Pronunciamento de Alvaro Dias em 22/09/2005
Discurso durante a 164ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentários sobre aspectos relevantes de pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre as condições das rodovias brasileiras.
- Autor
- Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
- Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA DE TRANSPORTES.
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
- Comentários sobre aspectos relevantes de pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre as condições das rodovias brasileiras.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/09/2005 - Página 31779
- Assunto
- Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
- Indexação
-
- REGISTRO, DIVULGAÇÃO, CONSELHO NACIONAL DE TRANSPORTES (CNT), ESTUDO, SITUAÇÃO, RODOVIA, ALTERAÇÃO, METODOLOGIA, PESQUISA, DADOS, CONCLAMAÇÃO, ANALISE, MEMBROS, COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA, DEFESA, UTILIZAÇÃO, RECURSOS, CONTRIBUIÇÃO, INTERVENÇÃO, DOMINIO ECONOMICO, RECUPERAÇÃO, REDE VIARIA, AUMENTO, FISCALIZAÇÃO, PESO, TRANSPORTE DE CARGA.
- COMENTARIO, ESTUDO, FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL (FMI), PREVISÃO, REDUÇÃO, INDICE, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL.
- REGISTRO, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, PERDA, POPULARIDADE, AVALIAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
O SR. ÁLVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apontamento
taquigráfico) - Senhor Presidente, Senhoras
e Senhores Senadores,
A Confederação Nacional do Transporte (CNT)
divulgou nesta terça-feira o mais amplo estudo sobre
as condições das rodovias brasileiras. O referido estudo
foi realizado em 2005, utilizando uma metodologia
ainda mais refinada do que a utilizada nas edições
anteriores da pesquisa.
Nesse contexto, gostaria de comentar os aspectos
mais relevantes da pesquisa: 72% dos 81.944 km
avaliados, ou seja, o equivalente a 59.029 km apresentou
algum grau de imperfeição, sendo que 31,8% foi
considerado deficiente (26.063 km), 22% mim (18.057
km) e 18,2% péssimo (14.909 km). Apenas 28% da
malha rodoviária pesquisada este ano obtive a classificação
bom (17% ou 13.922 km) e ótimo [11% ou
8.993 km).
O panorama de nossas rodovias é lastimável.
A situação da malha rodoviária brasileira representa
um entrave ao progresso econômico e social do País.
Foram pesquisados 8.736 km na região Norte, 23.976
km no Nordeste, 11.740 km no Centro-Oeste, 22.997
km na região Sudeste e 14.495 km no Sul.
Algumas conclusões da pesquisa rodoviária
CNT/2005 devem ser objeto de análise por parte dos
Senhores Senadores, principalmente daqueles que
integram a Comissão de Infra Estrutura:
- 54,6% da extensão pesquisada encontra-
se com pavimento em estado deficiente,
mim ou péssimo (44.733 km);
- 60,7% da extensão pesquisada apresenta
sinalização em estado inadequado
(49.715 km);
- 39,6% da extensão avaliada não possui
acostamento (32.474 km);
- 8,5% da extensão pesquisada tem o
acostamento tomado pelo mato (6.955 km);
- 10,1% da extensão avaliada não tem
placas (8.304 km);
- 40,6% da extensão avaliada (33.309
km)
não tem a presença de placas de limite de velocidade.
A solução para os investimentos nas rodovias
passa necessariamente pelo uso dos recursos da
Cide, atendendo a destinação original para a qual a
contribuição foi criada.
Ao analisar os dados da pesquisa CNT/2005 constatamos
que, mesmo na região Sudeste, onde está a
maioria das melhores estradas do País, o quadro não
é menos deficiente: dois terços das rodovias ou são
deficientes ou são ruins ou são péssimas.
Como atesta o especialista da Universidade de
São Paulo (USP) José Tadeu Balbo, o maior problema
é a falta de manutenção, principalmente nas rodovias
federais, que atendem grande parte do País.
Um outro agravante: o excesso de peso. Veículos
com 20% de sobrecarga são capazes de reduzir em
50% a vida útil de uma estrada. Os pontos de fiscalização
são as balanças. Mas, nas estradas federais, dos
106 postos de pesagem, apenas 15 estão funcionando.
Hoje, seriam necessários pelo menos 12 bilhões para
recuperar a malha rodoviária do País.
Segundo Flávio Benatti, da CNT, com um crescimento
econômico no patamar de 4% e considerando a
infra-estrutura que temos será impossível superarmos
os atuais gargalos logísticos.
Devemos ressaltar que a infra-estrutura viária
nessas condições impede o crescimento econômico
do País.
Aproveito o meu pronunciamento para destacar,
ainda, que o Fundo Monetário Internacional (FMI), no
seu informe sobre o Panorama Econômico Mundial,
divulgado hoje, reitera a sua previsão de redução para
3,3% de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do
Brasil, conforme anunciado em abril.
Gostaria de ressaltar que o FMI mencionou no
relatório, como fatores de risco, as possíveis repercussões
da crise política no País e a alta dos preços do
barril de petróleo.
Não podemos deixar de registrar ainda o resultado
da pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI) e divulgada hoje.
A avaliação ótima e boa do Governo do Presidente
Lula caiu de 35% em junho para 29% em setembro. O
Governo Federal atingiu o seu pior nível de avaliação
desde a posse do Presidente Lula.
A sondagem indicou que a avaliação ruim e péssima
do governo subiu de 22% para 32%. A avaliação
regular caiu de 41% para 36%. A confiança dos entrevistados
no Presidente Lula também caiu, de 56% em
junho para 44%, neste mês.
Era o que tinha a dizer.