Discurso durante a 208ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação em defesa do resgate da ética na atuação política e na sociedade brasileira.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. SENADO. IMPRENSA.:
  • Manifestação em defesa do resgate da ética na atuação política e na sociedade brasileira.
Aparteantes
Cristovam Buarque, Ney Suassuna.
Publicação
Publicação no DSF de 25/11/2005 - Página 41041
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. SENADO. IMPRENSA.
Indexação
  • COMENTARIO, REALIZAÇÃO, SEMINARIO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), INICIATIVA, EMPRESA JORNALISTICA, DISCUSSÃO, ALTERNATIVA, RESGATE, MORAL, POLITICA, BRASIL.
  • ELOGIO, SENADO, REALIZAÇÃO, SEMINARIO, HOMENAGEM POSTUMA, CELSO FURTADO, ECONOMISTA.
  • ANALISE, SITUAÇÃO, POLITICA, ATUALIDADE, COMENTARIO, IMPORTANCIA, LEGISLATIVO.
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, INCLUSÃO, PROGRAMAÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO, PROGRAMA, REFERENCIA, ETICA, MORAL, FAMILIA.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, o JB, tradicional jornal que tem uma história magnífica no jornalismo brasileiro, realizou na segunda- feira, com a Gazeta Mercantil, no Rio de Janeiro, um seminário diferente dos tradicionais, um seminário para o qual convidaram representações da sociedade civil, tendo por objetivo alternativas de moralização da política como um caminho para melhorar a auto-estima da sociedade brasileira. O tema do seminário era “Resgatando a Dignidade: Ética, Estado e Sociedade”.

O episódio, evidentemente, foi marcado por críticas ao Governo, à sociedade brasileira, aos governos antecessores ao atual. Mas o importante a salientar era o espírito determinante de realização do seminário: o que vamos fazer? Como vamos sair desse dia-a-dia em que vínhamos de tão longo tempo? Parece que estamos dentro desse redemoinho do qual não temos condição nem capacidade de dele nos afastar.

Interessante a publicação que o jornal fez. Impressionante a palestra do ex-Presidente Itamar Franco, em que analisa, com base na experiência que teve como Presidente da República, o que fazer e como fazer para retomar o caminho da dignidade e da ética. Interessante o pronunciamento do hoje meu companheiro Delfim Netto, principalmente a análise que faz dos números, mostrando que crescer mesmo, nos últimos vinte anos, o Brasil cresceu foi naqueles dois anos de Itamar Franco. E mostra os números. Ele faz a apresentação do Governo Sarney, do Governo Collor, do Governo Itamar, do Governo Fernando Henrique e do Governo Lula. É interessante essa análise.

O Senador Jefferson Péres fez uma análise dura dos segmentos da sociedade, da formulação do dia-a-dia, como e o que podemos fazer para alterar esta realidade; o Ministro Humberto Souto, com sua experiência de Deputado e de Ministro do Tribunal de Contas; esse homem extraordinário por quem tenho um carinho especial, o Dr. Dalmo Dallari, com suas experiências, com sua história dentro da Igreja e sua participação dentro do movimento do PT. Eu nunca o tinha visto falar, mas era um admirador extraordinário do Dr. Celso Antônio Bandeira de Mello, que fez um pronunciamento de uma rigidez, mostrando a responsabilidade da OAB e da sociedade brasileira para sairmos deste imobilismo de assistir sem participar, de assistir sem inovar, sem mudar, sem modificar, olhando e vendo o País passar.

O Ministro do Superior Tribunal de Justiça, o Ministro Luiz Fux, a dignidade das relações entre Estado e sociedade; a Ministra Nilcéa Freire, sobre o problema das mulheres; Sidney Possuelo, indigenista; Frei David; Stédile, falando sobre o problema dos sem-terra na realidade de hoje; Orlando Diniz; o Professor Jorge Alberto Costa e Silva, membro da Academia Nacional de Medicina, psiquiatra, que faz uma análise que considero da maior importância, quando fala que a neurociência demonstrou recentemente que existe uma região no cérebro responsável pela formação dos valores éticos, e está localizada no córtex frontal, onde os circuitos neuronais se formam entre os 10 e 25 anos de idade. Qual é a influência do que está ocorrendo, nessa etapa, nessa época de formação, sobre a mocidade que assiste a tudo pela televisão? Qual é a influência que ocorre na formação dessa gente? Esse psiquiatra deu realmente um show nesse sentido. Como a nossa mocidade interpreta o dia-a-dia? Como a nossa mocidade interpreta as novelas de televisão, o que elas mostram, o que elas orientam e o que elas estimulam? Como a nossa mocidade lê os jornais do dia-a-dia, mostrando que parte da sociedade é bilionária e parte morre de fome por não ter o que comer? Como o cérebro dessa gente se forma? Como elas vão se preparar para o dia de amanhã? Repito, é interessante a análise feita: “A neurociência demonstrou recentemente que existe uma região no cérebro responsável pela formação dos valores éticos”. Existe uma região no cérebro responsável pela formação dos valores éticos, localizada no córtex frontal, onde os circuitos neuronais se formam. A formação ética do cidadão ocorre exatamente entre os 10 e 25 anos de idade.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Entre os 10 e 25 anos, Senador Pedro Simon?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Entre 10 e 25 anos. Ainda não chegou à idade da Senadora Ideli Salvatti.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Estávamos comentando como é importante este assunto e como descuidamos disso.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Estou vendo o trabalho e o desenvolvimento de S. Exª, e como vem progredindo. Estou otimista, porque ela ainda não chegou aos 25 anos, mas já está avançando.

O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - V. Exª me permite um aparte, Senador Pedro Simon?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Ouço V. Exª com prazer.

O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - Senador Pedro Simon, como sempre, é um prazer escutá-lo, sobretudo quando traz um tema como este. Eu me atrevo, por meio de um pequeno aparte, a dar uma opinião. Primeiramente, V. Exª pergunta como fica a cabeça desse pessoal vendo esta realidade. Pergunto: como fica a cabeça desse pessoal vendo esta realidade sem que tenha tido uma boa escola que o forme e que lhe permita criar um filtro de análise da realidade? Esta é a grande tragédia brasileira: não só o que se vê desses programas, mas também a incapacidade, a falta de formação para se ver bem. Além disso, Sr. Senador, V. Exª se refere como ver essa riqueza diante da pobreza. Creio que hoje se começa a ver com naturalidade - não mais com a indignação de quem deseja consertar a desigualdade, mas com a naturalidade de quem a aceita. Tenho a impressão de que o fim do socialismo no mundo tirou de voga a idéia da luta de classes, mas colocou no lugar a luta de egoísmos, que é mais grave do que a primeira. A luta de classes permitia o diálogo e a guerrilha, se fosse possível, para que um vencesse o outro. A luta de egoísmos impede a generosidade de alguns lutarem pelos outros. Por isso, felicito V. Exª, e acredito que o tema deveria ser discutido aqui durante dias e dias. Vale a pena gastar tempo para discutir como a nossa juventude vê a realidade brasileira hoje.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Agradeço o aparte de V. Exª.

O Senado está realizando um simpósio sobre Celso Furtado. Fui às lágrimas com a retrospectiva que fizeram sobre o Celso, sobre a vida dele, e fiquei comovido com o discurso de Waldir Pires. Realmente, ele está sofrendo a morte de sua querida Iolanda.

A Maria da Conceição Tavares fez um pronunciamento que anotei pelo seu significado. Ela diz que é uma perdedora, que tem 78 anos e que, desde os 18 anos, está acostumada a perder. É claro que, nessa perda, inclui o PT, ao qual se filiou, e o MDB, ao qual era afiliada e por quem era apaixonada, e se desiludiu. Ela diz que não só no Brasil e na América Latina, mas no mundo, estamos caminhando para trás no que concerne às relações entre capital e trabalho, capital e Estado e Estado e cidadãos. O que chamam de flexibilização dos direitos trabalhistas e da movimentação de capitais e a redução e a privatização das políticas de saúde e previdência social constituem, diz ela, políticas regressivas, que retomam padrões primitivos, como acontece com o retorno ao modelo agrário exportador.

Na verdade, Sr. Presidente, acho que está na hora... No meio de toda essa confusão que estamos vivendo, que nos deixa realmente preocupados, no sentido de como vamos sair disso? Eu não sei. Torço para o Palocci, porque acho que, nos debates que está travando, embora eu não seja da sua política econômico-social, pelo menos ele respira um tom de seriedade que este Governo não tem.

Eu gosto da Dilma...

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Perdão, Senador. V. Exª pode não segui-lo, mas quando S. Exª esteve na reunião em nossa Comissão, disse que V. Exª era o ídolo dele. E disse mais, que sempre se dirigiu na vida política mirando e procurando V. Exª como exemplo.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Por isso que gosto dele. Acho o estilo, a seriedade dele... Houve um Deputado brilhante na Câmara dos Deputados, que fez um aparte que achei grosseiro. Ele é competente, falou, mas saiu do normal e abusou. Fiquei assistindo pela televisão com pena do Ministro. Mas não sei, de repente o Ministro demoliu o Deputado. O Deputado, que já é magrinho, foi ficando mais magrinho, quase desapareceu.

Eu gosto da Dilma Linhares*, porque ela tem padrão, tem estilo. Ela está lutando, está tendo garra. Eu gostei, por exemplo, quando a Dilma Linhares não se meteu na escolha do Presidente da Câmara dos Deputados. Quem fez a movimentação foi o Lula. Quem chamou o candidato do PTB foi o Presidente. Quem chamou o candidato do PP, quem ofereceu o Ministério foi o Lula diretamente. Isso foi feito no gabinete dele. Ela não se movimentou.

Eu vejo que alguém tem de fazer alguma coisa, porque estamos nos arrastando.

Eu não sei se sou ou não candidato ao Senado. Não sei nem se o PMDB do Rio Grande do Sul vai me dar ou não legenda, porque lá não há as alianças que são necessárias. Eu tenho, como Presidente do Partido, a obrigação de colocar à disposição o cargo do Senado, para fazer uma aliança, para que o governador seja do PMDB. Para ser governador, eu não tenho mais idade nem disposição.

Mas há outra coisa. Talvez V. Exªs não acreditem, mas o que me leva a continuar na política é só uma coisa: eu tenho vergonha de sair, porque parece que eu estou fugindo. Sair agora? Quando eu olho para mim, lembro que eu tinha vinte e cinco anos, era um guri! Estou trabalhando noite e dia, dia e noite, pensando que é para o bem do meu País, e está tudo pior agora. O que eu posso dizer? Eu fui Ministro da Agricultura e o que melhorou? Eu fui Governador do Rio Grande do Sul e o que melhorou? Eu fui Deputado Estadual durante dezesseis anos e o que melhorou? Sou Senador da República há vinte anos e o que melhorou? O que hoje está melhor do que no tempo de Juscelino, quando eu estava começando? O que hoje é melhor? O que há de melhor na ética, na moral, na dignidade, no conteúdo, no contexto da sociedade que se deva aos políticos? O que a classe política fez para melhorar?

As mulheres estão conquistando um espaço muito maior? Sim. Por causa da classe política? Não, simplesmente porque elas estão conquistando. Repito: elas estão conquistando. O Banco do Brasil não poderia se dar ao luxo de não aceitar mulher em seu quadro nem a Justiça brasileira. Como a Igreja Católica, não poderiam se dar ao luxo de dizer que mulher não entra no Banco do Brasil nem pode ser juíza ou promotora. Isso passou. Hoje há mulheres nesses órgãos. Essa evolução foi natural. Fico pensando nisso.

Vejo ali o Senador Antonio Carlos Magalhães, homem polêmico, muito polêmico, que tem muitos amigos, mas alguns adversários. O que ouço falar de S. Exª é que o Senador é um homem sério no Governo do Estado. Na política, alguns discutem, mas outros dizem que ele é sério. Os homens que colocou no Governo, os Governadores que apoiou fizeram um Governo sério. A equipe que conseguiu montar é séria. Isso é algo importante que não se consegue fazer no Brasil. Em alguns lugares, isso acontece, mas, no contexto brasileiro, não.

            Se pudéssemos fazer, paralelamente ao Senado, um clube de formação da sociedade brasileira, onde discutíssemos como é e como poderia ser...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Já termino, Sr. Presidente. Há tão pouca gente aqui.

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana - Bloco/PT - AC) - V. Exª já extrapolou o seu tempo em sete minutos, mas vamos ter tolerância.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Há tantas coisas que podemos discutir que acho que votar... Sinto-me mal quando pego um projeto de lei frio; muda ali, não adianta; uma vírgula aqui, e sabe-se que vão interpretar como querem. O tribunal interpreta como bem entende, na hora de fazer. Aliás, o Sarney dizia uma coisa muito importante, o Presidente Sarney, quando fui Ministro dele. S. Exª, quando assinava, dizia: “O que mais me dói é ver que estou assinando aqui uma importância “x” para uma entidade social e vou saber que, no final, 10% chega lá, o resto fica no meio do caminho”. Mais ou menos, é isso que acontece.

Então, como vamos mudar isso?

Hoje, nos Estados Unidos, é Dia de Ação de Graças. No Brasil, também, mas, nos Estados Unidos, hoje é o dia mais festivo. Há coisas fantásticas que aparecem. Apareceu, na televisão, o Bush soltando dois perus, porque hoje é o dia em que todo americano come peru. Então, ele solta dois perus, que vão direto para o zoológico da Califórnia. Ganharam a liberdade, quer dizer, foram salvos da morte. Mas hoje é um dia em que eles cultivam a pátria deles. O americano tem amor pela terra dele. Cá entre nós, o argentino tem amor pela terra dele. O argentino tem um orgulho até exagerado pela terra dele. É aquela história com que brincamos, não vou dizer aqui, senão o Embaixador termina escrevendo uma carta para cá. Em um país, não sei qual foi, diz-se que se o comprássemos pelo que eles valem e o vendêssemos pelo que eles pensam que valem, ficaríamos milionários.

Mas, no Brasil, não tem isso. E agora até no futebol. Conseguiram avacalhar o Campeonato Brasileiro. O técnico do Ponte Preta, time que vai jogar com o Corinthians, renunciou porque não quis escalar os reservas, porque o Ponte Preta vai colocar os reservas para perder certo para o Corinthians. O que é isso, meu Deus do céu? Com que valores estamos vivendo? Alguém já disse que os juízes, para falar como eles estão falando, devem estar ouvindo as nossas CPIs, e, como ouvem as pessoas falarem lá, eles também estão falando: eu errei, eu nem me dei conta de que errei, mas eu não queria errar. Eu na hora acertei e fui ver que errei.

Temos de fazer alguma coisa. Não é possível nos acomodarmos à frieza de votar os projetos de lei que sabemos que não têm peso, não têm consistência, e o Congresso Nacional fica reduzido a não sei o quê. E aí volto à pergunta do psiquiatra. Meu filho está com 12 anos. O que ele está aprendendo? No colégio Mackenzie, recebeu alguns bilhetinhos perguntando quanto o pai dele recebe de mensalão. E ele veio falar comigo, perguntando. Mas esta é a realidade. Este é o Brasil em que estamos vivendo.

A imprensa - e é natural no mundo inteiro - já tem uma questão de só publicar o que é ruim. Tu tens dez qualidades e dois defeitos. Tuas dez qualidades, tu morres com ela, teus dois defeitos estão na manchete de jornal.

Outro dia, um jornal do Rio Grande do Sul botou em manchete, como se fosse uma grande coisa, o Sr. Pedro Simon fazendo a barba e as unhas na barbearia do Senado. E da maneira como estava, parecia que era um grande escândalo. Eu disse: Não, vocês estão enganados, se a barbearia do Senado é a mais barata do Brasil, é um barbeiro sério, eu estou ali. Quem não faz as unhas? Aliás, eu sempre fiz as minhas unhas, só que hoje não enxergo mais. Minha mulher é que não deixa mais, quando vou ver sai sangue de tudo quanto é lado. Aí minha mulher me proibiu de cortar as unhas. Mas apareceu uma manchete como se fosse um escândalo o Pedro Simon estar cortando o cabelo e fazendo as unhas na barbearia do Senado. Ainda se fosse um salão de luxo, não sei mais o quê... Então, já é colocado o lado negativo.

Tenho um projeto de lei, como eu gostaria que ele fosse aprovado! Cada estação de televisão, uma hora em horário nobre por dia, tem que ter um programa voltado para a ética, para a moral, para a dignidade e para a família. Cada um vai escolher o que quiser, uma novela, um programa educativo, o que quiser, mas durante uma hora esses jovens de até 19 anos vão assistir a um programa que lhes dê orientação; vão ver que há coisas diferentes, que tem outro lado.

Na Globo, por exemplo, começa a novela de Vale a Pena Ver de Novo, às 15 horas, depois tem a das 18 horas, depois tem a das 19 horas e 30 minutos, depois tem a das 21 horas e depois tem...

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. PT - AC) - Senador Pedro Simon, há Senadores que querem falar que têm compromisso definido. Eu só lhe peço a conclusão em razão disso. O pronunciamento de V. Exª é um ensinamento para nós.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Eu encerro, para mostrar que essa é a vida. Nós agora aqui vamos cumprir o Regimento. Acabo de falar, tenho que calar a boca. Por quê? Porque esse é o tom da nossa vida. Eu saio daqui, falei, até logo, e o mundo continua. Agora, como vamos mudar o mundo? Não será com V. Exª me cortando a palavra.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/11/2005 - Página 41041