Discurso durante a 186ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentário sobre o Índice de percepções de corrupção 2005 - o grau de corrupção atribuído às relações entre o Estado e a sociedade no Brasil, divulgado pela Transparência Internacional. Registro de matéria intitulada "Justiça quebra sigilo de Zeca do PT e irmãos", publicada no jornal Folha de S.Paulo, edição de 18 de outubro do corrente.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comentário sobre o Índice de percepções de corrupção 2005 - o grau de corrupção atribuído às relações entre o Estado e a sociedade no Brasil, divulgado pela Transparência Internacional. Registro de matéria intitulada "Justiça quebra sigilo de Zeca do PT e irmãos", publicada no jornal Folha de S.Paulo, edição de 18 de outubro do corrente.
Publicação
Publicação no DSF de 25/10/2005 - Página 36044
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), COMBATE, CORRUPÇÃO, AMBITO INTERNACIONAL, DEMONSTRAÇÃO, PERDA, POSIÇÃO, BRASIL, INSUFICIENCIA, REDUÇÃO, FRAUDE, IRREGULARIDADE, PAIS.
  • REGISTRO, AUSENCIA, COMPROMISSO, GOVERNO FEDERAL, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, ETICA, IMPLEMENTAÇÃO, PROPOSTA, DOCUMENTO, AUTORIA, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), COMBATE, CORRUPÇÃO, SUBSCRIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), REGISTRO, DECISÃO, JUSTIÇA, DETERMINAÇÃO, QUEBRA DE SIGILO, IRMÃO, GOVERNADOR, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), DEPUTADO FEDERAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTICIPAÇÃO, IRREGULARIDADE, LICITAÇÃO.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, os prejuízos provocados pela corrupção e infligidos à sociedade brasileira são incomensuráveis. No Brasil, segundo a Transparência Internacional, a corrupção é tratada como “business as usual", ou seja, um negócio comum.

Como é do conhecimento das Srªs. e Srs. Senadores presentes, a Transparência Internacional, principal organização não-governamental de combate à corrupção no mundo, divulgou no início desta semana o Índice de Percepções de corrupção 2005 - o grau de corrupção atribuído às relações entre o Estado e a sociedade no Brasil.

            No índice de percepção da corrupção 2005, que se refere aos três últimos anos, a nota do Brasil caiu de 3,9 para 3,7 (em uma escala de 0 a 10, sendo 10 a melhor nota). É mister destacar, Sr. Presidente, que as avaliações que embasaram o referido índice foram feitas no início do ano de 2005 ou no máximo até o último mês junho.

Para que se possa determinar a evolução do Brasil no ranking da Transparência Internacional, é impossível comparar a lista do ano passado - que incluía 146 países - com a deste ano - com 159 países.

Essa comparação deve ser feita eliminando-se da lista deste ano os países que não apareciam no ano passado e reordenando a lista resultante. Ao se fazer isso, verifica-se que o Brasil passou da 59º posição para a 61º posição no ranking. Levando-se em consideração a margem de erro que afeta a posição de cada país, isso indica que o Brasil não piorou nem melhorou.

É importante destacar que países cuja classificação permanece inalterada são vistos pelos formadores de opinião internacionais como não tendo empreendido medidas eficazes para reduzir as fraudes. É o caso do Brasil.

Há um agravante em relação ao atual governo no que se refere às avaliações periódicas realizadas pela Transparência Internacional. Com a finalidade de tentar garantir que o novo governo assumisse o combate à corrupção como objetivo estratégico, em 2002 a Transparência Brasil apresentou ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva um compromisso anticorrupção em que se descrevia uma série de medidas concretas para iniciar um combate organizado a esse fenômeno. O então candidato Lula subscreveu o documento e incluiu quase todos os seus pontos em seu programa oficial de governo, consubstanciado no documento: ”Combate à Corrupção - Compromisso com a Ética”.

O documento, com uma sofisticada capa, criação do mago da propaganda petista, o Sr. Duda Mendonça, é dedicado in memorian ao prefeito Celso Daniel. O texto recebe contribuições de Antonino Marmo Trevisan, Aristides Junqueira, entre outros. Ao analisarmos as promessas, compromissos e enunciados contidos no documento em epígrafe, cotejando-os com a atual realidade, concluímos que a ficção norteou a sua elaboração. 

Como afirma o presidente da Transparência Internacional, o advogado alemão e ex-presidente do Banco Mundial, Peter Eigen, a eleição de Lula angariou otimismo, mas os escândalos o deixaram “muito desapontado”.

Eleito em 28 de outubro, em seu primeiro pronunciamento oficial Lula declarou que empreenderia “combate implacável” à corrupção.

Sr. Presidente: a omissão daquele que tem responsabilidade pela gestão do Estado nos conduziu a uma situação de quebra dos pilares éticos, jamais imaginada.

Como segundo assunto, gostaria de registrar a matéria intitulada “Justiça quebra sigilo de Zeca do PT e irmãos”, publicada no jornal Folha de S. Paulo em sua edição de 18 de outubro do corrente ano.

             A matéria informa que a “Justiça de Mato Grosso do Sul determinou a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do Governador do Estado, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, dos irmãos dele, Ozório Miranda dos Santose Heitor Miranda dos Santos, do Deputado Federal Vander Loubet (PT) e de sete outras pessoas e cinco empresas”. Isso, por causa do envolvimento desses nomes com supostas irregularidades na licitação que concedeu à família do governador, por trinta anos, a administração do terminal fluvial de Porto Murtinho. 

Para que conste dos Anais do Senado, requeiro, Sr. Presidente, que a matéria acima citada seja considerada como parte integrante deste pronunciamento.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Justiça quebra sigilo de Zeca do PT e irmãos”, Folha de S.Paulo.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/10/2005 - Página 36044