O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com grande prazer que ocupo a tribuna do Senado Federal, no dia de hoje, para homenagear uma instituição que, ao longo de sua existência, veio a constituir, por legado da população brasileira, um destacado patrimônio de confiança, de respeito e de admiração: a polícia rodoviária federal.

Já vão longe os tempos do governo Washington Luiz, em 1928, quando foi criada a chamada “Polícia de Estradas”, embrião histórico do que viria a ser o atual Departamento de Polícia Rodoviária Federal. A primeira missão efetiva do novo Órgão, assinalada em 1935, foi a vigilância das rodovias Rio-Petrópolis, Rio-São Paulo e União e Indústria que, especialmente na época das chuvas, demandavam a criação de desvios ao desabamento de barreiras, de forma a evitar a interrupção do tráfego, e o reforço à sinalização, nos trechos críticos, por meio do uso de lampiões de luz vermelha.

Vários desses trabalhos eram então realizados com o uso de motocicletas, tais como as duas Harley-Davidson inicialmente colocadas à disposição de Antônio Félix Filho, o “Turquinho”, considerado o primeiro Patrulheiro Rodoviário Federal.

Tal era o prestígio e o fascínio que a atividade exercia no imaginário popular, àquela época, que a figura do policial do DPRF foi, inclusive, utilizada como inspiração para uma das primeiras séries televisivas genuinamente nacionais. Quem da minha geração não se recorda do célebre vigilante rodoviário Carlos, que, junto com seu leal cão Lobo, patrulhava as estradas do Brasil, prendendo criminosos, desbaratando quadrilhas e protegendo os viajantes?

E é isso, basicamente, o que ainda faz a nossa Polícia Rodoviária, sem embargo do maior status institucional que lhe foi outorgado pela Constituição de 1988: proteger os viajantes que se deslocam nas estradas nacionais, por meio do patrulhamento ostensivo, impedindo que as nossas rodovias sejam palco ou instrumento do crime.

Assim é que, somente nestes 8 primeiros meses do ano de 2005, apenas para citar alguns números, as diligências feitas pela Polícia Rodoviária Federal já contabilizam, em termos de mercadorias e de bens contrabandeados, a apreensão de mais de 1 milhão, 250 mil CD`s e de mais de 1 milhão de pacotes de cigarro, todos de origem ilegal.

No âmbito das drogas, a atuação do Departamento logrou impedir que chegassem ao consumidor final, por meio do tráfico criminoso, 200 toneladas de maconha e mais de mil e seiscentos quilos de cocaína.

A repressão ao transporte rodoviário ilegal de armamento apresentou, também neste período, um desempenho significativo, como demonstram as 345 armas apreendidas, em conjunto com mais de 7 mil e 400 unidades de munição.

O total de veículos recuperados ultrapassou 2 mil e duzentos automóveis, caminhões e utilitários roubados, numa atuação expressiva também na área de proteção ao patrimônio popular e empresarial. O quantitativo de detenções excedeu a 4 mil e 600 pessoas, suspeitas de envolvimento em atividades ilegais e em situações que levavam risco ao trânsito rodoviário.

Outra atribuição destacada da Polícia Rodoviária Federal é a coordenação do socorro às vítimas de acidentes rodoviários, atuação essa especialmente importante dado o precário estado de conservação de nossas estradas, que - em conjunto com os demais fatores de risco, tais como a imprudência, a imperícia e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas - redundou, durante o ano de 2005, em quase 115 mil ocorrências, responsáveis por 4 mil e 200 mortes e por um grande número de feridos, superior, no mesmo período, a 43 mil casos.

É dessa magnitude, Sr. Presidente, a importância dos policiais rodoviários federais para a vida nacional, sendo justa a modesta homenagem que presto, neste dia, à dedicação, à coragem e ao profissionalismo desses brasileiros, cidadãos comuns como qualquer um de nós, mas que têm, entretanto, uma contribuição tão destacada para a manutenção da segurança e da ordem, em nosso País.

Importante também repisar, neste momento, Senhoras e Senhores Senadores, a relevância de que esta Casa continue a apoiar, como até o momento tem apoiado, os esforços de modernização que, já há algum tempo, vem sendo encaminhados pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal. É certo que, sem esses esforços, será difícil manter - ou mesmo ampliar, como é necessário - a atuação do Departamento na consecução de sua missão constitucional e na garantia da segurança pública, ao longo dos mais de 55 mil quilômetros que constituem as rodovias federais.

Ao Departamento de Polícia Rodoviária Federal e aos mais de 8 mil policiais rodoviários federais, expresso os meus sinceros agradecimentos, em nome dos milhões de brasileiros a quem servem de forma tão destacada e singular. Expresso também, estou certo, o agradecimento e as homenagens de toda esta Casa, uma vez que sei do alto conceito que mantém a nossa Polícia Rodoviária junto aos Senadores da República e ao conjunto dos servidores do Senado Federal.

É o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado!