Discurso durante a 158ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Viagem do Presidente Lula ao Peru. Eleição da direção do Partido dos Trabalhadores, que ocorrerá no próximo domingo. As dificuldades enfrentadas pelas CPIs para desenvolver os seus trabalhos. (como Líder)

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA PARTIDARIA. LEGISLATIVO.:
  • Viagem do Presidente Lula ao Peru. Eleição da direção do Partido dos Trabalhadores, que ocorrerá no próximo domingo. As dificuldades enfrentadas pelas CPIs para desenvolver os seus trabalhos. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 15/09/2005 - Página 30958
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA PARTIDARIA. LEGISLATIVO.
Indexação
  • CRITICA, NOTICIARIO, IMPRENSA, VIAGEM, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAIS ESTRANGEIRO, PERU, SOLENIDADE, INAUGURAÇÃO, RODOVIA.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, OBRA PUBLICA, RODOVIA, LIGAÇÃO, OCEANO PACIFICO, OCEANO ATLANTICO, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO AMAZONICA.
  • ANUNCIO, REALIZAÇÃO, ELEIÇÕES, PRESIDENCIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ELOGIO, MEMBROS, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, ESTADO DO ACRE (AC), UNIFICAÇÃO, CHAPA, DIRETORIO ESTADUAL.
  • CRITICA, DESVIO, INFORMAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ACESSO, DIVULGAÇÃO, IMPRENSA, PROVOCAÇÃO, DIFICULDADE, INVESTIGAÇÃO.
  • PROTESTO, DECISÃO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ENCAMINHAMENTO, PROCESSO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CORREGEDORIA, ACUSAÇÃO, ATRASO, ANDAMENTO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Pela Liderança do Bloco de Apoio ao Governo. Sem revisão do orador) - Muito obrigado.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, acompanhei a viagem do Presidente Lula ao Peru. Fui por terra, de ônibus, e assisti à solenidade. Vi com os meus olhos o que representa aquela obra para nós, daquela região, e parece que muito mais para o país vizinho, para os peruanos.

O Presidente Lula foi muito aplaudido. Fiquei um pouco entristecido com a forma com que foi noticiado aquele evento. Sei que é um direito das pessoas gostar ou detestar quem quer que seja. Sei que é direito individual de qualquer um aqui se pronunciar da forma que julgar melhor. Mas, para meu constrangimento, Sr. Presidente, fui procurado por vários jornalistas - e não sei por que não me encontraram, já que eu estava muito bem posicionado na solenidade -, que disseram que a tentativa era arrancar de mim informações de que, certamente, esta Casa e a imprensa já trataram. Ali, a questão não era discutir o empreendimento, mas apenas dizer o seguinte: queremos mais uma matéria para falar mal do Governo. E se espremeram coisas - que acho até de certa infantilidade - que apequenam o brilhantismo da informação.

Mas, para dizer aos que não conseguem entender o que significa aquilo, vou tentar despejar um pouquinho da emoção que significa para nós, Sr. Presidente, uma obra daquela natureza. Trata-se de interligar o Brasil, de uma vez por todas, com o oeste. Os Estados Unidos já fizeram isto há muitos anos - a ligação Pacífico-Atlântico e Atlântico-Pacífico, em todas as modalidades de transportes possíveis.

Olhando um pouco para o passado da Amazônia, nós sempre vimos que o nosso intercâmbio econômico era pelos rios. Portanto, a nossa capital, o nosso norte, era Belém do Pará e, daí, os Estados Unidos. Num segundo momento, com a abertura das rodovias, passamos a ficar de frente para o leste. Deixamos de ficar de frente para o norte e ficamos de frente para o leste, e meio tímidos, constrangidos, porque nós éramos o fundo do quintal do Brasil.

            Com a abertura dessa rodovia, interligando o Pacifico via Peru, nós passamos a ser uma espécie de sala de visitas da interligação com a Ásia. Essa obra, então, tem uma conotação em todas as esferas: econômica, cultural, social e tantas outras que se queira imaginar.

Então, eu diria que fiquei bastante emocionado em saber que o sonho de tantos anos do Acre também está no centro de tantas coisas importantes. A pedra fundamental foi lançada, Sr. Presidente.

Outro assunto que quero tratar, aqui, Sr. Presidente, é o das eleições do PT, o meu Partido, que ocorrerá no próximo domingo. Nós temos sete candidaturas à Presidência do PT - dez chapas concorrendo ao Diretório Nacional, porque lá no PT nós votamos em separado. O voto do filiado do PT não é mais um voto convencional, agora é um voto direto. Em qualquer lugar do Brasil, estando em dia, pode votar nas instâncias municipal, estadual e nacional.

Eu quero aqui de público agradecer, porque, no meu Estado do Acre, temos chapa única para o diretório estadual. Em apenas dois Municípios não conseguimos fazer a unificação de chapas. Nos demais, todas as chapas são unificadas.

Tratamos um pouco sobre os nossos textos, sobre os nossos propósitos, sobre o que o Partido dos Trabalhadores no Estado do Acre pensa para a sociedade acreana para a próxima década, o que pensamos do papel, da figura, da personalidade de nossas lideranças e em que podemos contribuir para o sucesso do nosso Estado. Esses são os elementos motivadores, sem esquecer que temos os nossos problemas também, as nossas arengas, de vez em quando, as nossas refregas, mas há coisas muito maiores para serem construídas, e não podemos ficar abaixo delas.

Portanto, esse é o meu agradecimento.

Um terceiro assunto me traz aqui, Sr. Presidente - ainda tenho mais dois minutos, pela regra. Reiteradas vezes, da tribuna do Senado, tenho tratado das dificuldades que as CPIs têm tido, principalmente do vazamento de informações, que não têm nenhuma necessidade de sair da forma que saíram. Num primeiro momento, documentos do Banco Rural foram alterados; num segundo momento, documentos foram entregues para a imprensa e viraram capas de jornais; num terceiro momento, a gravação da oitiva do Sr. Toninho da Barcelona, divulgada largamente; e, depois, o relatório das duas Comissões, que foi votado e entregue também para a imprensa no dia anterior.

Então, isso, no meu entendimento, dificulta chegar-se a uma punição mais severa dos verdadeiros culpados dessa onda toda que estamos vivendo. E culmina agora, devido a algumas coisas meio precipitadas, com alguns Parlamentares conseguirem, no Supremo Tribunal Federal, o direito de suspender... não é bem ‘investigação’ a palavra agora. Mas, no momento em que o inquérito funciona em fase final, que seria no Conselho de Ética da Câmara, isso foi sustado pelo Supremo Tribunal e volta à Corregedoria.

Pode parecer para o Brasil uma coisa complicada, mas eu quero dizer que é um procedimento jurídico, e, se não tomarmos os cuidados, podemos nos precipitar e evitar que se chegue de fato aonde muita gente quer chegar. De qualquer jeito, é uma decisão. As pessoas estão, neste momento, retomando. O processo vai ter que voltar a um determinado ponto de origem, não mais no âmbito da CPI, porque a CPI não tem mais o que tratar sobre isso, mas, dentro da Câmara, esse processo não será tratado da mesma forma.

Veja bem, Sr. Presidente: da CPI, o processo foi entregue à Mesa Diretora, a Mesa Diretora votou por unanimidade encaminhar ao Conselho de Ética sem passar pela Corregedoria e sem fazer o contradito, que é direito da defesa, que é constitucional. Por conta desse elemento e outros mais, o Supremo chega à conclusão de que tinha que voltar, sim, para a Corregedoria.

E está aí mais uma das preocupações sobre a qual eu tenho, reiteradas vezes, falado aqui na Casa: que, se não fizermos isso, estaremos cometendo desenganos daqui para a frente.

Obrigado.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/09/2005 - Página 30958