Discurso durante a 161ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro de matérias publicadas na imprensa catarinense sobre índices relacionados ao crescimento do emprego.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE EMPREGO.:
  • Registro de matérias publicadas na imprensa catarinense sobre índices relacionados ao crescimento do emprego.
Publicação
Publicação no DSF de 20/09/2005 - Página 31309
Assunto
Outros > POLITICA DE EMPREGO.
Indexação
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, IMPRENSA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), LEITURA, TRECHO, DIFICULDADE, PREENCHIMENTO, VAGA, EMPREGO, INDUSTRIA TEXTIL, VALE DO ITAJAI, INDUSTRIA, CALÇADO, RECLAMAÇÃO, FALTA, QUALIFICAÇÃO, MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA.
  • SAUDAÇÃO, DADOS, REDUÇÃO, CUSTO, CESTA DE ALIMENTOS BASICOS, AUMENTO, EMPREGO, MELHORIA, RENDA, ACORDO, REAJUSTE, SALARIO, FAVORECIMENTO, BEM ESTAR SOCIAL.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que me traz à tribuna são matérias que li, pela manhã, nos dois principais jornais do meu Estado: Diário Catarinense e A Notícia. Elas confirmam questões que tive a oportunidade de levantar, ao longo da semana passada, a respeito das conseqüências práticas do que está ocorrendo no cotidiano das pessoas, o que, felizmente, no meu Estado, Senador Paulo Paim, tem sido extremamente gratificante. Uma série de medidas adotadas tem proporcionado vantagens significativas para o dia-a-dia das pessoas.

A coluna da Tereza Cruvinel, hoje escrita por Ilimar Franco, mostra essa lógica. Segundo a notícia, o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, informou que, de acordo com os dados sobre o crescimento do emprego, com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, de agosto, os números serão bem melhores que os de julho. Em julho, houve 117 mil empregos a mais com carteira assinada.

Para corroborar essa afirmativa, trago as duas matérias dos principais jornais do meu Estado. A primeira delas, do Diário Catarinense, intitulada “Sobram vagas no Vale do Itajaí”, informa:

Agências de recrutamento da região conseguem preencher apenas 60% da oferta de trabalho. Blumenau [cidade pólo do Vale do Itajaí] é um importante pólo brasileiro de produção têxtil e tecnológica. Mas faltam profissionais qualificados para esses dois setores da cidade e também em toda a região.

Simplesmente, não há como preencher as vagas nas empresas têxteis e nas confecções. Falta mão-de-obra treinada, e não há cursos suficientes de formação desses profissionais” - explica a consultora de RH da DP Empresarial, Liliane Müller.

Ao longo da reportagem, ela reforça a questão da falta de qualificação profissional para assumir os postos: “As agências de recolocação profissional do município abrem, em média, 2.600 vagas novas por mês. As agências conseguem preencher, no máximo, 60% delas”.

A matéria é interessante. Faz muito tempo que os trabalhadores e sindicatos reclamam da falta da famosa placa “Precisa-se” na frente das fábricas. A matéria traz um grande “Precisa-se”, dando o nome e o telefone das maiores empresas na região que estão buscando trabalhadores.

No outro jornal do Estado, A Notícia, há uma reportagem sobre o Vale dos Sapatos. No Rio Grande do Sul, também há um Vale dos Sapatos, na região do Vale dos Sinos. Nosso Vale dos Sapatos tem a sede no Município de São João Batista, onde temos, há um bom tempo, situação de desemprego zero. A cidade tem que trazer mão-de-obra de fora. A capacidade produtiva do pólo calçadista catarinense, sediado em São João Batista, é de 60 mil pares por dia. Diferentemente da situação do Rio Grande do Sul, Senador Paulo Paim, o grosso não é para exportação; apenas 15% da produção local segue para a exportação, a ampla maioria do produto saído da região de São João Batista segue para o mercado interno. Talvez por isso tenhamos uma situação um pouco diferenciada do Rio Grande do Sul.

Para nós, é muito importante trazer esses dados concretos, porque, na semana passada, fizemos uma relação entre política e controle da inflação, inclusive de deflação. Os dados do Dieese apontam uma diminuição significativa, de 11,85%, nos custos dos produtos da cesta básica - carne, 5,42% de redução; leite, 4,26%; arroz, 31,91%; farinha, 8,33%; batata, 43,14%; tomate, 44,07%; óleo, 19,73%; manteiga, 4,96%. Portanto a cesta básica acumula até agosto uma deflação, uma redução de 11,85% no preço dos produtos.

Trata-se exatamente da conjugação entre aumento do emprego, deflação na cesta básica e reajustes salariais. Tive oportunidade de registrar que, nacionalmente, quase 90% dos acordos salariais tiveram ganhos acima da inflação. No meu Estado, tivemos uma situação ainda melhor, porque, dos 81 acordos salariais, 80 deles tiveram reajustes acima da inflação. É exatamente a conjugação desses fatores que tem produzido um resultado significativo no cotidiano, no dia-a-dia das famílias brasileiras e, de forma muito especial, das famílias catarinenses.

Por isso, fiz questão absoluta de trazer esses dados e de fazer essa reflexão, principalmente numa semana como esta, de muito trabalho nas investigações das CPIs. Que todos tenhamos capacidade de investigar profundamente, mas que não nos esqueçamos de situações importantes e relevantes como esta que estou trazendo aqui, com números e dados incontestáveis da realidade cotidiana das pessoas, dos trabalhadores e das famílias brasileiras.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/09/2005 - Página 31309