A SRª HELOÍSA HELENA (P-SOL - AL. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Agradeço ao Senador Tião Viana a permuta.

Sr. Presidente, Srs. Senadores, para variar, mais uma sexta-feira esvaziada, com quase os mesmos de sempre.

Eu preciso fazer um apelo ao Governo de Alagoas ou à Companhia de Abastecimento de Águas do meu Estado, porque uma das regiões mais difíceis do Sertão de Alagoas, das mais secas, que é justamente a cidade de Major Isidoro, está há mais de 50 dias sem água. Esse é um problema gravíssimo no sertão de Alagoas.

Isso é impressionante: enquanto o Governo Federal acumula superávit para encher a pança dos banqueiros, esvazia completamente os projetos de infra-estrutura que melhoram a vida objetiva das pessoas, especialmente das comunidades mais pobres, seja em Major Isidoro, seja no Sertão de Alagoas, no Agreste, na Zona da Mata, no próprio baixo São Francisco, na região Norte, ou em qualquer lugar do País. E aí não há os investimentos necessários de infra-estrutura.

E agora, infelizmente, como se o Governo achasse pouco legitimar a verborragia da patifaria neoliberal, parece que quer aumentar o percentual do superávit. Isso é um escândalo nacional. Mas vamos esperar para fazer esses comentários na próxima semana, caso o Governo predisponha-se de tal forma a bajular e a tornar-se mais subserviente ainda.

Não sei se o faz para comemorar a visita do grande assassino da humanidade, George Bush, que vem ao Brasil na próxima semana para comer churrasco com o Lula. Pena que o churrasco não esteja contaminado com a aftosa, porque aí aquele cão louco poderia babar com a boca cheia de afta, produzindo muita saliva, para ver se se envergonhava diante de tudo o que produziu de dor, de miséria e de sofrimento com a sua política econômica, dinamizando a economia americana, jogando mais da metade do orçamento do seu país para a produção de armas a fim de fazer guerras em países inteiros.

Aqueles que sentem como se fossem filhos seus as mulheres que são estupradas com fuzis, as crianças que têm seus crânios estourados pelas balas produzidas pelo governo americano, espero que na próxima semana façam o protesto necessário, com a vinda do grande assassino que posa de delegado da humanidade. Às vezes ele é tão ousado, que fala em nome de Deus. Posiciona-se tal qual o filho do Lúcifer, mas, no seu moralismo farisaico, fala em nome de Deus.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu não poderia deixar de fazer hoje uma homenagem aos trabalhadores do setor público. Parece até estranho, porque hoje é o dia do funcionário público, e a Câmara dos Deputados e o Senado Federal estão funcionando. Hoje, por ser ponto facultativo ou feriado, pela homenagem a esse dia, a maioria dos trabalhadores do setor público do Brasil têm suas atividades paralisadas. Então, quero homenagear todos os trabalhadores do setor público desta Casa, que, sem dúvida, são essenciais para os nossos mandatos legislativos, quer sejam os do meu gabinete ou os do Senado de uma forma geral, para que possamos cumprir as nossas obrigações constitucionais.

Portanto, ao saudar os trabalhadores, faço, mais uma vez, um apelo para que o Governo Federal faça a reabertura das negociações. São muitos os trabalhadores do setor público, das universidades e de outros setores que estão em movimento de paralisação, em movimento de greve, pela mais absoluta insensibilidade do Governo. É um Governo que nem conseguimos classificar, denominar, adjetivar. Sendo assim, apelo, mais uma vez, para que o Governo reabra as negociações, a fim de que os trabalhadores do setor público que estão em greve, em movimento de paralisação, possam retornar às suas atividades, retomando e tendo garantida a dignidade do seu trabalho. Manifesto, portanto, a minha saudação.

Sei que é muito fácil aniquilar moralmente os trabalhadores do setor público, desde o Governo Collor com a farsa dos marajás, passando pelo Governo Fernando Henrique, agora no Governo Lula. O atual Governo, inclusive, desrespeitando todas as lutas dos trabalhadores do setor público na eleição do Presidente Lula e na construção do PT, teve uma política absolutamente infame, de desrespeito aos trabalhadores do setor público não apenas federal, mas também estadual e municipal. Espero realmente que, neste momento, de alguma forma, o Governo possa ser sensibilizado, até porque são os trabalhadores do setor público que acabam viabilizando tanto as atividades que são prerrogativas exclusivas do setor público como aquelas que, embora não sejam prerrogativas exclusivas do setor público - porque o setor privado também presta serviço, mas pago -, acabam sendo por eles viabilizadas e que significam a única referência para os filhos da pobreza. Os trabalhadores do setor público nas áreas de saúde, de educação, de segurança pública e em outras que são desenvolvidas para prestar serviços aos filhos da pobreza acabam viabilizando os serviços que constituem a única referência para os filhos da pobreza espalhados pelo País.

Portanto, nossa homenagem a todos os trabalhadores do setor público, que muitas vezes estão prestando serviço aos filhos da pobreza e às vezes sequer conseguem a prestação desses serviços para seus próprios filhos.

Nossa homenagem, em nome do P-SOL, aos trabalhadores públicos daqui do Senado, da Câmara e de vários outros setores. Espero que tenhamos a coragem necessária para fazer o enfrentamento em relação ao aumento que foi aprovado para os trabalhadores do Congresso e para os trabalhadores do Tribunal de Contas da União. Que não fiquemos reféns, acovardados, diante da política do Palácio do Planalto e que o Governo reabra as discussões para que os trabalhadores do setor público possam ver retomadas as negociações para que possam sair do movimento de greve.

É só, Sr. Presidente.