Discurso durante a 200ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento do Arcebispo Ordinário Militar do Brasil, Dom Geraldo do Espírito Santo Ávila.

Autor
Marco Maciel (PFL - Partido da Frente Liberal/PE)
Nome completo: Marco Antônio de Oliveira Maciel
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento do Arcebispo Ordinário Militar do Brasil, Dom Geraldo do Espírito Santo Ávila.
Publicação
Publicação no DSF de 15/11/2005 - Página 39439
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, GERALDO AVILA, ARCEBISPO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), ELOGIO, VIDA PUBLICA.

O SR. MARCO MACIEL (PFL - PE. Para encaminhar. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, ilustre Senador pelo Estado de Mato Grosso Antero Paes de Barros, Srªs e Srs. Senadores, neste momento eu gostaria de expressar sentimento de toda a Casa, visto a requerimentos de pesar apresentados,por mim e pelo Senador Pedro Simon, em virtude do falecimento de Dom Geraldo do Espírito Santo Ávila, Arcebispo Ordinário Militar do Brasil, ocorrido às 7 horas da manhã de hoje.

O requerimento pede a inserção na Ata desta sessão de voto de profundo pesar, apresentação de condolências à família e também envio de mensagem ao Ministro da Defesa, vez que Dom Geraldo Ávila, desde 1990, exercia as funções de Arcebispo Ordinário Militar do Brasil.

Dom Geraldo Ávila nasceu em Minas Gerais, na Cidade de Datas, no ano de 1929, ingressou no Seminário de Diamantina, em 1941, ordenou-se Sacerdote, em 1953, Monsenhor em 1970, foi nomeado Bispo Auxiliar de Brasília, em 1977, função em que permaneceu até 31 de outubro de 1990, data de sua elevação a Arcebispo Militar do Brasil.

Além dessas passagens de sua vida, menciono que também foi Vigário, Cura e Juiz do Tribunal Eclesiástico de Diamantina, Cônego do Cabido Metropolitano, da mesma Cidade, Diretor de Obras Vocacionais da Arquidiocese de Brasília, Vigário Geral de Brasília, Cura da Catedral da Capital Federal. Possuía muitas condecorações, entre elas, as da Ordem do Mérito Militar, da Ordem do Mérito da Justiça de Trabalho, do Governo do Distrito Federal, além das Medalhas do Pacificador e do Mérito Mauá, esta última do Ministério dos Transportes.

A morte, para nós cristãos, é passagem para o transcendente, isto é, para a vida eterna. Aliás, diz, com muita propriedade, o cardeal Dom José Freire Falcão, “a morte física é o princípio da vida eterna. A morte não passa, portanto, de um acidente da vida, é passageira”. Aliás, Jesus compara a morte de Lázaro a um sono, isto é, o transcurso de uma vida para outra. Joaquim Nabuco, em seu livro Massangana, diz, usando uma expressão latina mors omnia solvit, isto é, a morte tudo dissolve, exceto, frisa ele, o Amor, que liga o falecido a Deus.

            Dom Geraldo do Espírito Santo Ávila foi um exemplo de Sacerdote e de Pastor. E sua vida, depois dos breves tempos que passou em Minas Gerais, onde nasceu, foi praticamente dedicada à Igreja de Brasília e, posteriormente, à condição de Arcebispo Militar do Brasil. Orador, teólogo, conhecia muito a patrística e a doutrina social da Igreja. Deixou em Brasília - e por que não dizer, no Brasil - muitos amigos. A morte para nós, católicos, é o verdadeiro natal do homem, mas não podemos deixar de reconhecer que toda vez que perdemos um amigo isso nos deixa tristes, e o que nós fazemos nessa ocasião é orar pelos falecidos, e é o que fazemos, neste instante, com relação a Dom Geraldo Espírito Santo Ávila.

Santo Agostinho certa feita afirmou: “Uma lágrima pela morte evapora; uma flor sobre o túmulo logo murcha. Só a oração sobe a Deus”. A morte, enfim, é o momento, portanto, dessa passagem de um mundo a outro, ou seja, da cidadania terrestre para o que poderíamos dizer a cidadania celeste, esta definitiva, posto que eterna.

Muito obrigado a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/11/2005 - Página 39439