Discurso durante a 164ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre aspectos relevantes de pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre as condições das rodovias brasileiras.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Comentários sobre aspectos relevantes de pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre as condições das rodovias brasileiras.
Publicação
Publicação no DSF de 23/09/2005 - Página 31779
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • REGISTRO, DIVULGAÇÃO, CONSELHO NACIONAL DE TRANSPORTES (CNT), ESTUDO, SITUAÇÃO, RODOVIA, ALTERAÇÃO, METODOLOGIA, PESQUISA, DADOS, CONCLAMAÇÃO, ANALISE, MEMBROS, COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA, DEFESA, UTILIZAÇÃO, RECURSOS, CONTRIBUIÇÃO, INTERVENÇÃO, DOMINIO ECONOMICO, RECUPERAÇÃO, REDE VIARIA, AUMENTO, FISCALIZAÇÃO, PESO, TRANSPORTE DE CARGA.
  • COMENTARIO, ESTUDO, FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL (FMI), PREVISÃO, REDUÇÃO, INDICE, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL.
  • REGISTRO, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, PERDA, POPULARIDADE, AVALIAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

O SR. ÁLVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apontamento

taquigráfico) - Senhor Presidente, Senhoras

e Senhores Senadores,

A Confederação Nacional do Transporte (CNT)

divulgou nesta terça-feira o mais amplo estudo sobre

as condições das rodovias brasileiras. O referido estudo

foi realizado em 2005, utilizando uma metodologia

ainda mais refinada do que a utilizada nas edições

anteriores da pesquisa.

Nesse contexto, gostaria de comentar os aspectos

mais relevantes da pesquisa: 72% dos 81.944 km

avaliados, ou seja, o equivalente a 59.029 km apresentou

algum grau de imperfeição, sendo que 31,8% foi

considerado deficiente (26.063 km), 22% mim (18.057

km) e 18,2% péssimo (14.909 km). Apenas 28% da

malha rodoviária pesquisada este ano obtive a classificação

bom (17% ou 13.922 km) e ótimo [11% ou

8.993 km).

O panorama de nossas rodovias é lastimável.

A situação da malha rodoviária brasileira representa

um entrave ao progresso econômico e social do País.

Foram pesquisados 8.736 km na região Norte, 23.976

km no Nordeste, 11.740 km no Centro-Oeste, 22.997

km na região Sudeste e 14.495 km no Sul.

Algumas conclusões da pesquisa rodoviária

CNT/2005 devem ser objeto de análise por parte dos

Senhores Senadores, principalmente daqueles que

integram a Comissão de Infra Estrutura:

- 54,6% da extensão pesquisada encontra-

se com pavimento em estado deficiente,

mim ou péssimo (44.733 km);

- 60,7% da extensão pesquisada apresenta

sinalização em estado inadequado

(49.715 km);

- 39,6% da extensão avaliada não possui

acostamento (32.474 km);

- 8,5% da extensão pesquisada tem o

acostamento tomado pelo mato (6.955 km);

- 10,1% da extensão avaliada não tem

placas (8.304 km);

- 40,6% da extensão avaliada (33.309

km)

não tem a presença de placas de limite de velocidade.

A solução para os investimentos nas rodovias

passa necessariamente pelo uso dos recursos da

Cide, atendendo a destinação original para a qual a

contribuição foi criada.

Ao analisar os dados da pesquisa CNT/2005 constatamos

que, mesmo na região Sudeste, onde está a

maioria das melhores estradas do País, o quadro não

é menos deficiente: dois terços das rodovias ou são

deficientes ou são ruins ou são péssimas.

Como atesta o especialista da Universidade de

São Paulo (USP) José Tadeu Balbo, o maior problema

é a falta de manutenção, principalmente nas rodovias

federais, que atendem grande parte do País.

Um outro agravante: o excesso de peso. Veículos

com 20% de sobrecarga são capazes de reduzir em

50% a vida útil de uma estrada. Os pontos de fiscalização

são as balanças. Mas, nas estradas federais, dos

106 postos de pesagem, apenas 15 estão funcionando.

Hoje, seriam necessários pelo menos 12 bilhões para

recuperar a malha rodoviária do País.

Segundo Flávio Benatti, da CNT, com um crescimento

econômico no patamar de 4% e considerando a

infra-estrutura que temos será impossível superarmos

os atuais gargalos logísticos.

Devemos ressaltar que a infra-estrutura viária

nessas condições impede o crescimento econômico

do País.

Aproveito o meu pronunciamento para destacar,

ainda, que o Fundo Monetário Internacional (FMI), no

seu informe sobre o Panorama Econômico Mundial,

divulgado hoje, reitera a sua previsão de redução para

3,3% de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do

Brasil, conforme anunciado em abril.

Gostaria de ressaltar que o FMI mencionou no

relatório, como fatores de risco, as possíveis repercussões

da crise política no País e a alta dos preços do

barril de petróleo.

Não podemos deixar de registrar ainda o resultado

da pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação

Nacional da Indústria (CNI) e divulgada hoje.

A avaliação ótima e boa do Governo do Presidente

Lula caiu de 35% em junho para 29% em setembro. O

Governo Federal atingiu o seu pior nível de avaliação

desde a posse do Presidente Lula.

A sondagem indicou que a avaliação ruim e péssima

do governo subiu de 22% para 32%. A avaliação

regular caiu de 41% para 36%. A confiança dos entrevistados

no Presidente Lula também caiu, de 56% em

junho para 44%, neste mês.

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/09/2005 - Página 31779