Discurso durante a 208ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a fala do Presidente Lula em solenidade ocorrida no Rio de Janeiro, na última segunda-feira.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Considerações sobre a fala do Presidente Lula em solenidade ocorrida no Rio de Janeiro, na última segunda-feira.
Publicação
Publicação no DSF de 25/11/2005 - Página 41222
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, DISCURSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REALIZAÇÃO, PLATAFORMA CONTINENTAL, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), DEMONSTRAÇÃO, DESCONHECIMENTO, ESTATISTICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL.
  • QUESTIONAMENTO, INTERESSE, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REELEIÇÃO.
  • SOLICITAÇÃO, ANEXAÇÃO, DISCURSO, ORADOR, ARTIGO DE IMPRENSA, DIVULGAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PLATAFORMA CONTINENTAL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - S.r Presidente, Srªs e Srs. Senadores, seria verdade se fosse verdadeiro. Não é. O que Lula disse ontem, na plataforma da Petrobras, foi mais uma dessas coisas que ele chama de lapso. Deixou o discurso escrito, aventurou-se em improviso, num mar em que não sabe navegar e disse, sem saber o que dizia, frases que apenas arrancam palmas: O que conseguimos fazer nestes três anos vai possibilitar que o país possa ter pelo menos dez anos de crescimento.

Mais uma vez ele acha que é Juscelino.

            E aí, numa viagem em que ouviu apupos e vaias juvenis, de brasileiros inconformados com o desastre governamental iminente, Lula completou, com uma outra afirmativa chula:

Não depende de ninguém a não ser de nós.

Seria de estranhar se não dependesse de nós. Só que ele não sabe bem o que significa nós. E o pior é que, ele fala em êxito nesses seus três primeiros anos, sem olhar para as estatísticas. Se ao menos lesse jornais, veria o seguinte, que está hoje no noticiário.

            A dívida líquida do setor público pode, pela primeira vez no governo Luiz Inácio Lula da Silva, subir em comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). Os cálculos que estão sendo feitos na área econômica mostram que essa elevação ocorrerá se a economia crescer somente 3% em 2005, como já se considera muito provável.

Claro que o Presidente só usa esse palavreado de improviso porque já se considera candidato à reeleição. É direito dele, como admite o ex-Presidente Fernando Henrique:

            "Qualquer um pode se candidatar, o negócio é ver se tem chances de ganhar".

E aí a observação do ex-Presidente, bem atualizada:

            "É necessário, antes, que o candidato se pergunte se tem credibilidade para que as pessoas votem nele e que possa transmitir confiança à população. Esse é o problema que o Lula tem."

            Só espero que os problemas de Lula não se ampliem e passem para terreno do desespero. Isso, parafraseando o próprio Presidente, não depende de ninguém, só dele mesmo. E se vale conselho, aí vai uma recomendação para que ele seja mais Presidente e menos candidato.

Não faria mal algum a Lula se ele reduzisse um pouco esses seus crepitantes estertores e fizesse algum esforço para conduzir, para governar. A imprensa noticiará esse recomeçar. Recomeçar de novo.

Estou anexando a este pronunciamento as notícias a que faço referência.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)I

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Matéria referida:

Presidente fala em "10 anos de crescimento"

DA SUCURSAL DO RIO

Na segunda solenidade de que participou no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as realizações dos três primeiros anos de seu governo proporcionarão ao Brasil "dez anos de crescimento". A 150 empresários reunidos na abertura do 25º Encontro Nacional de Comércio Exterior o presidente disse que, "da parte do governo", o processo eleitoral de 2006 não resultará em "medida para colocar em risco a estabilidade econômica".

"Não tenho dúvida. O que conseguimos fazer nestes três anos vai possibilitar que o país possa ter pelo menos dez anos de crescimento. Não depende de ninguém a não ser de nós", afirmou Lula, que abandonou o discurso escrito e falou de improviso, por 45 minutos. Segundo Lula, o Brasil pode ter iniciado em seu governo "um longo ciclo de políticas estáveis". Para ele, "é extraordinário" que o país cresça "4% em 20 anos".

O presidente surpreendeu a platéia quando, citando diálogo com o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), usou a palavra "sacanagem" para definir a atitude de empresário que teria tentado exportar frangos cheios de água para enganar compradores estrangeiros. "Será que esse malandro acha que vai ganhar US$ 1 a mais? Ele sabe o prejuízo que pode criar à imagem do país, à política de exportação? Ele tem noção disso?"

Lula afirmou ainda que a "campanha eleitoral já começou". (Sergio Torres)

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/11/2005 - Página 41222