O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria de fazer menção a uma das maiores e mais sólidas estruturas públicas de apoio à ciência, tecnologia e inovação dos países em desenvolvimento: o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - o CNPq, criado no início da década de 50, hoje uma fundação vinculada ao ministério da Ciência e Tecnologia.

Existem empresas públicas, fundações que pelo grau de excelência e importância estratégica que são detentoras, integram o patrimônio do país. a gestão administrativa nessas instâncias é uma questão que envolve interesse nacional.

O presidente da Embrapa, por exemplo, assim como o presidente do CNPq, são gestores públicos que estão submetidos ao mais alto grau de responsabilidade e eficiência.

Nesse contexto, Sr. Presidente, recebi correspondência de servidor do CNPq levantando suspeitas de que estaria havendo abuso na concessão de passagens e diárias para os dirigentes atuais do CNPq.

Apresentei requerimento de informações dirigido ao ministro da Ciência e Tecnologia, solicitando esclarecimentos sobre o possível desvio de volume significativo de recursos do orçamento do CNPq para finalidades que não caracterizam o fomento à ciência.

A partir de agora, Srªs e Srs. Senadores, passo a comentar os gastos relativos a diárias nacionais e internacionais e passagens da alta direção do CNPq no período de março de 2003 a junho de 2005. Desde já, informo, que acabei de receber a informação de que o presidente Erney de Camargo está embarcando para Angola, na próxima semana.

No emaranhado da crise político-institucional, o Presidente Lula voltou a dar demonstrações públicas que se refugia na “terra do nunca” uma versão local de Peter Pan, que só caberia no bornal do Delúbio Soares.

Esbraveja Sua Excelência, na semana passada:

“denúncias e mais denúncias, insinuações e mais insinuações, e nenhuma prova até agora que possa condenar qualquer pessoa“?

            O Presidente da República definitivamente se perdeu no turbilhão da crise. Não fosse ele o chefe de Estado de um país da importância do Brasil, afinal não somos a República do Burundi, poderíamos recorrer àquela célebre crônica de Fernando Sabino, em que dois sujeitos discutiam futebol aos berros, alta madrugada, até que um morador de um prédio resolve intervir na discussão em que só o Dagoberto falava, abre a janela e berra: “deixa o Alfredo falar.”

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria também, neste momento, de registrar o artigo intitulado “Dar posse a Lula”, de autoria do colunista Clóvis Rossi, publicado no jornal Folha de S.Paulo em sua edição de 26 de agosto do corrente ano.

O autor, ao contrário daqueles que querem o impeachment do Presidente da República, quer dar posse a Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente, com um pedido de desculpas pelo atraso de dois anos e meio para o início dos trabalhos; seria um bom castigo obrigá-lo a começar a governar, ainda que tardiamente. 

Para que conste dos Anais do Senado, requeiro, Sr. Presidente, que o artigo acima citado seja considerado como parte integrante deste pronunciamento.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“CNPq - TUR.”

“Dar posse a Lula.”