A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, agradeço a gentileza de me conceder, mais uma vez, a palavra.

Quero dizer ao Senador Arthur Virgílio, de forma muito clara e tranqüila, que não tenho nenhum problema em retirar qualquer uma das afirmações que fiz na CPMI se ficar comprovado que o que eu disse não é verdade. Não tenho nenhum problema em retirar, nenhum.

Volto a afirmar que usei como exemplo o que entendo ser a maneira de operar do Sr. Daniel Dantas, que, no caso do filho do Presidente Lula, ficou claro: ofertou muito mais do que o que acabou sendo executado na compra da Telemar. Ofertou R$ 6,5 milhões. Está lá. Eu li e, do mesmo jeito que registrei as outras questões, o fiz em relação a essa operação de buscar se aproximar e tentar enredar o filho do Presidente da República. Usei como exemplo. Se teve qualquer citação que não corresponda à verdade, não tenho nenhum problema de fazê-lo de público. Não tenho esse problema. Porque o central nessa história - e até me arrependo um pouco, porque o assunto se desviou, o assunto passou a ser incluir ou não filhos na disputa política -, o centro dessa discussão é se o Sr. Daniel Dantas tem ou não a ver com a corrupção endêmica neste País - endêmica! - de bilhões de processos em que ele está envolvido.

E quero dizer assim: não fui eu que acusei o Sr. Daniel Dantas de formação de quadrilha. É a Justiça brasileira. É a justiça inglesa que o acusa de falsificador. É a justiça americana que diz que as ações dele cheiram a roubo. São membros da Justiça que dizem isso, não sou eu, não fui eu. Eu apenas reproduzi, porque entendo - e isso eu não retiro - e volto a afirmar aqui: se tiver um concurso para corruptor, o Sr. Daniel Dantas está longe na frente. Longe! Eu tenho essa convicção. Eu tenho o direito, como Senadora, de ter opinião sobre as coisas.

E, com relação a palavras e comportamentos, é bom não termos amnésia, e é bom fazermos justiça, porque determinados comportamentos de parlamentares têm sido além do limite. Quanto ao Sr. Daniel Dantas, eu reproduzi o que está nas investigações feitas - e são gravíssimas. Mas teve gente acusada aqui por parlamentar do PFL, em CPI, de quadrilheiro - quadrilheiro! - quando não tem nenhum processo na Justiça, pois ainda estamos investigando.

Se vamos falar, se vamos fazer análises, é bom que tenhamos os pesos todos colocados de forma muito clara.

Eu não tenho nenhum problema de retirar, se cometi alguma injustiça e se faltei com a verdade. Agora, as pessoas dizerem que não retiram, sem apresentar provas, eu volto a afirmar: se declarações houve neste plenário, sem provas, a respeito da minha dignidade, da minha moralidade, da mesma forma como eu enfrentei o Sr. Roberto Jefferson, que era uma pessoa que não tinha nada a perder, eu o faço porque não tenho nada a temer, mesmo com insinuações a respeito de qualquer tipo de situação que possa ter envolvido o meu Partido no meu Estado.

Sr. Presidente, era o que eu gostaria, mais uma vez, de deixar assinalado, e também o meu compromisso com os Senadores Arthur Virgílio e Tasso Jereissati, com os quais tenho uma excelente relação e compromisso, inclusive, de civilidade no trato. Comprovado que cometi algum erro, alguma injustiça, não tenho nenhum problema de vir de público me retratar.

Muito obrigado.