Pronunciamento de Teotonio Vilela Filho em 27/10/2005
Discurso durante a 190ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro do artigo intitulado "Um retrato muito feio", publicado na seção Notas & Informações do jornal O Estado de S. Paulo do dia 3 de outubro do corrente. As lições tiradas do referendo da venda de armas de fogo e munição.
- Autor
- Teotonio Vilela Filho (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AL)
- Nome completo: Teotonio Brandão Vilela Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SEGURANÇA PUBLICA.
IMPRENSA.
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
- Registro do artigo intitulado "Um retrato muito feio", publicado na seção Notas & Informações do jornal O Estado de S. Paulo do dia 3 de outubro do corrente. As lições tiradas do referendo da venda de armas de fogo e munição.
- Publicação
- Publicação no DSF de 28/10/2005 - Página 37433
- Assunto
- Outros > SEGURANÇA PUBLICA. IMPRENSA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
- Indexação
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- ANALISE, RESULTADO, PLEBISCITO, OPOSIÇÃO, DESARMAMENTO, DEMONSTRAÇÃO, FRUSTRAÇÃO, POPULAÇÃO, FALTA, SEGURANÇA PUBLICA, INCOMPETENCIA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, REDUÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, DESTINAÇÃO, COMBATE, VIOLENCIA.
- COMENTARIO, INFLUENCIA, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, RESULTADO, PLEBISCITO.
- NECESSIDADE, APERFEIÇOAMENTO, ESTATUTO, DESARMAMENTO.
- COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ANALISE, RELATORIO, ENCONTRO, ECONOMIA, AMBITO INTERNACIONAL, REDUÇÃO, CAPACIDADE, BRASIL, CAPTAÇÃO, INVESTIMENTO, CONCORRENCIA, MERCADO INTERNACIONAL, MOTIVO, FALTA, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, GOVERNO FEDERAL, AUSENCIA, SEGURANÇA, NATUREZA JURIDICA.
O SR. TEOTÔNIO VILELA FILHO (PSDB - AL. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil ainda busca tirar todas as lições do referendo de domingo passado, com seus resultados surpreendentes. Mas a primeira delas já está clara: o cidadão gritou como pôde que se sente inseguro e desprotegido com o aparelho de segurança do Estado. O cidadão protestou, a seu modo, contra os cortes de recursos do Fundo Nacional de Segurança que, segundo os jornais, caíram de 417 milhões para apenas 170 milhões, ainda assim em grande parte retidos e não liberados. O cidadão votou contra o contingenciamento linear e sem critérios que o governo Lula impõe a todo o orçamento, dos recursos da defesa animal para o combate à aftosa às verbas da segurança pública.
O referendo, Senhor Presidente, na verdade, terminou virando plebiscito sobre as políticas de segurança do governo federal e governos estaduais, todas inapelavelmente condenadas. Os números do referendo são reveladores.
Mesmo quem esperava a vitória do "não" deve ter se espantado com o percentual de quase 2/3 dos votos válidos. O "não" ganhou em todos os estados do país. No Rio Grande do Sul, um dos mais politizados, a proporção foi de quatro para um. Nos municípios com mais de 200 mil habitantes, o "sim" só ganhou em dois.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o referendo é exemplo típico de como a campanha de televisão e rádio pode mudar posições. Antes de seu início, o "sim" tinha mais de 2/3 das intenções de voto. Com poucos dias de tv e rádio os resultados já haviam se invertido, porque a campanha do "sim" perdeu seu foco, esqueceu de oferecer argumentos de convencimento, restringindo-se a depoimentos de artistas de grande prestígio pessoal, mas sem credenciais maiores para defender essa ou aquela política pública. O "não”, ao contrário, foi mais objetivo, mesmo que, a meu ver, tenha utilizado sofismas de pouca consistência mas de muito apelo. Pessoalmente votei pelo "sim". Acho que a posse ou uso de armas não vão aumentar a segurança pessoal, mas apenas aumentar as chances de um bandido tomar essas armas. Tenho de reconhecer que estava na contramão do sentimento popular. Pessoalmente também considero o Estatuto do Desarmamento, que da mesma forma aprovei, um grande e necessário avanço para evitar sobretudo o crime de motivação fútil. Mas com o resultado do referendo é forçoso rediscutir o próprio Estatuto do Desarmamento que, de alguma forma, também foi reprovado.
Democracia tem disso. Sem o referendo, Sr. Presidente, ninguém imaginaria que 2/3 do país fossem contra a proibição da venda de armas e munições. Agora é preciso dar conseqüência ao "não". A menos que o referendo tenha sido apenas uma brincadeirinha de democracia direta.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o segundo assunto é para registrar o artigo intitulado “Um retrato muito feio”, publicado na seção Notas & Informações do jornal O Estado de S. Paulo do último dia 3 de outubro do corrente.
O artigo trata do novo relatório de competitividade do Fórum Econômico Mundial que posiciona o Brasil em 65º lugar, o que representa uma queda de oito posições em um ano.
Segundo o artigo, “os entrevistados, 212 executivos de 190 empresas, queixaram-se da ineficiência do governo, de sua falta de transparência e da insegurança jurídica. O julgamento mais desfavorável do governo e do meio institucional teve mais peso, na classificação geral do país”.
Sr. Presidente, requeiro que o referido artigo seja considerado como parte integrante deste pronunciamento, para que passe a constar dos Anais do Senado Federal.
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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR TEOTÔNIO VILELA FILHO EM SEU PRONUNCIAMENTO.
(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)
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Matéria referida:
“Um retrato muito feio”, O Estado de S. Paulo.