O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero, neste momento, me associar às congratulações pelos 70 anos da Rádio Tupi.

Uma das primeiras grandes rádios do Brasil, a Rádio Tupi AM, inaugurada no meu Rio de Janeiro em 25 de setembro de 1935, fruto da genialidade do líder do grupo Diários Associados, o jornalista paraibano Assis Chateaubriand, já nasceu pujante. Tanto que, dois anos depois, a Tupi chegava a São Paulo com força total.

O nome indígena surgiu da criatividade nacionalista de Chateaubriand. Aliás, a partir da rádio, ele criou outras cadeias - todas com nomes de tribos indígenas - e essa ficou conhecida como a “Taba Associada”.

À época da inauguração, o Brasil passava por um período de conflitos. Exércitos, rebeliões militares, revoluções, dentre outras atrocidades ocorridas no País, foram cenários pouco convidativos para a entrada da emissora no ar.

Porém, tantas idéias expostas precisavam ser divulgadas à sociedade. Os jornalistas não tinham a liberdade que gostariam de ter para colocar suas opiniões. Portanto, a Tupi surge como um importante veículo para articular as novas idéias que nasciam no seio de nossa sociedade. E os jornalistas, mais do que ninguém, sabem disso.

Em meio àquela avalanche, o visionário Chateaubriand conseguiu fazer da Rádio Tupi um meio pelo qual as notícias eram mescladas com entretenimento, política e economia. A emissora analisava também o sentimento nacionalista que era colocado pelo Estado Novo. Uma mistura extraordinariamente perfeita.

Vendo como fonte proveitosa o carisma dos artistas e profissionais que tinham destaque na emissora, o Velho Capitão - como era chamado Chateaubriand - explorou de forma magnífica os talentos da música brasileira.

            Na inauguração da rádio, por exemplo, foi executado o Hino Nacional Brasileiro pela Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência do maestro Heitor Villa Lobos. Tocou-se pela primeira vez a música “Aquarela Brasileira”, de Ary Barroso.

            Nomes famosos participaram dos primeiros anos da Tupi, como Marlene, Emilinha Borba e Ary Barroso, que estreou em 1936 como narrador de futebol tocando sua gaita na hora do gol. A emissora contou também com Luiz Gonzaga, compositor de “Asa Branca”, que se tornaria um clássico da música popular brasileira.

Até hoje, a Tupi tem seu lugar entre as emissoras, cumprindo importante papel na história brasileira. A Rádio Tupi está em constante crescimento e sua tecnologia avançou tanto que hoje alcança todas as “tribos”, como anteviu o seu criador.

Hoje, também, Sr. Presidente, comemoram-se os 52 anos da TV Record, que foi inaugurada em 27 de setembro de 1953. A Record, então “canal 7”, foi a terceira emissora de televisão a surgir na capital paulista, fundada pelo empresário Paulo Machado de Carvalho.

Num sentido estrito, a expressão “Jovem Guarda” designou programa da TV Record, estreado em setembro de 1965, comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia. Hoje, todavia, a expressão define gênero musical também conhecido como iê-iê-iê.

Na década de 50, embora as três emissoras existentes (Tupi, Record e Paulista) produzissem todo tipo de programação, a TV Tupi caracterizou-se pela emissão de teledramaturgia, e a TV Record se definiu pela linha de shows humorísticos e musicais. A TV paulista realizava teleteatros, musicais, telejornalismo e humorismo, mas sem se caracterizar por um gênero preferido.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - V. Exª me permite um aparte, Senador Marcelo Crivella?

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Pois não, Senador Leonel Pavan.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - O aparte não diz respeito ao tema do brilhante pronunciamento de V. Exª, mas para comunicar ao Presidente Eduardo Siqueira Campos que está havendo um massacre contra os prefeitos. Eles estão sendo sufocados. São centenas de prefeitos que não conseguem subir as escadas. A Segurança tenta colocar ordem, mas é preciso que sejam tomadas providências urgentes, pois há prefeitos sendo pisoteados na subida da escadaria para o Salão Azul. É preciso que sejam tomadas providências urgentes quanto ao que está ocorrendo na subida para o Salão Azul. Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Campos. PSDB - TO) - Senador Marcelo Crivella, vou interromper V. Exª, já descontando automaticamente o tempo, para que esta Presidência possa responder ao Senador Leonel Pavan.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Pois não, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Campos. PSDB - TO) - A Presidência já convocou o Diretor responsável pela Secretaria de Segurança da Casa, que estará aqui para prestar os esclarecimentos devidos a este Presidente, que pediu a adoção imediata de medidas que assegurem a livre manifestação e o devido respeito nos corredores e no recinto do Congresso Nacional.

Senador Marcelo Crivella, V. Exª tem a palavra.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Antes que V. Exª conclua o discurso, gostaria que me concedesse um aparte.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Com o maior prazer, Senador Edison Lobão.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Fala V. Exª sobre a TV Record.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Tupi e Record.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Tupi e Record. E sobre o aniversário, mais de meio século. Eu estava no Rio de Janeiro, era estudante, quando surgiu a TV Tupi e, a partir daí, a TV Record, que foi um desmembramento posterior, a partir de determinado instante, em que se criaram algumas cadeias de televisão. Em verdade, a TV Record desde aquela época presta relevante serviço à nação brasileira não apenas por ser a terceira maior cadeia, mas porque a sua programação é de excelente qualidade. Quero cumprimentar, com a permissão de V. Exª que está na tribuna, todos os diretores, artistas e jornalistas que fazem a Record. Quem dirige o jornalismo da Record é Boris Casoy, que todos admiramos como um dos jornalistas mais competentes, mais austeros e prestigiados deste País. Isso demonstra, Senador Crivella, o cuidado da Record para com a sua programação e os seus noticiosos. Quero dizer que estou sempre ligado na Record por tudo quanto ela representa, no convencimento de que ela presta, como disse no início, transcendental serviço social ao nosso país. Cumprimento V. Exª pela iniciativa que tem de trazer este assunto ao plenário do Senado Federal.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Muito obrigado, Senador Lobão.

Sr. Presidente, concluo lembrando que, ao comemorarmos o aniversário da Tupi e da Record, lamentamos o falecimento de Ronald Golias, 76 anos, que fez parte da Família Trapo e de outros grandes programas da Record, ocorrido esta madrugada, vítima de infecção generalizada decorrente de infecção pulmonar. Vai Ronald Golias descansar ao lado do Pai, enquanto nós festejamos emissoras que permitem que talentos brilhem na constelação desta Pátria.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - Sr. Presidente, mais uma vez.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - V. Exª fala em Ronald Golias, eu falo também em Raul Gil. É bom lembrar o nome desse artista extraordinário.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Pois não. É que Ronald Golias faleceu esta madrugada de infecção pulmonar. Quis o destino que falecesse no dia do aniversário de duas emissoras que lhe deram abrigo e em cujos palcos brilhou. Refiro-me à Tupi e à Record.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - E merece nossos cumprimentos V. Exª por lembrar também Ronald Golias.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Muito obrigado.

Concedo o aparte ao Senador Ramez Tebet.

O Sr. Ramez Tebet (PMDB - MS) - Senador Marcelo Crivella, eu me associo a V. Exª. Assim fazendo, é claro que me associo às comemorações do 52º aniversário da TV Record e refiro-me a quem faz a Record respeitada, a quem a faz ouvida, que são os seus dirigentes e atores. Como político, eu me permito saudar a Organização Rede Record de Televisão na pessoa daquele que eu mais ouço: Boris Casoy, que em seu tradicional noticiário para o Brasil, com firmeza, expressa a sua opinião, manifesta o seu ponto de vista. A TV Record, como disse V. Exª, também o Senador Edison Lobão, em aparte, presta relevantes serviços à sociedade brasileira. Devemos muito à organização que V. Exª, em bom momento, está saudando da tribuna. Sei que V. Exª também é um dos que contribui para a grandeza da Record. Quero cumprimentá-lo e associar-me à sua manifestação, uma vez que V. Exª permitiu o aparte e, conseqüentemente, que essas modestas palavras fizessem parte de seu discurso. Muito obrigado.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ) - Sr. Presidente, peço que faça constar em meu pronunciamento os brilhantes apartes do Senador Edison Lobão e do Senador Ramez Tebet.

Agradeço muito a V. Exª a prorrogação do meu tempo.

Muito obrigado.