Discurso durante a 157ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários a pesquisas realizada recentemente pelo instituo CNT/Sensus de avaliação do desempenho do Presidente Lula.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. :
  • Comentários a pesquisas realizada recentemente pelo instituo CNT/Sensus de avaliação do desempenho do Presidente Lula.
Publicação
Publicação no DSF de 14/09/2005 - Página 30818
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, RESULTADO, INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, REDUÇÃO, INDICE, POPULARIDADE, APROVAÇÃO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, INCOERENCIA, CONDUTA, GOVERNO FEDERAL, SITUAÇÃO, CRISE, NATUREZA POLITICA, PAIS.
  • COMENTARIO, DADOS, PESQUISA, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), REDUÇÃO, PRODUÇÃO INDUSTRIAL, BRASIL.
  • COMENTARIO, DADOS, PESQUISA, BANCO MUNDIAL, INCAPACIDADE, BRASIL, CAPTAÇÃO, INVESTIMENTO, AMBITO INTERNACIONAL, MOTIVO, EXCESSO, CARGA, TRIBUTAÇÃO.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não podemos deixar de mencionar a Pesquisa CNT/Sensus, divulgada hoje, destacando que a aprovação do desempenho pessoal do Presidente Lula caiu 9,9 pontos percentuais em setembro. Em dados comparativos, a aprovação saiu de 59,9%, em julho, para 50,0%, neste mês. A desaprovação aumentou de 30,2% em julho de 2005, para 39,4% em setembro.

É mister destacar, Sr. Presidente, que estes são os piores índices colhidos pela pesquisa desde o começo do Governo.

Para que possamos avaliar, quando o Presidente Lula tomou posse, em janeiro de 2003, 83,6% dos entrevistados aprovavam o Presidente e apenas 6,8% o desaprovavam. A pesquisa CNT/Sensus reflete o desgaste político do Presidente da República em face da postura dúbia que assumiu desde que eclodiram os escândalos de corrupção no seu Governo.

Como dizia o botânico francês Philibert Commerson, “a realidade é o funeral das ilusões”. A partir de agora, o presidente da República terá que lidar com os desdobramentos imprevisíveis da crise política e institucional.

No campo econômico, a produção industrial regional perdeu fôlego em julho e registrou crescimento em apenas sete das 14 áreas pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na comparação com igual mês do ano passado.

Gostaria de destacar que a produção industrial brasileira caiu 2,5% em julho na comparação com junho, segundo dados divulgados pelo IBGE na semana passada. Esta foi a primeira queda após quatro meses seguidos de expansão e também a maior retração desde janeiro de 2003.

O Brasil, segundo o Banco Mundial, perdeu eficiência de 2004 para 2005. A partir dos dados divulgados ontem em trabalho intitulado “Fazendo negócios 2006: criando empregos”, o Brasil caiu 23 posições no ranking do banco, que analisa a facilidade de se fazer negócios em 155 países.

O Brasil ficou em 119° lugar entre os piores países do mundo para se fazer negócios, atrás de seus principais competidores emergentes como México (73°), Rússia (79°) e China (91°) e da maioria dos países latino-americanos, perdendo para Nigéria, Albânia e Sri Lanka.

De acordo com o Banco Mundial, o Brasil ocupa a liderança absoluta no quesito impostos e complicações tributárias.

As empresas brasileiras consomem em média 2.600 horas por ano para pagar uma das maiores cargas tributárias do mundo. Conseguimos superar até mesmo a República dos Camarões.

A queda da popularidade do presidente Lula e as contradições da ortodoxia da política econômica ameaçam eclodir a qualquer momento como mais um ingrediente imprevisível do cenário conjuntural de curto prazo.

         Nesse contexto, a responsabilidade da oposição aumenta e as chances do País emergir da atual crise com o menor número possível de seqüelas é cada vez menor.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/09/2005 - Página 30818