Discurso durante a 167ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração da melhoria dos indicadores econômicos do País.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Comemoração da melhoria dos indicadores econômicos do País.
Publicação
Publicação no DSF de 28/09/2005 - Página 33132
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • REGISTRO, EFICACIA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, EXPORTAÇÃO, PAIS.
  • ELOGIO, DADOS, PESQUISA, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), DEMONSTRAÇÃO, RESULTADO, ECONOMIA NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, CRESCIMENTO, PODER AQUISITIVO, RENDA, TRABALHADOR, CRIAÇÃO, EMPREGO, ASSINATURA, CARTEIRA DE TRABALHO, REDUÇÃO, INFLAÇÃO, AUMENTO, PRODUTIVIDADE, COMPARAÇÃO, GOVERNO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, reiteradas vezes tenho vindo a esta tribuna para buscar traduzir, no cotidiano das pessoas, a melhora significativa nos indicadores econômicos do nosso País. Muitas vezes, as pessoas não conseguem traduzir, entender o que significam determinadas palavras, conceitos, índices, mas as pessoas têm capacidade de identificar no seu cotidiano aquilo que está aparecendo com resultado positivo. E é muito importante sempre ligar a causa ao efeito.

Por isso, tenho muitas vezes vindo a esta tribuna para falar exatamente o que significa, qual é o resultado no cotidiano, na vida das pessoas, essa melhora significativa na economia brasileira que os especialistas no assunto não se cansam de afirmar que são os melhores indicadores das últimas décadas no Brasil. Ou seja, há muito tempo o Brasil não apresentava conjugação tão favorável de indicadores econômicos, como crescimento, estabilidade, controle de inflação, superávit em contas correntes - sobra dinheiro, em vez de exportarmos dinheiro aqui do nosso País. Esse quadro forma um círculo virtuoso que levará, com certeza, a resultados cada vez melhores e que serão progressivamente percebidos no dia-a-dia das pessoas, particularmente no que se refere a preços, a compras, a crédito, a poupança, a trabalho, a oportunidades.

Esse, portanto, é mais uma vez o objetivo do meu pronunciamento.

O IBGE anunciou, agora no final de semana, a alta recorde, descontada a inflação, do rendimento real médio do trabalhador brasileiro residente nas principais regiões metropolitanas. O aumento do poder aquisitivo em agosto foi de 3,7%, em comparação a igual mês do ano anterior, maior número desde que esse indicador passou a ser calculado pelo IBGE. Portanto, esse é um dado significativo. Ou seja, o rendimento, descontada a inflação, teve exatamente em agosto o melhor índice de todo o período em que o IBGE calcula esse indicador. Isso significa, portanto, uma renda que está sobrando no bolso do trabalhador, ou que o que ele está conseguindo fazer tem sido superior, cada vez melhor.

Tudo leva a crer também que, em 2005, haverá o primeiro aumento de poder aquisitivo dos trabalhadores nos últimos oito anos. Trata-se de resultado esperado diante do crescimento da economia conjugado à redução da inflação. Nós tivemos, inclusive, oportunidade de detalhar aqui como a redução da inflação tem se transformado em resultados extremamente positivos no cotidiano das pessoas.

O crescimento atual do Brasil levou ao aumento de emprego, o que, por sua vez, permite aos trabalhadores melhores condições de renegociar os seus salários com as empresas. Eu também tive oportunidade de dizer que este ano praticamente a ampla maioria das negociações salariais teve resultados acima da inflação. Inclusive no meu Estado, das oitenta e uma negociações salariais, oitenta foram superiores à inflação do período, e todos os indicadores da pesquisa realizada recentemente em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre confirmam essa negociação salarial dos trabalhadores com índices superiores à inflação.

Além disso, trata-se de emprego de qualidade, com carteira de trabalho assinada. Em relação a agosto do ano passado, o aumento do emprego formal foi de 6,2%. Também os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho apontam para a mesma direção: em agosto foram 136 mil novos postos de trabalho com carteira assinada. Quando a média, desde a posse do Presidente Lula, tem sido superior a 100 mil empregos com carteira assinada/mês, no mês de agosto, tivemos o número bastante expressivo de mais de 136 mil novos postos. Em Santa Catarina, reportagem do jornal A Notícia dá conta exatamente dos indicadores da última pesquisa: a quadruplicação do número de oferta de empregos com carteira assinada, no meu Estado, o que me deixa bastante feliz.

Vale ainda ressaltar que o pagamento de salários mais altos, juntamente com o aumento de emprego, resulta no acréscimo da chamada massa de salários da economia, ou seja, do total pago em salários no País. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em julho essa massa aumentou 5,6% em relação a igual mês do ano anterior. E esse crescimento dos dois últimos anos dependeu, num primeiro momento, das exportações no ano de 2003, que gerou essa possibilidade do aumento do emprego em 2004; depois, em 2004 e este ano, a partir do aumento do crédito. Mas, a partir deste ano, temos uma novidade que modifica significativamente essa questão do aumento do emprego e da massa salarial, que é o fato de as famílias estarem consumindo mais, por causa do aumento da massa salarial do emprego. Dessa forma, toda a economia passa a ter, no mercado interno, ou seja, a partir do consumo dessas famílias, um grande esteio, uma das grandes alavancas também do crescimento. E esse novo impulso do crescimento torna-se mais sustentável, porque fica menos dependente do exterior ou do endividamento de nosso País.

Poderíamos ter ainda alguma preocupação de que o aumento das compras das famílias pudesse ter repercussão na inflação, mas há outro dado apresentado por pesquisas recentes e divulgado pelos noticiários dos últimos dias. Trata-se do fato de que o aumento do emprego, o aumento da massa salarial vem acompanhado do aumento da produtividade no trabalho, diferentemente de períodos do Governo anterior, quando a produtividade acabava gerando a demissão. Ou seja, quando as empresas tinham maior produtividade, acabavam transferindo isso para seus lucros, inclusive demitindo os seus trabalhadores.

No atual período, no atual Governo, o dado colocado pela pesquisa demonstra claramente que nós estamos tendo aumento da produtividade do trabalho com o aumento do emprego, o que é uma conjugação, Senador Paulo Paim, extremamente positiva, que há muito tempo não tínhamos, ou seja, a produção subiu, o emprego também subiu e a produtividade das empresas também subiu. Essa conjugação há muito tempo nós não a tínhamos.

Além disso, segundo outra pesquisa interessante, Senador Paulo Paim, feita pela Fecomércio, do Rio de Janeiro, houve um aumento de mais de sete pontos percentuais, entre maio e agosto, do número de famílias que puderam poupar parte das suas rendas. Ou seja, há um número maior de famílias que está conseguindo chegar ao final do mês com alguma sobra, invertendo aquela amarga curva ...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Sr. Presidente, já vou concluir meu discurso.

Inverteu-se aquela amarga curva, Senador Paulo Paim, sobre a qual os trabalhadores normalmente dizem: “Sobra muito mês no final do salário”.

A pesquisa da Fecomércio aponta para essa inversão, havendo modificação ainda pequena, obviamente, mas é uma tendência que para nós é bastante importante.

Eu teria ainda questões aqui para falar a respeito do aumento do crédito, da oferta, principalmente no setor da indústria imobiliária, das casas populares.

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Nobre Senadora, V. Exª dispõe de mais dois minutos.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Eu não vou ter essa oportunidade, porque são três páginas, e eu peço que meu discurso seja considerado como lido.

Agora, é muito importante que nós tenhamos a capacidade de identificar, no meio de uma crise política como a que estamos vivenciando, aquilo que para a população é de fundamental importância, ou seja, quais são as medidas de Governo, quais são as medidas na economia que efetivamente revertem em aumento de emprego, aumento de renda, aumento de produtividade, aumento de poupança e aumento de oportunidades para que as pessoas possam ter vida mais digna.

Por isso, Sr. Presidente, todas as semanas eu faço questão de apresentar esse rescaldo das notícias positivas que estão colocadas, porque, se não for assim, a população que assiste à TV Senado pode ter a imagem de que, aqui, estamos única e exclusivamente preocupados com as investigações. Elas são necessárias, mas a nossa preocupação, além das investigações e das punições, tem que ser também a de reforçar e de reafirmar os resultados positivos que vêm sendo desenvolvidos pelo Governo Lula e que repercutem no cotidiano, cada vez mais positivo, da população brasileira.

Então, Sr. Presidente, eu peço que seja dado como lido na íntegra o discurso, tendo em vista não ter tido a oportunidade de trazer todos os dados.

Muito obrigada.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DA SRª SENADORA IDELI SALVATTI.

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/09/2005 - Página 33132