Pronunciamento de Arthur Virgílio em 21/10/2005
Discurso durante a 185ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Registro de matéria intitulada "A fronteira do sucesso", publicada na revista IstoÉ, edição de 12 do corrente. Responsabilidade do governo Lula pelo surto da aftosa no Brasil, conforme define o editorial do jornal O Estado de S.Paulo, edição de hoje.
- Autor
- Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
- Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
ESTADO DE RORAIMA (RR), GOVERNO ESTADUAL.
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
- Registro de matéria intitulada "A fronteira do sucesso", publicada na revista IstoÉ, edição de 12 do corrente. Responsabilidade do governo Lula pelo surto da aftosa no Brasil, conforme define o editorial do jornal O Estado de S.Paulo, edição de hoje.
- Publicação
- Publicação no DSF de 22/10/2005 - Página 35910
- Assunto
- Outros > ESTADO DE RORAIMA (RR), GOVERNO ESTADUAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
- Indexação
-
- SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, ISTOE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, ADMINISTRAÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DE RORAIMA (RR), INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, ASSISTENCIA SOCIAL, REGIÃO.
- SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ACUSAÇÃO, INCOMPETENCIA, GOVERNO FEDERAL, RESPONSABILIDADE, RETORNO, EPIDEMIA, FEBRE AFTOSA, GADO, BRASIL.
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a tribuna, neste momento, para fazer o registro de matéria intitulada “A fronteira do sucesso”, publicada na revista ISTOÉ, em sua edição de 12 de outubro do corrente.
A matéria mostra que o Governador de Roraima, Ottomar Pinto, do PSDB, está reconstruindo o Estado, investindo na área social e em infra-estrutura.
Segundo a matéria, “Ottomar Pinto tem priorizado a modernização de hospitais e escolas, além da recuperação das estradas para escoar as safras”.
Sr. Presidente, solicito, para que conste dos Anais do Senado Federal, que a matéria acima citada seja considerada como parte integrante deste pronunciamento.
Outro assunto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que quero tratar é o seguinte:
Mais Grave Que A Aftosa é a
Incompetência do Governo Lula, Responsável
Pela Ocorrência da Moléstia
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a melhor definição para essa história toda do surto de aftosa no Brasil veio em letra de forma, num editorial de O Estado de S.Paulo de hoje: incompetência!
Concordo e já tive ensejo de assinalar aqui, como enfatiza hoje o jornal paulista: mais grave que a aftosa é outra doença que grassa no atual Governo petista: incompetência.
É grave. O Governo Lula, que, quando está no Brasil, é notícia (Chegou ao Brasil o Presidente da República!), já intitulado de Presidente Ausente, jogou pela janela todo o esforço de controle sanitário realizado ao longo dos oito anos de Fernando Henrique Cardoso. Esta é que é a verdade. E para que isso fique gravado, estou anexando a este breve pronunciamento o editorial de hoje do Estadão.
Era o que tinha a dizer.
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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.
(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)
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Matérias referidas:
“EDITORIAIS - O ESTADO DE S. PAULO”;
“A fronteira do sucesso”.
EDITORIAIS O ESTADO DE S. PAULO
Sexta-feira, 21 de outubro de 2005
Aftosa e incompetência
A doença menos grave exposta pelo surto de aftosa em Mato Grosso do Sul é a própria aftosa. A mais grave é a incompetência. Tanto em Brasília quanto em Campo Grande, o governo revelou-se, mais uma vez, incapaz de enfrentar as tarefas indispensáveis a um país moderno e com peso internacional. Pior que isso: jogou fora o esforço de controle sanitário realizado na última década.
Em vez de avançar, ao menos alguns passos, a administração pública retrocedeu. Ontem, o Ministério da Agricultura confirmou haver aumentado de 31 para 41 o número de países com restrição parcial ou total à importação de carne do Brasil. As autoridades brasileiras podem ser autocomplacentes. Mas não devem esperar do mundo a mesma tolerância às suas falhas.
A aftosa, nesse episódio, pode ter vindo ou não do Paraguai. Se não tiver vindo, terá sido por mera sorte. O controle na fronteira é quase nulo, como acaba de comprovar a imprensa. O contrabando de gado é comum na região, admitiu o delegado do Departamento de Operações de Fronteira, Antônio Carlos Videira, segundo reportagem do Estado.
O descontrole foi mostrado também, de forma inequívoca, pelo jornal Valor. Percorrendo 60 quilômetros de fronteira, uma repórter encontrou gado solto e circulando livremente entre os dois países. Fazendas brasileiras se estendem sobre a divisa, ocupando território do Brasil e do Paraguai. No fim do trajeto, um posto desativado do Ministério da Fazenda é um sinal de passagem do governo.
Segundo o governador do Departamento paraguaio de Amambay, Roberto Acevedo, o Brasil não fez sua parte e demorou a comunicar às autoridades paraguaias o aparecimento da aftosa em Mato Grosso do Sul.
Segundo o diretor do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal do Paraguai, Hugo Corrales, a última vacinação contra aftosa, no país, ocorreu no fim de julho e 98% do rebanho está imunizado.
As autoridades paraguaias estão informadas sobre as falhas do governo brasileiro. O governador do Departamento de Amambay, fronteiriço com o Estado de Mato Grosso do Sul, lembrou que o Brasil investiu apenas 2% do orçamento previsto para o combate à aftosa.
Enquanto não se comprova a origem da doença, os dois lados podem continuar trocando censuras e nenhum dos dois países lucrará com isso. Paraguai, Brasil e Argentina comprometeram-se há vários anos a desenvolver um trabalho conjunto de combate à aftosa para livrar a região da doença. Em 2001, o governo brasileiro ofereceu ajuda técnica ao Paraguai para a execução das tarefas.
No fim do ano passado, quando o governo paraguaio anunciou seu novo calendário de vacinação, o acordo entre os três países foi novamente mencionado. Se autoridades brasileiras, agora, manifestam dúvidas quanto à situação sanitária no Paraguai, é porque o acompanhamento conjunto dos trabalhos não se realizou ou foi abandonado.
O desleixo na fronteira, de toda forma, é uma demonstração bastante clara de como o programa de controle tem sido executado em Mato Grosso do Sul tanto pelas autoridades federais quanto pelas do Estado.
A multiplicação dos focos da doença, em poucos dias, é mais uma prova do descontrole. Diante do desastre, resta fazer, de imediato, o que o governo federal já começou: implantar um perímetro de segurança e sacrificar os animais nas áreas de infecção.
Mas há resistência à realização desse trabalho. Fazendeiros protestam contra a matança do gado e exigem compensação antecipada. O caso mais grave é o de pequenos proprietários, instalados em assentamentos da política agrária. Faltou a esses assentados, tudo indica, o mínimo de assistência técnica e financeira para a defesa sanitária de seus animais.
Tem faltado às autoridades federais, assim como às do Estado de Mato Grosso do Sul, a visão necessária a quem pretende apresentar ao mundo uma agropecuária moderna e competitiva.
Quando se pretende exportar, os cuidados sanitários têm de valer tanto para os grandes quanto para os pequenos fazendeiros. A fiscalização de fronteiras tem de ser implacável e minuciosa, assim como os controles da vacinação e da qualidade das vacinas