Pronunciamento de Arthur Virgílio em 21/11/2005
Discurso durante a 204ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Cobrança de dialogo do governo com os professores grevistas das universidades públicas.
- Autor
- Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
- Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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MOVIMENTO TRABALHISTA.:
- Cobrança de dialogo do governo com os professores grevistas das universidades públicas.
- Publicação
- Publicação no DSF de 22/11/2005 - Página 40520
- Assunto
- Outros > MOVIMENTO TRABALHISTA.
- Indexação
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- GRAVIDADE, GREVE, PROFESSOR, UNIVERSIDADE FEDERAL, COBRANÇA, GOVERNO, RETOMADA, NEGOCIAÇÃO.
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem mais uma vez para tratar dessa questão da greve nas universidades federais.
Vejo um quadro de apatia dentro das universidades, vejo carreiras prejudicadas. Volto a repetir, eu, que fui governo, que sei da responsabilidade e das agruras de ser governo: não estou cobrando do Governo Lula que defira nenhum dos pleitos. Não sei das condições de caixa, das possibilidades reais. Estou cobrando que retome as negociações, o que imagino ser uma obrigação e um dever de qualquer governo democrático. Se é possível atender, atenda; se não é possível, diga. Agora, o que não é possível, o que é inaceitável, é não dialogar, porque o diálogo vale a pena, ainda quando as duas partes acham que não vai dar em nada. V. Exª se lembra, em plena guerra do Vietnã, Le Duc Tho e Kissinger se reuniam em Genebra e negociavam tudo que era possível negociar: “não me ataque no meu Ano Novo; eu não te ataco no seu Ano Novo; não jogue Napalm, eu não faço não sei o quê.” E eles iam, às vezes, ao infrutífero e, às vezes, iam ao frutífero. A guerra terminou do jeito que terminou, mas nunca deixaram os dois países de conversar, minimamente, por intermédio dos chanceleres Kissinger e Le Duc Tho, este representando o governo de Ho Chi Min.
Portanto, o que eu cobro - e tem sido insistente de nossa parte; creio que nenhum Senador, em sã consciência, pode dizer o contrário - é que o Governo reabra as negociações. Se há incoerência por parte dos grevistas, diga! Se há impossibilidades materiais, diga! Agora, não se recuse a negociar, porque não é nem esse o caráter vendido na eleição do futuro Governo Lula. Não era esse! “Vou negociar o tempo todo! Pertenço aos movimentos sociais! Sou um governo popular!” Todo essa história...
É conversar, é conversar e conversar, ainda que as duas partes achem que não vai dar em nada, porque quando não se acredita na conversa, no diálogo, começa-se a acreditar nas soluções de força, e as soluções de força não são aceitáveis neste País. Eu considero já uma violência o Governo deixar professores e alunos pendurados nesse fio de esperança, que é o diálogo que o Governo insiste em não reabrir.
Muito obrigado, Sr. Presidente.