Pronunciamento de Lúcia Vânia em 11/10/2005
Discurso durante a 178ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro das comemorações pela passagem do Dia das Crianças e do Dia dos Professores.
- Autor
- Lúcia Vânia (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
- Nome completo: Lúcia Vânia Abrão
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
MOVIMENTO TRABALHISTA.:
- Registro das comemorações pela passagem do Dia das Crianças e do Dia dos Professores.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/10/2005 - Página 34952
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. MOVIMENTO TRABALHISTA.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, DIA, CRIANÇA, PROFESSOR.
- IMPORTANCIA, DEBATE, EDUCAÇÃO, VALORIZAÇÃO, PROFESSOR, FORMAÇÃO, CIDADANIA.
- SOLIDARIEDADE, GREVE, PROFESSOR UNIVERSITARIO, PROFESSOR, ESCOLA PUBLICA, ESCOLA PARTICULAR, REIVINDICAÇÃO, MELHORIA, CONDIÇÕES DE TRABALHO.
A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao longo desta semana são comemoradas duas datas que se entrelaçam: amanhã, dia 12, o Dia das Crianças; no dia 15, o Dia dos Professores.
A proximidade das datas é apenas uma coincidência histórica e não houve nenhuma intencionalidade em aproximá-las.
O Dia do Professor foi criado há 178 anos, em 1827, por um Decreto Imperial de D. Pedro I, que instituiu a primeira Lei Geral relativa ao Ensino Elementar. Essa Lei foi um marco na educação imperial, tornando-se uma referência em todas as províncias.
Já o Dia das Crianças surgiu em 1920, quase cem anos depois, como projeto do Deputado Federal Galdino do Valle Filho e foi promulgado pelo Presidente Arthur Bernardes.
O Dia do Professor deve ser acima de tudo um dia para a reflexão sobre a educação em nosso país.
Falar da importância da educação é falar do papel do professor como elemento essencial do processo educativo e dos inúmeros problemas e dissabores que fazem parte do seu dia-a-dia.
São os professores que após anos e anos de preparação, tomam para si a tarefa de ensinar não só as letras e os números, mas também a de ensinar, para seus educandos, a soletrar a paz entre os povos, o valor substantivo da esperança, da solidariedade e da coragem.
Na realidade, o professor continua a ser um visionário que acredita na mudança, na cidadania e nos direitos humanos.
Diz-se que o maior sonho dos professores é tornar possíveis os sonhos do mundo. De fato, ser professor é ser um “administrador da curiosidade” dos seus alunos, é ser, acima de tudo, parceiro, é ser igual na hora de ser igual, é ser líder na hora de ser líder e é, também, entender que ensinar e aprender são movimentos de uma mesma canção: a canção da vida.
É por isso que o professor emérito da Universidade de Campinas, o filósofo e teólogo Rubem Alves disse, com toda a propriedade, que “ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra”.
O professor, conclui Rubens Alves, “não morre jamais...” Entretanto, ao destacarmos a proximidade das datas comemorativas do dia dos professores e do dia das crianças, não basta exaltarmos os professores em palavras. Como membros desta Casa, não podemos fazer ouvidos moucos quando os professores universitários estão com suas atividades paralisadas por melhores condições de trabalho, pelo não sucateamento das universidades públicas e por mais verbas para as pesquisas.
Quando os professores de todos os níveis de ensino, nas escolas públicas e/ou privadas, clamam por um mínimo de dignidade no exercício de tão nobre profissão.
Por outro lado, vamos passar mais um dia das crianças, vendo ainda milhões de crianças vivendo em condições sub humanas, com altos índices de mortalidade infantil nas regiões mais pobres do país.
Não podemos, diante deste quadro, deixar de recordar artigo do nosso colega, Senador Cristóvão Buarque que, em 2003, ainda esperançoso Ministro da Educação de um Governo que se iniciava, dizia, no dia dos professores: “...precisamos construir um sistema educacional que assegure a cada professor, a cada escola, a cada criança, as condições para a boa educação, que vai construir o futuro nacional, independentemente de onde a criança nasça e da vontade do prefeito ou do governador”.
Pois bem, este Governo passou e essa perspectiva da esperança não foi alavancada. Pelo contrário, a crise ético-moral que hoje vivemos, é um péssimo exemplo para as novas gerações.
Aproveitemos, assim, estas datas tão importantes do calendário nacional, para termos em mente as sábias palavras do educador que foi Padre Antônio Vieira: “Para ensinar sempre é necessário amar e saber; porque quem não ama não quer e quem não sabe não pode”.
Obrigada!