Discurso durante a 150ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Recebimento de manifesto dos servidores do IBGE, que estão em greve.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO TRABALHISTA.:
  • Recebimento de manifesto dos servidores do IBGE, que estão em greve.
Publicação
Publicação no DSF de 02/09/2005 - Página 29968
Assunto
Outros > MOVIMENTO TRABALHISTA.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, MANIFESTO, SINDICATO, AMBITO NACIONAL, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), ESCLARECIMENTOS, MOTIVO, GREVE, SERVIDOR, FALTA, NEGOCIAÇÃO, GOVERNO FEDERAL.
  • PROTESTO, ATUAÇÃO, GOVERNO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CONTRADIÇÃO, HISTORIA, VIDA PUBLICA, SINDICALISTA, DESRESPEITO, ATENDIMENTO, NEGOCIAÇÃO, GREVISTA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, acabo de receber um manifesto do Sindicato Nacional - ASSIBGE, explicando as razões da greve dos servidores públicos do IBGE, que se iniciou no dia 7 de julho e já atinge quase 60 dias, abrangendo 19 núcleos sindicais.

Não estou aqui entrando no mérito, Sr. Presidente, das reivindicações. Reivindicação é algo que pode ser atendido ou não. Já fui governo e sei que nem sempre se pode atender o que é reivindicado pelos servidores públicos. Mas, estranho muito é que, na página dois do manifesto, que peço para que faça parte dos Anais da Casa, tem a afirmação do Sindicato Nacional de que não existe negociação efetiva entre o Governo e a direção do IBGE. Ou seja, o Governo, que se dizia da negociação, o Governo que montou esse tal Conselho Nacional, esse Conselho que fica ali reunindo para convocar e convocando para reunir, esse Governo não consegue ou não tem a decência de sentar com os servidores públicos e lhes dizer que não dá para atender os itens de um a mil. E dá para atender os de mil a mil e dois, ou dá para atender todos, ou não dá para atender nenhum, ou de zero a mil e dois. Não consigo entender isso.

Então, eles pedem que a negociação seja reaberta. Entendo que a renegociação deva ser reaberta, até porque negociação nunca deve ser fechada. Henry Kissinger e Le Duc Tho, em plena guerra do Vietnã, reuniam-se em Genebra e negociavam até redução de tonelagem de bomba dos Estados Unidos sobre o Vietnã; de ataques do Vietnã suspensos durante o Ano Novo cristão; ataques americanos suspensos durante o Ano Novo vietnamita. Enfim, até eles conversavam, e o Governo não está conversando com os servidores públicos do IBGE.

Não estou dizendo que é possível atender, até porque não conheço a realidade. Não sou leviano e não estou dizendo que é para atender. Nem sei o que é possível e não é possível. Só não compreendo o PT chegar a esse ponto, ou seja, seu Governo negar-se a sentar à mesa de negociação com grevistas. Logo o Presidente Lula, que cresceu na vida pública fazendo greves, muitas delas justas e corajosas, por democracia e por melhores condições de vida para os trabalhadores do ABC paulista. É uma negação muito grande da biografia.

Vai para os Anais, com a autorização de V. Exª, este manifesto, com o meu lamento e a minha recomendação ao Governo de que não se perca tanto e que negocie, ainda que, porventura, não possa atender. Mas não se negue a negociar. Essa é uma punhalada na democracia e uma punhalada, de novo, na biografia do Presidente Lula.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Manifesto do Assibge - Sindicato Nacional”.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/09/2005 - Página 29968