Discurso durante a 193ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referências ao pronunciamento da Senadora Heloísa Helena. Considerações sobre como irá se comportar os partidos políticos na campanha eleitoral de 2006.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. CONGRESSO NACIONAL. LEGISLAÇÃO ELEITORAL.:
  • Referências ao pronunciamento da Senadora Heloísa Helena. Considerações sobre como irá se comportar os partidos políticos na campanha eleitoral de 2006.
Publicação
Publicação no DSF de 02/11/2005 - Página 37996
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. CONGRESSO NACIONAL. LEGISLAÇÃO ELEITORAL.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), HISTORIA, NATUREZA SOCIAL, BRASIL, QUESTIONAMENTO, FUTURO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, POSTERIORIDADE, CRISE.
  • CRITICA, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), CONCESSÃO, HABEAS CORPUS, DEPOIMENTO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ACUSAÇÃO, PREJUIZO, TRABALHO, INVESTIGAÇÃO, IRREGULARIDADE, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
  • DEFESA, REALIZAÇÃO, REFERENDO, QUESTIONAMENTO, MANUTENÇÃO, REELEIÇÃO.
  • CRITICA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INICIO, CAMPANHA ELEITORAL, OBJETIVO, REELEIÇÃO.
  • APREENSÃO, POSSIBILIDADE, ACORDO, CONGRESSISTA, GOVERNO FEDERAL, OBJETIVO, OBSTACULO, INVESTIGAÇÃO, IRREGULARIDADE, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, SEMELHANÇA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), BANCO DO ESTADO DO PARANA S/A (BANESTADO).
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, SUPERIORIDADE, GASTOS PUBLICOS, PAGAMENTO, DIVIDA EXTERNA, PROTESTO, FALSIDADE, INFORMAÇÃO, PROGRAMA POLITICO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, na verdade, na verdade, o que a Senadora Heloísa Helena quis dizer nesta tribuna? Prestei atenção ao seu pronunciamento desde o início. O que S. Exª quis dizer?

Que coisa interessante uma Líder da competência, da capacidade da Senadora Heloísa Helena, de repente, vir aqui, como se fosse professora, para nos dar uma aula para dizer o que é o PT!

O mais importante é que, na verdade, na verdade, ficamo-nos perguntando: É o PT o que diz a Senadora? Em caso negativo, gostaria que a Senadora por Santa Catarina, que topa a parada, dissesse o que é o PT. Seria muito interessante isso.

O SR. EDUARDO SUPLICY (PT - SP) - Eu posso falar.

A SR. HELOÍSA HELENA (P-SOL - AL) - Você não fala nada.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Não seria conveniente que fosse o Senador Eduardo Suplicy a fazer tal discurso, porque, quando se refere ao PT, S. Exª fala o que é o PT que gostaria que fosse - e estamos todos de acordo com isso. Aliás foi uma pena S. Exª não ter ganhado aquela prévia do Lula, que na época parecia um absurdo. Caso isso tivesse ocorrido, hoje as coisas estariam bem diferentes.

O que é o PT? A maior organização partidária que semeou a maior esperança na vida do Brasil. A maior organização que teve origem, povo, idéias, conteúdo, que sacudiu, que mexeu, que veio das bases clericais, das bases sindicais, do bairro, da vila, que reunia gente, discutia e analisava, que apresentava propostas, idéias. Foi o PT. Os outros Partidos, até o meu PMDB, o velho PTB, tínhamos grandes nomes como Alberto Pasqualini, um homem fantástico, extraordinário. Suas idéias daquela época valeriam hoje para o mundo inteiro. Mas o Pasqualini não era o PTB. Era uma pessoa que pouca gente no PTB conseguia apoiar. O PTB se identificava mais com as idéias do Sr. Leonel Brizola, que, na verdade, eram as idéias da época, da situação em que ele se encontrava. O PT, não. E olha que o PT tinha um punhado de intelectuais, jovens, cientistas e religiosos, que eu ficava com inveja.

Eu... O PMDB do Rio Grande do Sul me olhava com certa mágoa: “Por que tu não vais para lá então?” Porque eu pensava que o PT estava a caminho de fazer uma transformação social no Brasil. Eu achava. Mas, agora, acho que tem razão a Senadora Heloísa. Eu não dou as respostas que S. Exª dá, mas eu fico nas perguntas. Afinal de contas, o que é o PT? Qual é o papel do PT? O que ele representa? Teríamos de perguntar hoje quem é o PT. Frei Betto não tem mais nada que ver com o PT. Se pegarmos a linha progressista da Igreja, a igreja dos índios, etc e tal, ela não tem mais nada que ver com o PT. Se pegarmos um punhado de líderes de primeira grandeza - a Heloísa Helena aqui, mais lá na Câmara dos Deputados -, não têm mais nada que ver com o PT. Quem ficou? E o que defende quem ficou?

De repente, ainda hoje, uma notícia espetacular. O que se esperava completar até o fim do ano se completou hoje. Quer dizer, o arrocho fiscal mais espetacular da história do Brasil. E eu, que passei anos aqui falando mal do Delfim! O Delfim era quase um socialista, comparado ao Ministro que está lá hoje.

O que quer o PT? Que coisa impressionante! O PT foi a memória ética deste País; foi o Partido que apontou. Às vezes, ele era rígido demais, era duro, e eu era favorável. Às vezes, os procuradores, o Francisco, vinham com uma linha ultra-radical e eu era favorável, porque achava que tinha de ser feito assim. Afinal, somos um país em que só vai para cadeia ladrão de galinha; um país em que não acontece nada, nada, nada, nada; um país em que as instituições são de mentirinha...

Cá entre nós, com todo o respeito, e o nosso Congresso Nacional? Se olharmos, acho que não há, no mundo, Parlamentar quem tenha as vantagens que temos. O Senado é uma maravilha, com televisão, memorial... Temos o que há de melhor no Parlamento no mundo inteiro. Mas o que decidimos? O que conseguimos votar? O que conseguimos resolver a favor do social e a favor da ética, da dignidade e da seriedade neste País? Olhem que muito Parlamentar é homem de bem, homem sério, homem responsável, mas caímos num faz-de-conta, de mentirinha, que é o que, de certa forma - perdoem-me -, está acontecendo agora com a CPI. Eu me nego a comparecer à CPI, porque é um absurdo. O cara mente com a cara mais deslavada, e o Supremo Tribunal Federal se dá ao desplante de conceder um habeas corpus para o cara vir aqui e não precisar dizer a verdade! Eu nunca vi em outro lugar do mundo acontecer coisa dessa natureza. O Congresso Nacional não pode prender, não pode matar, não pode fazer coisa nenhuma. Ele vem e fala. É só isso que pode acontecer. Não, ele vem com um habeas corpus, que não precisa dizer a verdade. Num país em que já ninguém diz a verdade, o cara ainda vem com um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, dizendo que não precisa dizer a verdade. Ele diz: “Mas eu já não dizia, não sei por que está me dando isso”. Então, o que estamos fazendo, o que queremos e para onde nós vamos?

O Lula está numa posição igual à de Fernando Henrique Cardoso. Lá pela tantas, Fernando Henrique queria a reeleição. Para que, não sei, mas queria a reeleição. E passou a viver em função da reeleição. Parou tudo e comprou votos, tantos quantos necessários, na Comissão da reeleição e fez a reeleição.

O Lula agora começou a etapa da reeleição. Numa situação muito pior que a de Fernando Henrique. Porque Fernando Henrique, quando estava na etapa da reeleição, não estava no chão como está o Lula. Pois o Lula agora liberou a sua gente para trabalhar pela reeleição.

Olha, penso que, se este Congresso tivesse realmente peso e autoridade, que coisa boa se terminássemos com a reeleição, se tivéssemos categoria e classe para fazer um referendo! Não fizemos um referendo para as armas? Vamos fazer um referendo para ver se o povo quer reeleição ou não quer. Esse seria um referendo sério, para valer.

Olha, meus irmãos, esse negócio de Cuba, em primeiro lugar, sempre ouvi falar disso. Cá entre nós, sempre ouvi falar que Cuba havia remetido dinheiro. Acho quase impossível que alguém prove alguma coisa hoje. Passado esse tempo, acho realmente impossível provar-se algo, pois já existem muitas irregularidades em relação ao Governo. Havendo essas irregularidades em relação a este Governo e aos governos anteriores, tenho medo de que ocorra um baita acordão, e vamos ficar falando sozinhos. Vamos chegar aqui, de repente...

É claro que vão cassar o Chefe da Casa Civil e essas pessoas que estão nos jornais, porque também... O cara vai até a sede do Banco Rural, num shopping center, no nono andar, para pegar dinheiro, ou vai a um quarto de hotel, ao quarto da secretária, para pegar dinheiro com a mala. Tinha de ser e vai ser cassado. Agora, fora isso, quanto aos assuntos mais sérios, com mais conteúdo, mais profundidade, tenho medo de que haja um grande acordão: “Não convoque o fulano, e nós não convocamos o filho do Presidente”, “Tira fora o filho do Presidente, e nós tiramos fora o fulano de tal”, “Não entre nesse terreno, e nós não entramos naquele”.

Essa situação é exatamente a mesma que ocorreu na Comissão do Banestado. O Sr. Deputado José Mentor teve a coragem de apresentar um relatório final que não mencionava o Banco Rural e não tinha uma vírgula sobre o atual Presidente do Banco Central. O Banco Central era uma organização 1000%. Demolia o Fernando Henrique, demolia o Banco Central do Governo anterior e trazia horrores do Governo anterior. Porém, sobre o atual Governo, não havia nada. Aí vem o Presidente da Comissão e faz um voto em separado. E pega a outra metade. Tudo aquilo que o Mentor botou fora, ele buscou do lixo e fez o parecer dele. E tudo aquilo que o Mentor tinha posto, ele tirou fora. Então, nós temos dois pareceres que se complementam. O que eu fiz? Eu peguei os dois pareceres e disse: eu quero dizer que o Sr. Mentor tem razão, tudo o que ele diz é verdade. E quero dizer que o Presidente da Comissão também tem razão, tudo o que ele diz é verdade. Por isso, estou apresentando este parecer aqui. O que se fez? Pegaram os três, botaram no lixo, e a Comissão não concluiu nada.

E o dossiê? Foi o maior dossiê da história do Congresso Nacional. Foi a primeira vez que conseguimos que a Justiça americana enviasse para nós caixas com os comprovantes das CC5. E dizem que os primeiros nomes são nomes conhecidíssimos, inclusive nesta Casa, por isso não andou. Por isso não andou! Estão lá na gaveta, se é que não roubaram. E não se fez nada.

Na verdade, houve um grande acordão. Do Presidente do Banco do Brasil do Fernando Henrique passou-se uma perna em cima, e do atual Presidente do Banco Central, do Presidente Lula, passou-se uma perna em cima. Eu sinto no ar um cheiro de que essas coisas vão acontecer.

Mais agressivo que fica o tom, mais dura que fica a matéria, eu sinto no ar que essas coisas vão acontecer. Eu até estou vendo um gran finale, que é uma grande e bonita reconciliação como começou o Governo.

O Governo começou com um grande entendimento do Fernando Henrique e da sua equipe de transição com o Lula. Vai acontecer aqui. Vamos encerrar, e esses indecentes Senadores e Deputados que pegaram dinheiro, essa coisa toda, esses estão fora. Agora, o Governo não. O Governo é sério. Os Correios são uma instituição séria. Os fundos de pensão são instituições mais do que sérias. A Petrobras, pelo amor de Deus, é uma instituição seriíssima. Os parentes do Governo, do Presidente, estão acima do bem e do mal.

E não é que no PSDB também há gente muito séria. Gente séria! O Fernando Henrique é seriíssimo. Aliás, o Lula deve até dizer: “Ô, Fernando, eu copiei o teu governo, eu copiei o teu governo e procurei até melhorá-lo um pouco; eu até tive mais elogio do que tu no Banco Mundial; eu até tive muito mais elogio do que tu do Fundo Monetário; eu paguei muito mais juros do que tu; tu achavas que era o líder mundial do pagamento de juros da dívida, pois eu paguei muito mais do que tu”. Esse é o Governo do Dr. Lula - campeão de pagamento de dívida.

Eu não sei quem é o PT e o que quer o PT. Eu confiei na tese do Tarso Genro. Achei-o um pouco aventureiro, um pouco sonhador. O que ele queria? Ele queria fazer uma lavagem interna. Vamos nos reunir e fazer uma depuração, uma autocrítica aberta, e o que tem que se dizer que se diga, o que tem que se colocar para fora se bote, e o que tem que expulsar que se expulse. Vamos recriar o PT, se é alguma coisa realmente importante, porque reconhecer as culpas antes de ser apeado do Governo e fazer a moralização por dentro é algo importante.

Coitado do meu amigo Tarso, ficou falando sozinho. Pelo que ele falava, dava a entender que tinha a cobertura total do Lula, que tinha conversado com o Lula, que lhe dizia: esse é o caminho. De repente, quando se falou em tirar o José Dirceu, tiraram o Tarso.

E o PT é esse que está aí. Tem coisa interessante. Há duas figuras que vejo com o maior respeito: Maria do Rosário e Raul Ponte. Um é primeiro vice, o outro, secretário, terceiro vice. Quero ver o que Raul Ponte e Maria do Rosário vão fazer nessa Executiva. Quais são as propostas do Sr. Raul Ponte e da Srª Maria do Rosário? Não tenho a mínima idéia. Sinceramente, não tenho a mínima idéia. Sei que o Sr. Raul Ponte não é homem de levar desaforo para casa. Ele é de uma linha enérgica, dura. O seu linguajar é respeitoso, mas no limite da tolerância. Não sei para onde ele vai, o que vai dizer, o que vai apresentar. Só sei que estamos caminhando num sentido: na eleição do ano que vem, não vamos ter que buscar a terceira via, vamos ter que buscar a segunda via, porque vamos ter a primeira via A e a primeira via B. E vai haver uma certa disputa. O Fernando Henrique vai querer defender a primeira linha A, que o PSDB começou primeiro, e aí o Lula vai responder: “não, a primeira linha A é o PT, que é quem está no poder. Se eu estou no poder, sou a primeira linha”. Mas os dois representam a mesma coisa.

Outro dia eu vi o programa do PT. Achei corajoso o programa do PT, mas corajoso mesmo! Não foi o Duda quem fez. Não sei quem fez. Mas quem fez não tomou conhecimento de nada do que está acontecendo no Governo, pois foi no Governo mais íntegro, mais sério, mais puro, mais honesto, mais decente e mais digno que se começou a mostrar as realizações do Governo. O Governo que mais construiu casa popular, que mais distribuiu bolsas de estudo, que mais olhou para o social, que mais fez não sei o que foi o do PT. Quando vi aquele programa, passei a entender. Vamos ter uma eleição no ano que vem com a mesma cara-de-pau da eleição passada. Os partidos vão defender as mesmas idéias, com a mesma cara-de-pau e com a mesma firmeza.

Olha, eu não creio que isso chegue a um resultado. Eu estou rezando para que o meu MDB, com todos os seus erros e equívocos, consiga apresentar - e ele tem nome de respeito -, em uma prévia, uma terceira via. E eu espero que a esquerda - V. Exª, Senadora Heloísa Helena; V. Exª, bravo Senador Cristovam Buarque - faça o que nunca fez: se entender. Entender-se no sentido de oferecer uma proposta com o mínimo de conteúdo. E, nessa altura, não precisa ser uma proposta mágica.

Eu me lembro das palavras do Primeiro-Ministro da Espanha Adolfo Suárez, no início do socialismo de seu governo, quando ele tinha uma credibilidade enorme e teve uma reeleição espetacular. Ele dizia em seu discurso inaugural que, candidatando-se novamente, conseguiria a maioria no Congresso para ser primeiro-ministro. O povo, diz ele, não quer milagre; o povo não quer que se prometam coisas espetaculares.

(Interrupção do som.)

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Já encerro, Sr. Presidente.

O povo não quer que se saia em uma corrida rumo à felicidade e ao desenvolvimento social. O que o povo quer é que a gente seja firme no falar e que o passo seja para a frente. Ainda que devagar, mas sem recuar, para a frente. É o que o meu Partido está fazendo, dizia ele. É o que, de certa forma, a gente terá que fazer.

Prometer Fome Zero, Lula já prometeu; prometer 15 milhões de empregos, Lula já prometeu; prometer não sei quantos milhões de habitações, Lula já prometeu. Creio que ninguém vai conseguir prometer mais do que Lula, nem Sua Excelência mesmo. Bandalheira e vigarice ninguém conseguirá fazer mais do que se está fazendo agora.

Creio que o povo haverá de ter um sentimento de abrir os olhos para conseguir ver além da mentira, além da hipocrisia e da falsidade de uma imensa maioria de políticos brasileiros. Confio nisso, Sr. Presidente.

A imprensa está dizendo que, hoje, o candidato do PSDB está com 40% e o candidato do PT está com 40%. Que os dois, em si, resolveram o problema. Já assisti a esse filme no Rio Grande do Sul. Já sei qual é o resultado. É muito provável que o resultado seja o mesmo para o Brasil. Cada um falará do outro a pura verdade. Tudo o que o PT disser do PSDB é verdade. Tudo o que o PSDB disser do PT é verdade.

Muito obrigado e agradeço pela tolerância de V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/11/2005 - Página 37996