Discurso durante a 187ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento, ocorrido ontem, da ativista afro-americana dos direitos civis, Sra. Rosa Parks, ícone dos direitos humanos nos Estados Unidos da América.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento, ocorrido ontem, da ativista afro-americana dos direitos civis, Sra. Rosa Parks, ícone dos direitos humanos nos Estados Unidos da América.
Publicação
Publicação no DSF de 26/10/2005 - Página 36218
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MULHER, NEGRO, CIDADÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), LIDER, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO RACIAL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em 1955, nos Estados Unidos, na cidade de Montgomery, no Alabama, a cidadã Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar no ônibus para um homem branco. Àquela altura, as leis atrasadas, as antileis do Alabama diziam que ela, mulher negra, deveria ceder o lugar a um homem branco, apenas por ser branco. Foi um grande gesto. Ela acaba de falecer em Detroit. Rosa Parks é exemplo da luta de todos os democratas do mundo inteiro por igualdade de gênero, por igualdade racial, pelo fim dos ódios étnicos, por justiça social, por um mundo que preveja a beleza da igualdade de oportunidades, por um mundo que preveja o império de leis que sirvam efetivamente a tocar a sociedade para frente. Rosa Parks merece ser, por todos nós, homenageada, Senadora Patrícia Saboya Gomes, e V. Exª eu sei o quanto é sensível a essa luta, pela vida que V. Exª descreve em sua trajetória brilhante de Parlamentar.

Rosa Parks merece que o Senado da República do Brasil dela se lembre. Todos devem ter se comovido com a sua lembrança. Aqui no Brasil, é fundamental que saibamos cultuar os verdadeiros valores. Nada mais bonito, nada mais heróico, nada mais corajoso, nada mais bravo do que uma mulher negra, em pleno racismo do Alabama daquela época, dizer: “Eu não me levanto para o senhor apenas porque o senhor é branco, sendo eu uma mulher negra. Não me levanto!” Então, Rosa Parks significa para nós um exemplo de liberdade que se espalha para o mundo como o bom vento. O bom vento é assim: faz com que as pessoas que morrem fiquem imortais, não morram, até porque suas vidas não se destinaram a morrer na pequenez dos pequenos gestos, mas a se perpetuar na grandeza dos gestos imorredouros. Não tem nada mais imorredouro, mais imortal - por isso ela é imortal - do que a luta por liberdade.

Portanto, uma enorme saudade de alguém que não conheci.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/10/2005 - Página 36218