Pronunciamento de Alvaro Dias em 22/09/2005
Discurso durante a 164ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
O desgaste da imagem do Congresso Nacional perante a opinião pública. (como Líder)
- Autor
- Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
- Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), MESADA.:
- O desgaste da imagem do Congresso Nacional perante a opinião pública. (como Líder)
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/09/2005 - Página 31742
- Assunto
- Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT). COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), MESADA.
- Indexação
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- GRAVIDADE, PREJUIZO, REPUTAÇÃO, CLASSE POLITICA, CONGRESSO NACIONAL, NECESSIDADE, RECUPERAÇÃO, CONFIANÇA, POPULAÇÃO, COMPROMISSO, TRABALHO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO.
- REGISTRO, SESSÃO CONJUNTA, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), MESADA, OCORRENCIA, AGRESSÃO, MULHER, TENTATIVA, INTIMIDAÇÃO, HELOISA HELENA, SENADOR, HOMENAGEM, LEITURA, TRECHO, OBRA LITERARIA.
O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Pela Liderança do PSDB. Com revisão do orador.) - Muito obrigado.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, as instituições públicas, os Partidos políticos e os políticos de forma geral estão tremendamente desgastados. A imagem do Congresso Nacional está no chão. Temos essa tarefa essencial de recuperação da credibilidade perdida. É evidente que uma manifestação como a da Senadora Ideli Salvatti nos anima a acreditar que as nossas convicções políticas, divergentes, que se opõem no legítimo terreno da disputa política, não podem, de forma alguma, sustentar a inverdade, sobretudo quando ela compromete a imagem de pessoas de bem.
Confesso, Sr. Presidente, não vou obviamente perder tempo com essa questão já esclarecida pela Senadora Ideli Salvatti, mas confesso a minha preocupação em relação ao ocorrido ontem na CPMI dos Correios e na do Mensalão. É fundamental que uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito adquira e se sustente com credibilidade para alcançar os seus objetivos definidos. Ontem, as duas Comissões reunidas - aliás, é bom que o exemplo nos ensine: não devemos mais reunir conjuntamente -, proporcionaram um espetáculo da imaturidade política. Venho à tribuna, em nome do PSDB, para condenar aquele espetáculo de imaturidade política e, sobretudo, para condenar a agressão à mulher. Agressão que, lamentavelmente, de forma despropositada, revelando mediocridade política, atingiu a Senadora Heloísa Helena. Não apenas agressão verbal, agressão física, se ela não se consumou, tentou-se partir para a agressão física, como forma de calar a brava Senadora Heloísa Helena. Certamente S. Exª vive momentos de constrangimento, foi exposta. Obviamente, foi utilizada, para que se submetesse o Parlamento a mais um desgaste de imagem. Mas estamos aqui exatamente para preservá-la e defendê-la diante desse constrangimento.
Concluímos que a agressão, além de atingir uma Parlamentar que cumpre o seu dever com estoicismo, atinge a mulher brasileira, aqui representada, com tanto valor, brilho, inteligência e ousadia, pela Senadora Heloísa Helena.
Até peço licença poética a dois grandes vultos da poesia: Cora Coralina e Manoel Bandeira, para reverenciar a Senadora Heloísa Helena, vítima dessa agressão sem precedentes.
Inegavelmente, a Senadora sabe dignificar a condição de mulher. E busco esse escrito de Cora Coralina para afirmar que a Senadora se fez pedra de segurança “dos valores que vão desmoronando”. Não aceitou as contradições, lutas e pedras, transformou-as em lições de vida.
E há um poema de Manuel Bandeira que traduz bem o sentimento, Senador Geraldo Mesquita Júnior, dos amigos da Senadora Heloísa helena, de seus admiradores pelo País afora. E peço permissão ao Presidente para fazer a leitura de alguns trechos desse poema denominado “Em estrela da vida inteira”, de 11 de junho de 1920:
(...)
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
Nem a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e satisfaz.
O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi.
Não é o irmão que já perdi.
E meu pai.
O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti - lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
É a homenagem do PSDB à Senadora Heloísa Helena.