Discurso durante a 189ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre as eleições no Estado do Amapá.(como Líder)

Autor
Gilvam Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Gilvam Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Considerações sobre as eleições no Estado do Amapá.(como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 27/10/2005 - Página 37128
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • ASSUNÇÃO DO PIAUI (PI), MANDATO, SENADOR, ESTADO DO AMAPA (AP), LUTA, INJUSTIÇA, FRAUDE, ELEIÇÕES, CRITICA, JOÃO CAPIBERIBE, EX SENADOR, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, CONGRESSISTA, ELOGIO, DECISÃO, JUSTIÇA ELEITORAL, TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE), SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF).
  • DENUNCIA, FRAUDE, EX SENADOR, ELEIÇÃO MUNICIPAL, PREFEITO DE CAPITAL, ESTADO DO AMAPA (AP), INJUSTIÇA, PAPALEO PAES, SENADOR.

O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Exªs, eu gostaria de pedir mais alguns minutos para concluir o meu pronunciamento. Ontem e por dois anos e oito meses travei uma grande luta, uma grande batalha. Peço à Mesa alguns minutos a mais para que eu possa concluir o meu pronunciamento, que vai ser breve e objetivo.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, assumo o mandato de Senador com a consciência de que nunca devemos desistir de procurar a justiça.

Quero deixar claro que não estou ocupando o mandato de ninguém. Estou ocupando o lugar que era meu e foi usurpado por quase três anos, mandato que me foi espoliado nas últimas eleições, as eleições de 2002.

O Sr. Capiberibe é um hábil marqueteiro e levou o Senado, várias vezes, a manifestações de solidariedade, auto-intitulando-se injustiçado, quando, na verdade, o injustiçado fui eu.

Fizeram-se manifestos, abaixo-assinados, reuniões e comícios, solidariedade para defender uma fraude. Na verdade, era eu que amargava a injustiça e estava com meu direito lesado.

            Ao ver que as pesquisas, na eleição de 3 de outubro de 2002, apontavam minha vitória, o Sr. Capiberibe montou um esquema de compra de votos e fraude para arrancar meu mandato. Na proclamação dos resultados, Srªs e Srs. Senadores, a diferença entre nós resultou em 0,9% dos votos. Menos de um por cento dos votos! Eu estava dois pontos à frente na pesquisa. Lamentavelmente, foi uma semana antes que foi publicado em todos os jornais e pelos meios de comunicação.

Agir com fraude nas eleições do Amapá não é algo novo na biografia do Sr. Capiberibe. Há precedentes!

O que ele agora fez comigo fez com o Senador Papaléo, que ganhou as eleições de 2000 para Prefeito da capital até o fim das apurações. Entretanto - pasmem os senhores -, a apuração parou por duas horas e reabriu para incorporar sete urnas do Bailique, uma ilha totalmente isolada, e recomeçou a apuração nos últimos cinco minutos. Papaléo perdeu a eleição por setecentos votos e Capiberibe fez a festa da vitória. Uma eleição em que até morto votou. Papaléo não pôde recuperar seu mandato e recebeu a crueldade dos foguetes de Capiberibe.

            Eu não me conformei, Sr. Presidente e nobres colegas, com o que ocorreu comigo e resisti. Se estou assumindo o mandato, é pela minha inconformação com a injustiça, pela minha persistência, pela confiança na Justiça do País e, sobretudo, muita fé em Deus.

Foram muitos julgamentos. Capiberibe, apoiado pelo Governo e por setores importantes da Esquerda, protelou o meu direito como pôde.

Ganhei em quase todas as instâncias. As provas foram examinadas e reexaminadas exaustivamente e não deixaram dúvidas. O Tribunal Superior Eleitoral reconheceu que Capiberibe fraudou as eleições, e o Supremo Tribunal Federal confirmou a existência da fraude.

O Sr. Capiberibe difundiu a história de que foi cassado pela compra de apenas dois votos de duas eleitoras por R$26,00 cada. Essa assertiva não é verdadeira.

Antes de deixar o Governo, já sacou dos cofres públicos, por meio de cheques do Banco do Brasil, R$360 milhões. Essa foi a guerra travada no Estado do Amapá.

Tudo bem. Meu coração entristecia quando eu via, ouvia as manifestações. Se meus colegas Senadores me pedissem o processo, olhariam-no. Ele está aqui, vou mostrá-lo e deixá-lo à disposição.

Aliás, a compra de um único voto já demonstra uma falta moral, pois, como bem afirmou o TSE, aqueles votos foram apenas a ponta de um iceberg.

Obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/10/2005 - Página 37128