O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Sr. Presidente desta sessão, Senador Leonel Pavan, Exmº companheiro e líder sindical, Presidente do Dieese, Carlos Andreu Ortiz, na forma em que cumprimento o Presidente, saúdo toda a equipe do Dieese.

Encerramos agora uma sessão. O meu pronunciamento, embora eu tenha deixado a matriz lá para ser configurado, não vou ler, porque posso, de improviso e rapidamente, dizer uma das frases que uso muito: tenho orgulho de ser filho do movimento sindical. Considero-me também um pouco filho do Dieese, porque, em todos os momentos da minha vida ou no Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, quando eu tinha que participar de uma negociação dura, a quem eu recorria, Senador Sibá Machado? Era ao Dieese. Depois, na caminhada das centrais sindicais, nos grandes embates nacionais ou mesmo estaduais, a quem eu recorria na hora dos dados e números? Era ao Dieese. Nos grandes debates da própria Constituinte, sobre a redação que teríamos que dar ao artigo que assegura os direitos dos trabalhadores em relação ao salário mínimo, íamos nós à procura do Dieese.

Tantas foram as horas e os momentos que, no livro que promulguei nesta semana e que lancei na Feira do Livro de Porto Alegre, há um gráfico e um artigo produzido pelo Dieese. Esse Departamento, para que todos entendam, não é ligado a essa ou àquela central sindical tampouco a nenhum Partido político; o Dieese é isto, uma entidade que está a serviço do conjunto dos trabalhadores para assessorá-los no grande debate econômico e social de interesse de todos nós.

Tenho aqui, por exemplo:

O Dieese faz levantamento da cesta básica em outubro, em 12 capitais, e diz quanto será o valor do salário mínimo;

O Dieese levanta a situação da discriminação da mulher no mercado de trabalho;

O Dieese levanta e demonstra, por meio de uma longa pesquisa, a situação do negro no mercado de trabalho;

O Dieese demonstra graficamente que o PIB de 1940 até hoje dispara, e o salário mínimo desce.

E aí nos inspira, nessa montagem feita pelo Dieese, o fato de que é interessante, pelo menos, o Congresso debater por que o PIB cresce, por que o País fica mais rico e o salário mínimo desce. E tenho certeza de que, na Comissão Especial montada aqui no Congresso Nacional para debater o novo salário mínimo, composta por sete Deputados e sete Senadores, vamos, de novo, nos socorrer ao Dieese!

Senador Sibá Machado, que preside esta sessão, poderia aqui listar dezenas de situações em que o Dieese nos ajudou muito, haja vista o próprio debate da redução de jornada sem redução do salário, mas o que gostaria apenas de dizer, para concluir, é que é muito bom saber que o Dieese existe e que está vivo, atuando junto a nós! Que bom estar aqui lembrando 50 anos do Dieese! Como é bom sabermos que, na hora do grande debate técnico, temos as portas do Dieese abertas para todos aqueles que precisarem, para demonstrar que é possível, sim, este País ter um salário decente, que é possível, sim, que os trabalhadores tenham uma vida melhor, que é possível, sim, viver com dignidade.

Parabéns Dieese! Cinco décadas, meio século de luta, que faz com que nós, aqui no Senado da República, tenhamos muito orgulho de dizer que parte da nossa vida caminhamos ao lado de vocês.

Disse um poeta espanhol: os caminhos se fazem caminhando. Eu diria: foi caminhando, no dia-a-dia, que aprendi a respeitar, cada vez mais, o Dieese.

Repito: vida longa ao Dieese!

Senadora Ana Júlia, eu iria terminar, mas vou dar o aparte. Vida longa ao Dieese e a V. Exª também.

A Srª Ana Júlia Carepa (Bloco/PT - PA) - Obrigada, Senador Paim. V. Exª complementa, e o faz muito bem, essa homenagem ao Dieese, que tem por tantos anos dado apoio ao Sindicato dos Trabalhadores, com dados corretos que subsidiam a luta não apenas por melhorias salariais, mas, hoje em dia, por melhorias de qualidade de vida para toda a sociedade. Hoje um sindicato moderno não luta apenas por reajuste salarial, luta por emprego, luta por condições de trabalho e luta para que a sua melhoria possa também significar melhoria para toda a sociedade e principalmente para os que mais necessitam. Como sindicalista, durante muitos anos, fiz parte da oposição sindical bancária no Estado do Pará - reconhecida pela CUT -, e nos valíamos sempre dos trabalhos do Dieese, que sempre foram, e continuam sendo, subsídios para os trabalhadores neste País. Esses subsídios são muito importantes para o desenvolvimento do País. Quando se discute a taxa de juros - desculpem-me tocar neste assunto, mas é impossível não fazê-lo -, até o Banco Central americano tem representação dos setores produtivos e leva em conta também a geração de emprego. Acho que o Dieese tem muito a contribuir para acelerar a queda da taxa de juros, que já vem acontecendo, mas que pode ser mais acelerada e, com certeza, todos vão ganhar com isso.

Ao prestar homenagem ao Dieese, quero mostrar a sua capacidade e lembrar o quanto ele ainda tem a contribuir para o desenvolvimento do País.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Muito obrigado, Senadora Ana Júlia. V. Exª é feliz porque o Dieese lembra qualidade de vida na sua amplitude. Tenho certeza - e tenho a ousadia de dizer neste momento - se o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse Parlamentar, ele estaria aqui pedindo que os sinos dobrassem, que os clarins tocassem em homenagem à história do Dieese.

Vida longa ao Dieese!

Vida longa a seus líderes!

Muito obrigado a todos. (Palmas.)