantas CPIs, mas atuo mais precisamente em duas, assisto agora, com toda tristeza, a um problema que levantei há duas semanas: há Deputado preocupado, Sr. Presidente, porque uma CPI está sobressaindo mais do que a outra. Ontem ouvi isto: - Olha, os holofotes estão na outra CPI, e não mais nessa.

Aí não vamos a lugar nenhum. Se formos fazer CPI apenas para aparecer no jornal da Globo, peço imediatamente à nossa Liderança que me retire da CPI porque tenho outras coisas a fazer na minha vida.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/08/2005 - Página 29050