O SR. NEY SUASSUNA (PDMB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de iniciar meu pronunciamento, agradeço ao Senador Paulo Octávio a permissão para que eu falasse na sua vez. Muito obrigado, Senador.

Esta foi uma semana muito movimentada, aqui, no Senado da República. Nós recebemos muitas visitas importantes, pleiteando assuntos também importantes. Nós recebemos a representação de seis mil empresas que lutam por uma área que praticamente ninguém toma conhecimento, mas que é importância vital para o nosso País, que é o combate às pragas urbanas. Essas empresas combatem ratos, baratas, insetos. Todo mundo acha que essa é uma coisa de menor importância, mas isso não é verdade, Senador Alberto Silva. Apenas para que V. Exª tenha uma idéia, cerca de 30% da nossa safra são desperdiçados por essas pragas. Num País que produz 130 milhões de toneladas de grãos, cerca de 37 milhões são jogadas fora devido a pragas como o gorgulho, ratos etc. Também devido a isso, abarrotam-se os hospitais de pacientes com doenças gástricas, principalmente, oriundas da proximidade e do contato desses agentes com os seres humanos.

Eles aqui vieram pedir a regulamentação sanitária, a fim de que possam ser também vetores no combate aos insetos e a outros animais que criam tantos problemas para o ser humano. A exemplo do que ocorre no SUS, eles também pretendem fazer a terceirização.

Para se ter uma idéia, o volume dessa área, nos Estados Unidos, é de US$14 bilhões; no Brasil, US$400 milhões. Nós, como país tropical, deveríamos ter um combate maior que o de um país temperado, mas, infelizmente, aqui ninguém presta muita atenção no assunto.

Muitas vezes, pela falta de regulamentação, são usados venenos excessivamente tóxicos, como o chumbinho e as massas para matar baratas, que as crianças podem levar à boca, quando podiam estar sendo usados produtos de ponta e, com certeza, de menor risco para a nossa população.

Eles fizeram mais ainda, pois trouxeram uma exposição de todas essas pragas, com animais e insetos vivos e mortos, a qual se encontra ao lado do Senado no que chamam de eco-móvel. O eco-móvel, uma vitrine das pragas e de suas conseqüências, está aqui desde anteontem, no outro lado do anexo do Senado, à disposição para visitação. Muitas escolas já a estão fazendo, e o eco-móvel, que está passando por todos os Estados, deve ir para várias áreas do Distrito Federal.

Assim, quero louvar a ação dessas pessoas, que tentam organizar o seu setor e, mais do que isso, procuram ser importantes no combate a essas distorções. Lamentavelmente, a nossa saúde pública não tem prestigiado esse segmento, e tampouco nós, do Congresso, temos feito legislações a respeito. Por isso, eles trouxeram, depois da realização de um fórum de bastante tempo, algumas solicitações de melhoria de legislação, para que possam ser úteis à nossa República.

A segunda visita que recebemos foi de cientistas que vieram falar sobre a regulamentação da Lei de Biossegurança. Hoje, não falarei desse assunto com profundidade, porque eles ainda estão conversando com alguns Ministros, e, ao se completar esse fim de semana, haverá mais respostas. Na próxima semana, falarei sobre essa regulamentação. Desde março, a lei foi promulgada, mas a regulamentação completa não foi feita, e há muitas bancas de universidades com teses paralisadas, o que atinge a Embrapa, laboratórios e toda a área científica e agropecuária.

A outra visita de importância vital para o nosso País foi a do Ministro das Relações Exteriores do Irã, o Sr. Saeed Jalili. O Irã é um país em crescimento, que tem 80 milhões de habitantes e que produz cerca de oito milhões de barris de petróleo/dia, o que o transforma numa nação rica. Trata-se de uma potência em sua região e, a cada dia, estreita mais a sua relação com o Brasil.

Para os senhores terem uma idéia, estamos comprando deles US$250 milhões, e eles, de nós, US$2 bilhões, mas, a cada ano, esse valor quase dobra. Eles vieram exatamente para dizer como vêem o Brasil: como uma nação irmã. Eles evitam comprar dos países colonialistas, hegemônicos, e estão querendo prestigiar o Brasil, pois o têm como exemplo de democracia e progresso. Por isso, vieram estreitar essa aproximação. Hoje, serão recebidos - e até deverei acompanhá-los - pelo Presidente Lula, para que lhe seja entregue uma carta do Presidente do Irã, eleito recentemente, tentando algumas aproximações maiores do Brasil com aquele país.

Será um mercado importante para nós. O Irã têm uma cultura milenar, e é bom que quem não conhece seus filmes deles tome conhecimento, para ver que coisa encantadora.

Então, esses foram os três itens principais. Já houve outras visitas importantes à Liderança do PMDB, mas essas foram as três principais, que eu queria registrar.

Agradeço ao Senador Paulo Octávio. Conforme prometi, fiz uma curta intervenção, apenas para frisar a importância desses três eventos para a vida do nosso País, seja comercialmente, seja do ponto de vista de saúde ou de qualquer outro que estejamos olhando.

Muito obrigado.