A SRª HELOÍSA HELENA (P-SOL - AL. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero prestar uma homenagem a Jorge Oliveira, um jornalista de Alagoas muito conhecido de todos.

O jornalista Jorge Oliveira recebeu, ontem à noite, em Brasília, a estatueta pelo prêmio de Menção Honrosa pelo filme “O Poeta e o Capitão”, no encerramento do Festival de Cinema de Brasília, que, como todos sabem, é um dos mais importantes do País.

            O filme “O Poeta e o Capitão” é uma história belíssima. É a história do poeta chileno Pablo Neruda e do comunista Luiz Carlos Prestes, em fatos ocorridos em 1945, quando Neruda fez uma homenagem belíssima, em pleno estádio do Pacaembu, em São Paulo, a Luiz Carlos Prestes.

O filme, baseado no livro “Confesso que Vivi”, recebeu muitos convites internacionais, e estão sendo feitas cópias para serem exibidas nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e em outros locais interessados no documentário.

Ao conceder o prêmio Menção Honrosa ao “O poeta e o capitão”, o júri homenageou a obra pelo que ela representa no resgate da história não só do Brasil, mas de toda a América do Sul, como observou o chefe do cerimonial na apresentação do evento, que disse que o filme estava sendo destacado pela lealdade de transportar para a tela uma história linda, poética e política esquecida nesses últimos 40 anos.

            Ao receber o prêmio, o jornalista Jorge Oliveira, que estava lá com Aninha, sua esposa maravilhosa, com a família e com todos os que se envolveram na produção, destacou a importância do evento, foi crítico em relação à indústria cinematográfica do País e disse, por exemplo, que cinema no Brasil é só para os abnegados, que não existe apoio financeiro do Governo para a realização de filmes que resgatem a história e a memória do País e acusou uma máfia de produtores do Rio de Janeiro e de São Paulo, que concentram toda a verba do incentivo fiscal do Ministério da Cultura. O que resta para os pequenos produtores, Senador Ney Suassuna, são migalhas, sobras de financiamentos que mal pagam a produção de curta metragem.

Ao falar para uma rede de televisão espanhola, Jorge Oliveira também denunciou o americanismo das produções brasileiras, que visam, única e exclusivamente, à arrecadação de bilheteria, não tendo os filmes brasileiros chance de concorrência, com exceção dos produzidos pela TV Globo, e disse mais: não adianta ter lei de incentivo fiscal, quando o Brasil está cheio de empresários sonegadores que não querem apostar na produção do audiovisual no Brasil

Assim sendo, Sr. Presidente, Srs. Senadores, quero deixar aqui a homenagem a todos os envolvidos na produção desse filme maravilhoso, nessa homenagem poética, O Poeta e o Capitão, em que Pablo Neruda faz uma belíssima homenagem, em pleno estádio, a Luiz Carlos Prestes.

É só, Sr. Presidente.