O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ilustre Senador João Alberto Souza, que tão bem representa o nosso querido Estado do Maranhão, Srªs e Srs. Senadores, como Parlamentar eleito pelo DF e cidadão aqui erradicado desde a juventude, eu jamais poderia deixar de trazer a esta tribuna o seguinte registro: “os brasilienses são os brasileiros mais satisfeitos com a qualidade de vida que têm”, segundo pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas.

            Entre as 11 Capitais pesquisadas e suas regiões metropolitanas, além de Brasília, estão São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, Fortaleza, Recife e Salvador.

            Brasília aparece no topo do ranking do índice de condições de vida, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas a partir dos dados da Pesquisa de Orçamento Familiar. Foram considerados aspectos - 12 variantes - tais como renda, quantidade e qualidade da alimentação, serviços de água, iluminação, fornecimento de energia, poluição, violência, segurança e condições de moradia e preservação ambiental.

            A pontuação da nossa Capital Federal - é bem verdade que considerado, de per si, o Plano Piloto - foi de 108% acima da média, quantificação muito superior em se considerando a população nacional objeto de estudo. Em todo o território brasileiro, fizeram parte da pesquisa 48.470 domicílios - donde se concluiu que, de fato, os brasilienses são os que mais se aprazem com a vida que levam.

            São dados importantíssimos, que, de fato, nos enchem de orgulho - a nós, os habitantes de Brasília -, esta cidade que, com apenas 45 anos de idade, é a materialização do sonho de Dom Bosco, revelado no séc. XIX, e a prova inconteste do descortino e da extraordinária capacidade de realização do grande estadista Juscelino Kubitschek, seu fundador.

            Inaugurada em 1960, Brasília foi construída em 41 meses, a partir dos traços geniais de Niemeyer e Lúcio Costa, da pertinácia de Rondon e pelas mãos de milhares de anônimos - verdadeiros heróis do Planalto Central - provindos de todas as partes do País, especialmente do Nordeste. Aqui se encontraram, aqui se encontram brasileiros de Norte a Sul do Brasil, convivendo com suas diferenças, compartilhando-as. Brasília pulsa e ostenta, portanto, não a face, mas as multifaces do nosso País.

            Sob a visão política, o resultado obtido, calcado nas variantes adotadas, representa, segundo especialistas, um retorno dos investimentos feitos pelo governo local nas áreas citadas. Com efeito, não há que se negar os resultados e não há como não os associar ao trabalho político-administrativo e institucional que vem sendo levado a efeito aqui no Distrito Federal.

            Sociólogos asseveram - o que também aos leigos não é difícil inferir - que pessoas felizes, satisfeitas com a sua qualidade de vida, trabalham com mais afinco e produzem mais. A produção, quanto maior, mais atrai investimentos, o que impacta e acresce a renda social.

            Por outro lado, é notório serem a qualidade de vida e a sensação de segurança na ambiência social fatores de grande peso na imagem da cidade escolhida para se investir.

            Recentemente, a Federação das Indústrias do Distrito Federal usou, com êxito, essas duas variantes para atrair investidores russos e japoneses para Brasília. São características que, somadas à renda per capita da Capital, contribuem para que o nosso turismo não seja apenas um efetivo potencial, mas uma realidade de valia e cada vez mais próxima de se consolidar.

            Deve-se, no entanto, reconhecer ter o estudo em questão se restringido ao Plano Piloto, o que foi determinante quanto à considerável distância em pontos percentuais alcançados por Brasília na pesquisa em relação às demais metrópoles consideradas. Das 11 áreas pesquisadas, Goiânia, que ficou em segundo lugar, alcançou 27,92% contra os mais de 108% da Capital Federal - primeira colocada.

Além disso, outro aspecto nos chama a atenção: Brasília apresentou percepção nula da violência para a classe “E” (até R$300,00 de renda familiar). Isso significa que essas pessoas, que moram no Plano Piloto, sentem-se seguras

            Há que se considerar, ainda, que a despeito de terem sido elididos dos dados estatísticos em questão as cidades-satélites do DF, pesquisas recentes feitas com base em critérios da ONU apontaram que, também em relação a estas, os índices de qualidade de vida são maiores, relativamente à média nacional.

Note-se - e trata-se de algo relevante - que, segundo o criador dos institutos de pesquisa e de estatística, o alemão Aschenwall (1719 - 1772), revelam não só a realidade, mas, preponderantemente, refletem o olhar da sociedade sobre si mesma. Sob esse prisma, também são vetores essenciais a serem contemplados por quaisquer políticas públicas a serem adotadas para a propulsão da urbis em geral.

É oportuno registrar também que, pela terceira vez consecutiva, caiu a taxa de desemprego no Distrito Federal para 19,5%. Trata-se da menor taxa desde junho de 1997.

Concedo um aparte ao ilustre Senador Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Paulo Octávio, atentamente ouço V. Exª, bem como Brasília e o Brasil. Quero dizer-lhe que Brasília, hoje, é tudo, é nossa. O Piauí tem tudo a ver com essa situação. A maior colônia de brasileiros que veio para construir Brasília foi de mineiros, depois a nossa, a de piauienses. Fiz uma pesquisa - ajudou-me muito o Zezinho - sobre qual é a cara de Brasília, sobre o que significa, hoje, Brasília. Essa gente, essa massa. Veja o resultado de minha pesquisa. Ouça a voz rouca das ruas: Dom Bosco, Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Joaquim Roriz e V. Exª, Paulo Octávio.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF) - Senador Mão Santa, V. Exª tão bem representa a colônia piauiense aqui, que é tão numerosa, tão gentil e tão trabalhadora. Os piauienses ajudaram muito a construir essa cidade, com afinco, com determinação. Sofreram muito, vieram para cá na época mais difícil, amassando o barro, comendo poeira, passando as maiores dificuldades. O Brasil é muito grato à colônia piauiense residente hoje em Brasília, que é muito numerosa. São mais de 200 mil piauienses, que representam a força da geração econômica da nossa cidade.

Senador Mão Santa, para os menos abastados, habitantes de Brazlândia, Planaltina, Paranoá e outras cidades do DF, o mês de junho foi sobretudo positivo, observando-se uma redução de 3,6% na taxa de desemprego. Os setores que mais contribuíram para esse percentual foram a construção civil, com mais 12,6%, e o comércio, com 3,9%.

O rendimento médio dos ocupados - autônomos e assalariados - ficou em R$1.244,00 entre abril e maio de 2005. Ao todo, criaram-se no Distrito Federal mais 3,6 mil novos postos de trabalho no mês passado. Nos últimos 12 meses, o saldo é de 40,3 mil. Além disso, o DF passou a contar com 539 novas empresas e 379 filiais de firmas já instaladas em outras cidades do País.

Sem dúvida, são dados a serem comemorados e divulgados, principalmente nesse período e ambiente em que tantos e lamentáveis desmandos são alardeados por todo o País, tendo como palco Brasília, sede e foro político-administrativo do Estado brasileiro, o que não raro e lamentavelmente confunde e apequena a sua imagem ante o coletivo nacional.

Esses registros servem, pois, para que fique patente que aqui se trabalha, aqui se progride, aqui se honra o ideário com que a Capital foi concebida. Afinal, Dom Bosco previu e alardeou sua previsão de que, nesta terra, no Planalto Central, no coração do Brasil, haveria um grande povo irmão - em constante congraçamento -, ativo, pertinaz e cônscio da sua responsabilidade de fazer da Capital Federal motivo de orgulho para todos os brasileiros.

Parabéns, Brasília! Parabéns, brasilienses! Meus cumprimentos aos políticos representantes do Distrito Federal, nas esferas em que atuam.

Estendo, ainda, como não poderia deixar de fazer, minhas congratulações ao Governo do Distrito Federal, principalmente ao Governador Joaquim Roriz, que hoje desfruta dos mais elevados índices de credibilidade entre todos os Governadores brasileiros.

Muito obrigado.