Fala da Presidência durante a 184ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do Dia do Aviador e do Dia da Força Aérea Brasileira.

Autor
Renan Calheiros (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AL)
Nome completo: José Renan Vasconcelos Calheiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.:
  • Comemoração do Dia do Aviador e do Dia da Força Aérea Brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 21/10/2005 - Página 35663
Assunto
Outros > HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, DIA NACIONAL, AVIADOR, HOMENAGEM, SANTOS DUMONT (MG), BRASILEIRO NATO, CRIADOR, AERONAVE, PIONEIRO, VOO, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, PILOTO MILITAR, FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.
  • COMENTARIO, EVOLUÇÃO, FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), ATUAÇÃO, INTEGRAÇÃO, TERRITORIO NACIONAL, IMPORTANCIA, SISTEMA DE VIGILANCIA DA AMAZONIA (SIVAM), DEFESA, SOBERANIA NACIONAL, RELEVANCIA, CENTRO TECNICO AEROESPACIAL (CTA), INSTITUTO TECNOLOGICO DE AERONAUTICA (ITA), EMPRESA BRASILEIRA DE AERONAUTICA (EMBRAER), DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, NAVEGAÇÃO AEREA, PAIS.

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Exmºs Srs. Embaixadores da Argélia e Myanmar; Exmº Sr. Brigadeiro Luiz Carlos Bueno, Comandante da Aeronáutica; Exmº Sr. Tenente-Brigadeiro Sérgio Pedro Bambini; Exmº Sr. General de Exército Renato César Tibau da Costa; Exmº Sr. Vice-Almirante Newton Cardoso; Exmº Sr. Tenente-Brigadeiro Juniti Saito; Exmº Sr. Tenente-Brigadeiro Paulo Roberto Borges Bastos; Exmº Sr. Tenente-Brigadeiro William Oliveira Barros; Exmº Sr. Tenente-Brigadeiro Carlos Augusto Leal Velloso; Exmºs Srs. Oficiais Generais; Exmºs Srs. Oficiais, Srªs e Srs. Senadores, quando se fala na Força Aérea e na aviação no Brasil, as primeiras lembranças que nos ocorrem são da tomada de Monte Castelo, na Itália, a heróica participação do Primeiro Grupo de Caça da FAB na Segunda Guerra Mundial, em conjunto com a Força Expedicionária Brasileira.

Tantos anos depois, ainda rendemos nossas homenagens aos oito pilotos de caça brasileiros que morreram no combate e que tiveram suas cinzas trasladadas para o Monumento aos Mortos na Segunda Guerra Mundial, junto com nossos outros 443 heróis que tombaram na luta contra o nazi-fascismo.

O heroísmo de nossos pilotos foi ainda maior diante da precariedade do treinamento, feito às pressas, em aviões norte-americanos P-47. Dezesseis dos nossos 48 aviões foram derrubados em combate.

Mas a Força Aérea Brasileira, a Aeronáutica de hoje, comandada com a seriedade, eficiência e competência do Brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, não é apenas a defesa do espaço aéreo brasileiro e o Sistema de Vigilância da Amazônia, essenciais para a consolidação de nossa soberania.

Nossa Aeronáutica vai muito além.

O Centro Técnico Aeroespacial, em São José dos Campos, e seu magnífico Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o ITA, são modelos de excelência tecnológica, de pesquisa e desenvolvimento em vários setores.

Também merece destaque a incrível capacidade tecnológica da Embraer, a Empresa Brasileira de Aeronáutica, produtora do Xavante, do Tucano e do AMX. Uma empresa que vem conquistando mercados em todo o mundo.

Senhoras e Senhores, desde que o homem conseguiu voar, nosso País esteve na vanguarda tecnológica.

Foi um brasileiro genial, reconhecido internacionalmente, o homenageado com a escolha da data de 23 de outubro como o Dia do Aviador.

Há exatos 99 anos, esse brasileiro de Minas Gerais, Alberto Santos Dumont, realizava seu vôo com o 14 Bis, em Paris, depois de muitas experiências com balões dirigíveis. Foi um vôo de 60 metros, a uma altura de três metros acima do chão. Um sucesso absoluto para a época, saudado como “a vitória completa do mais pesado que o ar”.

Santos Dumont só não é uma unanimidade como o verdadeiro inventor do avião porque, mais que um empreendedor industrial e comercial, era um amante de proezas e um desafiador de limites.

A Primeira Guerra foi um baque para o Pai da Aviação. O criador do avião de caça, o francês Roland Garros, aprendera a arte do vôo em um avião construído pelo brasileiro, em 1907. Santos Dumont ofereceu os seus serviços ao Ministério da Guerra da França, mas foi tratado com desdém e teve a sua casa e o seu automóvel requisitados para uso militar.

Deprimido, queimou seus projetos, seus desenhos, suas anotações.

Com o fim da Primeira Guerra, que deu grande impulso à aviação, começou o transporte regular de cargas e passageiros por aviões.

A maioria dos colegas de invento de Dumont ficou rica com a aviação. Mas o brasileiro, chocado com o uso do avião como arma de guerra, internou-se em uma clínica na Suíça, de onde fazia apelos para que se abolisse o uso do avião em bombardeios.

De volta ao Brasil, foi tomado de vez pela melancolia, ao ver o avião ser usado para bombardear os rebeldes na Revolta Constitucionalista de São Paulo em 1932. Santos Dumont suicidou-se em 23 de julho daquele mesmo ano.

Temos a certeza, no entanto, de que o Pai da Aviação ficaria orgulhoso, verdadeiramente orgulhoso, de ver o que é o avião comercial em todo o mundo, atualmente. E de ver a ação humanitária da Aeronáutica Brasileira, que transporta remédios, alimentos, médicos e técnicos para socorro em pontos remotos do território nacional.

Agora mesmo, helicópteros da Aeronáutica estão socorrendo a população do Acre, que sofre com um surto de rotavírus, conseqüência da seca e da baixa dos rios da região.

Nossa Aeronáutica também tem um papel importante na consolidação de nossa democracia, transportando urnas em períodos eleitorais, principalmente para áreas isoladas da Amazônia.

Há, ainda, o Correio Aéreo Nacional, que tem a função essencial de ligar ao Brasil moderno os pontos mais distantes do País.

No ano que vem, teremos o centenário do primeiro vôo de Santos Dumont com o 14 Bis.

O Brasil, tenho certeza, saberá, sem dúvida nenhuma, homenageá-lo. E saberá homenagear, com toda justiça, nossa Aeronáutica e nossos aviadores.

Muito obrigado e parabéns a todos.

O Senado está feliz com esta homenagem, com esta sessão. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/10/2005 - Página 35663