Discurso durante a 157ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre as manifestações da população brasileira frente as denúncias de corrupção que assolam o País.

Autor
Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Considerações sobre as manifestações da população brasileira frente as denúncias de corrupção que assolam o País.
Publicação
Publicação no DSF de 14/09/2005 - Página 30766
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, ROBERTO SATURNINO, SENADOR.
  • REGISTRO, NOTICIARIO, COMPROVAÇÃO, IDONEIDADE, POVO, BRASIL, DEVOLUÇÃO, CARTÃO MAGNETICO, DIREITOS, CESTA DE ALIMENTOS BASICOS, MOTIVO, INICIO, RECEBIMENTO, APOSENTADORIA.
  • ANALISE, CRISE, POLITICA NACIONAL, FRUSTRAÇÃO, POPULAÇÃO, FALTA, ETICA, IMPORTANCIA, PROVIDENCIA, PUNIÇÃO, CORRUPÇÃO, RECUPERAÇÃO, REPUTAÇÃO, MAIORIA, CLASSE POLITICA.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Claro que temos algumas restrições àqueles que abusaram da confiança, àqueles que tripudiaram sobre a esperança do povo, trazendo uma sistemática equação de corrupção. Sabemos que a corrupção é endêmica, politicamente falando. Claro que muitos combatiam e lutavam, que era individual a luta. De repente, um grupo do PT que queria a qualquer preço manter o poder resolveu fazer corrupção sistêmica. Isso nos trouxe um pouco de intranqüilidade.

Sr. Presidente, uma das nossas revistas semanais, há cerca de três semanas, publicou que um grupo de senhoras foi devolver a carteira de direito à cesta básica porque passaram a receber aposentadoria. Pode-se verificar que o povo brasileiro é honesto e correto. Mais de 20 senhoras estão na fotografia e foram devolver espontaneamente a carteira porque achavam que não tinham o direito, que o dinheiro tinha que ser dado para outro grupo de pessoas que não tinham nenhuma forma de receber algum dinheiro.

Atravessamos realmente um período difícil, triste e amargo, mas há muita gente correta e boa por este País afora, e a sociedade tem muita crítica aos Parlamentares, mas há Parlamentares corretos, honestos, em sua grande maioria, que têm lutado para tirar do seu seio aqueles que abusaram da confiança da sociedade.

Estive recentemente na Igreja da Penha, em São Paulo, e uma senhora me disse algo que me assustou na hora, mesmo sendo polícia por 50 anos: “Doutor, fuzila esse pessoal primeiro e depois pergunta o que eles fizeram”. Veja o desconforto que podemos sentir com a reação da população.

Agora mesmo, quando estava almoçando, um senhora me disse: “Doutor, não tem um jeito de varrer, botar um desinfetante e tirar esses bandidos que roubaram o povo? Precisamos tomar medidas. Isso é uma coisa terrível. Onde anda o senhor”?

É claro, agradeço a Deus por não ter nenhuma vez sofrido descompostura. Sempre procurei ter um padrão de comportamento respeitoso.

Discute-se a crise política, mas não acredito em crise política, Presidente. V. Exª tem muito mais experiência que eu na situação. Acredito em crise de ética e de falta de moral. Comportamento ético e moral não é comportamento político. Ele segue uma regra desde a infância. A gente aprende em casa com a família, com o exemplo dos pais. V. Exª sabe disso.

Assim, trata-se de comportamento ético. Não adianta falar em crise política. Temos que punir os culpados pelos meios legais que existem. Não podemos esmorecer, nem ser condescendentes, nem passar a mão na cabeça. Estamos num momento de decisão, de impor aquilo que realmente a população quer. A população fala conosco hoje, ela nos procura e nos vê pela televisão, discute o que vem acontecendo. Não há mais ninguém ignorando o que se passa neste País.

Aqueles que choram por ter perdido a esperança de ver o País modificado, e se decepcionaram, querem que tomemos providências. Estamos aqui para lutar. Nas CPIs, estamos buscando meios, com toda a ética e respeito, de responsabilizar aqueles que transformaram o País em um poço de lama. Se Deus quiser, vamos conseguir puni-los.

Sr. Presidente, espero não ter extrapolado o tempo.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/09/2005 - Página 30766