Discurso durante a 168ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

O Resultado do primeiro turno nas eleições para presidente da Câmara dos Deputados. Necessidade da reforma eleitoral.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. LEGISLAÇÃO ELEITORAL. POLITICA PARTIDARIA.:
  • O Resultado do primeiro turno nas eleições para presidente da Câmara dos Deputados. Necessidade da reforma eleitoral.
Aparteantes
Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 29/09/2005 - Página 33365
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. LEGISLAÇÃO ELEITORAL. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • ANALISE, EMPATE, PRIMEIRO TURNO, ELEIÇÕES, PRESIDENTE, CAMARA DOS DEPUTADOS, CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, TENTATIVA, MANIPULAÇÃO, VOTO, OBJETIVO, PERMANENCIA, PODER.
  • DEFESA, URGENCIA, IMPORTANCIA, APROVAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, PROJETO DE LEI, REFORMULAÇÃO, LEGISLAÇÃO ELEITORAL, CRITICA, AUSENCIA, PROVIDENCIA, GOVERNO FEDERAL.
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, IMPRENSA, PRISÃO, PAULO MALUF, EX GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DENUNCIA, CORRUPÇÃO, JUIZ, FUTEBOL, PROVOCAÇÃO, DESVIO, ATENÇÃO, DIVULGAÇÃO, IRREGULARIDADE, GOVERNO FEDERAL.
  • QUESTIONAMENTO, INCOERENCIA, CONDUTA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, DIVERGENCIA, DISCURSO, HISTORIA, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, terminou em empate o primeiro turno na Câmara dos Deputados. Vamos ver a expectativa do segundo turno.

Na verdade, eu imaginava que essa eleição na Câmara dos Deputados fosse o primeiro gesto do Governo Lula demonstrando uma nova maneira de agir, demonstrando uma fórmula de buscar maioria com entendimento, com diálogo. Aliás, a convicção que se tinha no início é que haveria um candidato único, um candidato do entendimento, que poderia até ser do PT, e vários nomes, como o de Sigmaringa Seixas, foram levantados. Lamentavelmente, ocorreu como ocorreu. Os candidatos do PTB, do PP foram chamados ao Palácio e o Governo jogou, inclusive com as emendas.

No meio de três CPI’s e uma Comissão de Ética funcionando, o Governo vem e abre novamente o caderno das emendas, oferecendo-o a quem quer se vender.

Ora, Sr. Presidente, não consigo entender por que o Presidente já está dando a demonstração de como vai terminar o seu Governo. Na Executiva Nacional, na hora da escolha do Sr. Tarso Genro, que queria fazer uma eleição pela qual se refundasse o PT, desse nova forma ao PT, em que o PT passaria a buscar cumprir os seus compromissos, refazer as suas idéias, deixaram o coitado do meu amigo Tarso falando sozinho. E o mesmo grupo se manteve e está no poder.

Agora, na eleição da Câmara, estamos às vésperas da sexta-feira, quando se encerra o prazo de votação da emenda que votamos aqui por unanimidade e que está lá na Câmara para ser decidida, que é o mínimo necessário para que possamos ir para a eleição com um mínimo de dignidade no ano que vem. Nenhuma palavra. Passará o dia 30 e não votaremos absolutamente nada no que tange a dar uma expectativa de esperança, a termos um pleito um pouco mais sério no ano que vem. Vamos ter que aprovar, provavelmente, a emenda do Senador Tasso Jereissati empurrando para o fim do ano a possibilidade de emendar a reforma eleitoral, porque cumprir os prazos já não se pode.

Juro que não posso entender como o Presidente da Câmara, o Presidente do Senado e os Líderes da Câmara e do Senado não chegam a um entendimento em uma matéria como essa. Não consigo entender como se pode, na Câmara e no Senado, ver o tempo passar. As Comissões Parlamentares de Inquérito a cada dia trazem um escândalo novo e partiremos para eleição no ano que vem sem as mínimas, das mínimas, reformas necessárias para darmos uma chance de um pleito com um mínimo de seriedade.

O projeto do Senador Jorge Bornhausen é infinitamente menor do que imaginávamos, mas é alguma coisa, é o que era possível a esta Casa. E o Senado Federal aprovou, por unanimidade, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, onde muitos abriram mão, como eu, por exemplo, que sou favorável a uma série de propostas, inclusive de minha autoria, que foram votadas nesta Casa, por unanimidade, e estão na gaveta da Câmara dos Deputados. Concordamos em recuar para votar uma medida de emergência para as eleições no ano que vem.

E há uma coisa impressionante em relação à eleição na Câmara dos Deputados: o primeiro turno terminou às 17 horas. Oradores falaram e falaram para empurrar, tencionando, exatamente, terminar o primeiro turno às 17 horas e 15 minutos para sobrar pouco tempo. Assim, o Presidente não chamaria ao Palácio para comprar os que ficaram em terceiro e quarto lugar, para, depois, decidir entre o primeiro e o segundo lugar. E isso é contado com naturalidade... A imprensa está publicando isso com a maior naturalidade. O esquema da Oposição foi falar bastante, falar bastante tempo, empurrar o pleito, para que, em vez de terminar às 16 horas, terminasse às 17 horas e 30 minutos. E, assim, sobrou pouco tempo... Está o Governo, correndo, agora, no Palácio (do outro lado), chamando os Líderes para ver o que é que dá para fazer. Para ver os votos do Fleury, para ver os votos do cidadão do Maranhão, que ficou em terceiro lugar, e para ver o PMDB e o que acontece, depois da competente e genial intervenção do nosso querido Presidente Renan que deu uma demonstração, realmente, de estadista, saindo aqui do Senado, entrando lá na Câmara, pegando o seu Partido e fazendo a jogada que, realmente, é a jogada mais mirabolante que eu vi ao longo da minha vida. O que é, sinceramente, não sei.

Mas no meio disso tudo, Sr. Presidente, o Governo joga do mesmo jeito. O que me impressiona é que não houve uma alteração, não houve uma vírgula, não houve uma modificação do Governo no sentido de dizer: agora vai ser assim! O mínimo necessário na reforma eleitoral: zero! Se depender do Governo, não sai nada, fica tudo igual!

Que se dê uma chance de ética, de moral ao permitir que a Câmara se recupere, se regenere! Que tenha a chance de aparecer com dignidade perante a sociedade! Zero. Chamou o Fleury, chamou o outro candidato, ofereceram céu, terra, ofereceram ministério, ofereceram 500 milhões de verba para repetir o que aconteceu na eleição anterior.

Este Governo merece o Severino e o Severino é demais pra ele! O Severino está acima da média que o Governo merece!

Depois de amanhã, sexta-feira 30, é o último dia em que poderemos aprovar a emenda da reforma eleitoral e não há uma movimentação, não há uma palavra. Os Presidentes da Câmara e do Senado não reúnem os Líderes. Não há nenhuma movimentação. E a coisa mais singela é votarmos aquela emenda do Senador Jorge Bornhausen, aprová-la e levá-la ao Presidente para sancionar. É isso que tem que ser feito. Não tem o que pensar. Aquela emenda que votamos, é claro que é infinitamente menor do que se quer, mas é o máximo que se pode nessa altura dos acontecimentos. E vai passar, vai chegar o dia 30 e ninguém vai fazer nada. E ninguém vai fazer nada!

Imaginar que vamos para um pleito no ano que vem sem mudar, sem alterar nada. Mas o Governo está conseguindo algo importante, meus amigos: botou na cadeia o Maluf, vinte anos depois, quando o Maluf já devia estar saindo. Teria cumprido vinte anos de cadeia e devia estar sendo solto. Quando ele devia estar sendo solto, depois de cumprir os vinte anos de cadeia, ele está preso!

Agora, vai dividir as manchetes com os juízes de futebol. Um dia, vai ser o Lula; outro dia, vai ser o juiz que apitou o jogo do Corinthians contra o São Paulo. Então, o Governo não vai ocupar as manchetes todas sobre corrupção.

No Jornal Nacional de segunda-feira, 80% das manchetes foram sobre futebol. E o Governo respirou tranqüilo: “Foi bom! Deixaram-nos de lado”.

As manchetes de hoje falam da disputa à Presidência da Câmara. As manchetes de sexta-feira serão: “Esgotou-se o prazo e não se votou nada com relação à reforma eleitoral”.

Sr. Presidente, sinceramente, o que me preocupa agora é que não estamos mais assistindo ao Presidente Lula, ao Governo Lula e às denúncias de corrupção. Estamos agora assistindo ao que é a segunda fase do Governo Lula, com as transformações, depois de tudo que aconteceu. E as transformações são zero. Não há um mea-culpa; não há um gesto de demonstração de altivez. Não se chamam os Líderes da Câmara e do Senado para, em uma reunião, ver quem vai ser o novo Presidente da Câmara. Não há um gesto de chamar o Presidente do Supremo, da Câmara, do Senado e as Lideranças para discutir como fazer as reformas para a eleição do próximo ano. Não há um gesto, não há uma ação, não há uma movimentação. Pelo contrário, chama-se o Dr. Fleury, chama-se um outro candidato a Presidente, promete-se um Ministério para um, lança-se o Presidente do PMDB com um longo e veemente apelo para ele ser candidato a Presidente. Ele aceita e, quando aceita, deixam-no pendurado no ar, mudando o candidato do Governo, e os que estavam apaixonados pela candidatura do PMDB apóiam o outro.

O que o Governo quer, Presidente? Qual é a idéia do Governo? Qual é o simbolismo do Governo? Eu não sei. Sinceramente não sei.

Confesso que ocupei esta tribuna para elogiar o Sr. Tarso Genro, porque, quando ele teve coragem de renunciar a um Ministério em que se havia muito bem, o Ministério da Educação, e assumir a responsabilidade de pegar um “tijolo quente” na mão, que era a Presidência do PT, para recompor o PT, para reconstruir o PT, eu achei que era um momento histórico, importante e significativo.

E eu dizia: “O PT pode voltar por cima. Pode voltar por cima abrindo uma brecha naquilo que de mal e ridículo foi feito, recompondo-se, ainda que perdendo alguns ou até muitos, com a essência da beleza que foi a sua pregação, a sua vida e biografia”.

O PT está aí, com a mesma gente. Duvido que vença o Raul Pont, embora a nossa querida Senadora do Pará tenha certeza de que ele irá vencer. Queira Deus que ele ganhe! Acho difícil.

Mas não sei, quando olho de longe, com o carinho que eu tinha, alguns nomes saírem do PT - e, mesmo estando no PT, para mim, eram biografias de honra e dignidade. Quando vejo aquele professor, que foi Deputado Constituinte e que teve a humildade de se candidatar apenas para caracterizar o seu gesto, quando vejo ele sair e seguir outro rumo, eu não sei.

A nossa querida Senadora Heloísa Helena vai receber um contingente realmente de primeira grandeza; vai receber pessoas que têm história, que têm biografia e que, pelo gesto da escolha, percebemos que não fizeram a opção eleitoral do que pode ser melhor para eles. Não foi uma escolha, uma opção pessoal em nível de melhoria eleitoral na campanha, nem de vantagem de ordem pessoal. Foi um gesto de grandeza.

Realmente, como dizia meu amigo Eduardo Suplicy, que sofria com a saída dos seus companheiros e que dizia que hoje era um dia de luto para o PT, porque era o que havia de melhor dentro do PT, creio que sim. E essa gente sai sem uma lágrima, sem uma palavra de lamento. Parece que saem até com as pessoas dizendo: “Já vão tarde!”

Parece que essas pessoas, como a Senadora Heloísa Helena, ao querer lembrar, cobrar os princípios, a tradição, a biografia, a história, o programa, a luta, tornavam-se irritantes, um disco velho que não parava. Não entendiam que o mundo tinha crescido, tinha mudado.

Quando vejo grandes Líderes do PT argumentando: “A Senadora Heloisa não entende”... Eu assisti a um programa de televisão em que se dizia isto: “O que o senhor acha da Senadora Heloísa?” E respondia: “Ela não entende. Ela parou no tempo. Lamentavelmente, ela não entende que o PT está no Governo. Ela não entendeu que o Partido no Governo é outra coisa. O Partido no Governo tem que fazer aquilo que dá para fazer. Os sonhos, as ilusões, as promessas, a gente faz quando está na oposição; chegando ao Governo, a gente faz o que é possível e não o que a gente quer. Eu não digo que se renuncie ao sonho” - diz ele -, “mas que se renuncie à execução do sonho, porque isso é impossível”.

Então, quem acha que essas pessoas fazem bem em sair, porque aliviam as pressões internas... Sobra quem? Sobra quem para fazer o quê?

Olha, o PT não calcula o mal que está fazendo. O Lula não tinha o direito de fazer isso que está fazendo conosco, porque, na História do Brasil, desde a Carta de Pero Vaz de Caminha se alimentava a esperança de coisas maravilhosas, e o Lula e o PT, com a sua vitória, foi quando o Brasil sonhou mais alto. Foi quando a sociedade, a gente simples, esses jovens universitários, os trabalhadores, essa gente pura das várias Igrejas, que têm sentimento e fé, jogaram mais alto. Essa gente acreditou que tinha chegado a vez deles.

Eu não nego que acreditei. Nos meus quase cem anos de vida, em que passei por todas as experiências, por todas as desilusões, fracassos e erros, vi um quadro fantástico, um deus, um herói, que, sete meses depois, fez uma renúncia ridícula e estúpida. Collor, um guri que vinha levantando o povo, sonhando com ideais, logo depois deu no que deu. Depois, a fatalidade com o Dr. Tancredo na hora de assumir. No entanto, com o Lula parecia diferente, porque o PT era diferente, naquele seu exagero de cobrar ao máximo a dignidade, a seriedade, a correção.

Fui Governador quando o PT, pela primeira vez, fez quatro Deputados estaduais no Rio Grande do Sul. Aquela gente cobrava, aqueles Deputados agiam, como eles funcionavam! Eles iam aos mínimos detalhes! Às seis horas da manhã estavam lá para ver se a coisa acontecia ou não.

Eu achava aquilo bonito, eu achava lindo e dizia à minha gente do PMDB, que ficava brava, que queria brigar, que eles deveriam ficar com inveja, porque aquela gente ainda tinha sonho, tinha vontade, tinha garra, tinha capacidade de fazer. Eu dizia: “Eles vão longe”.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Já lhe concederei um aparte.

E realmente foram longe; foram longe semeando essa esperança. Olha, que o Lula perdeu uma, duas, três, quatro vezes e, no entanto, se manteve. E se manteve sem se dobrar. Ele chegou à Presidência da República sem precisar se vender. Ele não precisou dos banqueiros, ele não precisou dos militares, ele não precisou de ninguém. Ele chegou com a sua gente, com o seu povo. Chegou lá, e parece que agora é outro! Parece que clonaram o Presidente!

Onde está o nosso Lula? Onde o colocaram? O que fizeram do Lula? Que cientistas diabólicos são esses que transformaram o nosso Lula nesse “Lula paz e amor” que está aí!

Isso não pode ser só fruto do Duda Mendonça. Deve haver mais gente por trás.

Observamos, no PT, mesmo os que estão calados, o sofrimento dos militantes.

Eu digo, com todo o carinho, à minha irmã, à minha filha, à Senadora Heloísa Helena: que bom o seu ideal!

Com Teotônio também foi assim. Ele era sonhador, mas conseguiu menos que V. Exª, porque não consegui fundar um partido. Ficou no MDB e morreu sem ver o MDB ser um pouco daquilo que ele achava que devia ser.

Que o Sol possa nascer e possa crescer! Mas é muito cedo para imaginar que Sol, Lua, Mercúrio, Marte...

(Interrupção do som.)

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Eu estava amargurado desde de manhã cedo. Tentei combinar com o meu Partido: “Vamos falar com o Presidente do Senado para não fazer esse esquema, vamos promover um entendimento dentro do nosso Partido.”

Se é para retirar a candidatura, retira-se a candidatura; se é para apoiar, apóia-se, mas não se deve fazer uma coisa dessa natureza! O Presidente do Partido, de um lado; o Presidente do Senado, do outro, numa atitude insólita que nos deixa mal perante a sociedade.

O Presidente vai até o fim. A sessão não vai começar às 18h. Podem escrever, porque, até às 18h, eles ainda estarão no Palácio, negociando. E, enquanto não terminarem as negociações, a sessão que dará início à votação não será aberta.

Não sei, mas acho que, quando a gente quer, a gente pode.

Vejo os Líderes, aqui, com muito respeito, mas me parecem um pouco acomodados. Parece-me que o Líder do PT está naquela de “o que se conseguir aprovar, aprova-se; o que não se conseguir, deixa para depois”. O Líder do PSDB e o Líder do PFL são brilhantes: fazem as denúncias, mas ficam nas denúncias. Ninguém pensa em uma medida, por menor que seja, de ordem prática, no sentido de “vamos fazer alguma coisa, vamos fazer a nossa parte para equacionar o problema”.

Outro ponto: houve Presidência na Câmara mais ridícula do que a do Severino? A do Severino, pelo menos, alimentou a expectativa de alguém.

(Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Ramez Tebet. PMDB - MS) - Senador Pedro Simon, o tempo de V. Exª está prorrogado por mais dois minutos.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - V. Exª sempre me emociona com essa generosidade, Sr. Presidente! Muito obrigado!

Sexta-feira encerra o prazo da reforma eleitoral, e ninguém diz nada, ninguém fala nada, ninguém toma providência, ninguém diz coisa nenhuma! É sexta-feira, depois de amanhã!

Se o nosso querido Presidente do Senado tivesse deixado um pouco de lado a eleição da Câmara e se tivesse cuidado um pouco mais da reforma eleitoral, da nossa emenda, teria agido melhor.

Por isso, agradecendo a tolerância, creio que o Presidente do Senado - seja quem for que ganhe a Presidência da Câmara hoje - deve reunir-se, hoje, com S. Exª, chamar as Lideranças e decidir sobre o que vamos fazer em relação à reforma eleitoral. Creio que, se se fizer isso, se se sentar à mesa, se se reunir as Lideranças, haverá condições de, até sexta-feira, a Câmara dos Deputados votar a emenda já aprovada no Senado para podermos dizer: “Vai ser diferente. A eleição, daqui a dois anos, vai ser diferente.” Por quê? Porque votamos medidas realmente moralizadoras.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/09/2005 - Página 33365