Pronunciamento de Ney Suassuna em 29/08/2005
Discurso durante a 145ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Protesta contra o aumento das tarifas de energia elétrica no Nordeste. (como Líder)
- Autor
- Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
- Nome completo: Ney Robinson Suassuna
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
ENERGIA ELETRICA.:
- Protesta contra o aumento das tarifas de energia elétrica no Nordeste. (como Líder)
- Aparteantes
- Ramez Tebet.
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/08/2005 - Página 29228
- Assunto
- Outros > ENERGIA ELETRICA.
- Indexação
-
- PROTESTO, AUMENTO, TAXAS, ENERGIA ELETRICA, REGIÃO NORDESTE, AUSENCIA, INFLAÇÃO, DESEQUILIBRIO, SITUAÇÃO FINANCEIRA, EMPRESA, INDUSTRIA, FAMILIA, APREENSÃO, DESEMPREGO, SOLICITAÇÃO, PROVIDENCIA, GOVERNO.
O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a economia anda bem. A inflação está paralisada, contida. Alguns índices esta semana mostraram até deflação em algumas áreas do País no que se refere à cesta básica.
Neste Pais ou neste mundo de hoje, Senadora Heloísa Helena, tudo é movido a energia elétrica. E, lamentavelmente, no nosso Nordeste, onde, por que não dizer, esmagadoramente o maior contingente de salários pagos é o salário mínimo, dispara o preço da energia elétrica.
Na minha Paraíba, um aumento de 14,26% sobre a eletricidade cria um desequilíbrio para as empresas, para as indústrias e para as famílias. É uma grita geral. Não foi diferente no Estado vizinho, Pernambuco, onde a tarifa também disparou, causando um problema tão sério que a Justiça teve que intervir: o que era cerca de 18%, 19% foi fixado em 7%. E cria-se um desequilíbrio maior, porque precisa ser definido pela Justiça para não criar mais desemprego.
Não tenho as planilhas das empresas de eletricidade de Pernambuco nem da Paraíba. Mas quem vive de salário mínimo não tem, numa hora que está havendo deflação e em que tudo está contido, como agüentar um aumento de 14,26%, principalmente na indústria, porque as margens de lucro estão muito pequenas, e isso desequilibra a planilha.
Concedo um aparte ao Senador Ramez Tebet.
O Sr. Ramez Tebet (PMDB - MS) - Senador Ney Suassuna, V. Exª não está falando só pelo seu Estado e pelo Nordeste porque isso está ocorrendo no Brasil inteiro. No meu Estado, em Mato Grosso do Sul, também temos observado o aumento das tarifas públicas. Quem sofre as conseqüências é a classe assalariada e também a classe média, que está empobrecendo. A cesta básica tem deflação, assim como aquilo que está industrializado. Mas o povo não vive só disso; o povo vive de outras coisas: tem direito a sair, tem direito ao lazer. Como estamos falando que a economia vai bem? Vai bem em que sentido? Qual é o crescimento registrado no País? O que temos visto é o superávit primário sendo todo utilizado para o pagamento dos altos juros, enquanto isso nada é aplicado em infra-estrutura, saneamento básico, habitação. A burocratização ainda é excessiva no País. Em suma, há uma paralisia administrativa em prejuízo da população brasileira. V. Exª faz muito bem, ainda mais como Líder do meu Partido, o PMDB, em abordar esses assuntos, porque interessam ao povo, interessam diretamente à sociedade, interessam àquele que tem quatro bicos de luz, uma tomada e uma geladeira. Tudo isso está tirando recursos que poderiam ser aplicados em outras áreas. Parabenizo V. Exª!
O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Senador Ramez Tebet, quando digo que a economia vai bem, refiro-me a alguns aspectos: exportação, agroindústria, controle da inflação. No entanto, do ponto de vista de Governo, de povo, é óbvio que não digo o mesmo, tanto que esse é o objetivo do meu protesto.
Estou protestando e pedindo ao Governo que analise com calma esses índices, veja o que pode ser feito, porque a indústria é incipiente na minha região e esse aumento irá quebrar os últimos industriais que ainda existem.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, trago o registro da minha inconformidade com um aumento que está trazendo intranqüilidade para todo o Nordeste e que não se resolve pelas planilhas. É preciso entrar na Justiça para se conseguir uma solução para o caso, como aconteceu em Pernambuco e provavelmente acontecerá também na Paraíba.
Muito obrigado.