Discurso durante a 141ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem de pesar ao ex-Presidente da República e ex-Senador Getúlio Vargas por ocasião dos 51 anos de sua morte.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar ao ex-Presidente da República e ex-Senador Getúlio Vargas por ocasião dos 51 anos de sua morte.
Publicação
Publicação no DSF de 25/08/2005 - Página 28975
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, GETULIO VARGAS, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, EX SENADOR, EX GOVERNADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ELOGIO, VIDA PUBLICA, IDONEIDADE, REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, HISTORIA, BRASIL, CRIAÇÃO, CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), INDUSTRIALIZAÇÃO.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, hoje são 51 anos da morte do Presidente Getúlio Vargas. No Brasil inteiro, todos os anos, uma imensa porção de brasileiros presta a sua homenagem àquele que foi o grande vulto da história deste País, Dr. Getúlio Vargas, que por vinte anos presidiu este País, que comandou uma revolução vitoriosa em 1930, e que fez as grandes transformações deste nosso Brasil no campo social, no campo da economia, da ética e da política. Getúlio Vargas é um nome que entrou para a nossa História e que nela permanece sendo entre os brasileiros talvez o que tenha escrito as páginas mais brilhosas na nossa biografia.

Getúlio Vargas morreu levado ao suicídio por uma tremenda e cruel luta da antiga União Democrática, de alguns militares, do Sr. Carlos Lacerda, que havia tempo queriam golpear o Brasil e impedir o Governo do Dr. Getúlio Vargas.

Na época, Sr. Presidente - e é importante nos dias que estamos vivendo -, chegou-se a falar em mar de lama que haveria no governo do Dr. Getúlio. Hoje, passado o tempo e podendo-se analisar à luz da história, com a imparcialidade necessária, provada está a honra, a dignidade, a decência do Dr. Getúlio Vargas.

Não há, ao longo da sua vida como Ministro da Fazenda, líder do governo, Governador do Rio Grande do Sul, Presidente da República por 20 anos, Presidente num regime fechado, numa ditadura, Presidente eleito indiretamente em 1934, Presidente eleito popularmente e consagrado em 1950, não há na sua biografia uma vírgula com relação à sua dignidade, à honra e à decência de seu governo.

Outro dia, o Presidente José Sarney, falando desta tribuna, referiu-se ao mar de lama que se falava na época. Convém que se esclareça que era o que se falava na época, mas estão mais do que provadas a seriedade, a dignidade, a honradez do Presidente Getúlio Vargas.

Deve servir de exemplo, Sr. Presidente, a campanha da grande imprensa do Rio e de São Paulo. Aquele Sr. Lacerda, que era um gênio - às vezes para o mal - de capacidade oratória, e a União Democrática, no seu grupo, que queria porque queria depor o Presidente, fizeram realmente uma campanha tão diabólica que, às oito horas, em 1954, neste dia, 24 de agosto, havia um movimento no Brasil querendo realmente depor o Presidente. Porém, após o seu suicídio, quando ele deixou a sua Carta Testamento e, com o passar do tempo, quando se conhece a sua biografia, não há - repito - uma vírgula contra a honra e a dignidade do Presidente Getúlio Vargas.

Impressionante foi logo após a sua morte, quando se abriu o seu inventário. Quando foram verificar, o Dr. Getúlio Vargas, cujo pai era milionário, era um dos maiores estancieiros de São Borja, do Rio Grande do Sul, e lhe tinha deixado uma fortuna imensa, vinte anos depois, tendo o Dr. Getúlio Vargas exercido por vinte anos a Presidência da República, deixa como herança a seus filhos metade daquilo que ele tinha recebido de seu pai. Ele, que morou vinte anos no Rio, não tinha um apartamento, não tinha uma sala, não tinha uma casa, nem no Rio, nem em Porto Alegre.

Esse era o Presidente que fez a Consolidação das Leis do Trabalho, que criou a Petrobras, que transformou o Brasil num país de indústria, que fez a verdadeira nacionalidade brasileira.

Neste dia, principalmente nós do Rio Grande do Sul, que a esta hora estamos lá na praça, diante da carta testamento, como fizemos, ao longo desses 50 anos, levamos a nossa homenagem.

Penso que este Congresso e este Senado prestam, pela minha palavra, tenho certeza, e pelo pensamento de muitos, sua homenagem carinhosa à figura do grande líder brasileiro, aos 51 anos de sua morte.

Era isso, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/08/2005 - Página 28975