Discurso durante a 213ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Insuficiência dos recursos a serem repassados aos municípios brasileiros, oriundos do Parcelamento Alternativo Especial (Paes). Defesa da aprovação da reforma tributária.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA FISCAL. REFORMA TRIBUTARIA.:
  • Insuficiência dos recursos a serem repassados aos municípios brasileiros, oriundos do Parcelamento Alternativo Especial (Paes). Defesa da aprovação da reforma tributária.
Publicação
Publicação no DSF de 02/12/2005 - Página 42366
Assunto
Outros > POLITICA FISCAL. REFORMA TRIBUTARIA.
Indexação
  • IMPORTANCIA, DECISÃO, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), DETERMINAÇÃO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), AGILIZAÇÃO, CONCLUSÃO, DETALHAMENTO, REPASSE, RECURSOS, ALTERNATIVA, PARCELAMENTO, DIVIDA, NATUREZA TRIBUTARIA, PESSOA FISICA, PESSOA JURIDICA, MELHORIA, SITUAÇÃO, ESTADOS, MUNICIPIOS, SUPRIMENTO, FALTA, PAGAMENTO, DECIMO TERCEIRO SALARIO.
  • COMENTARIO, INSUFICIENCIA, RECURSOS, DESTINAÇÃO, ESTADOS, MUNICIPIOS, DEFESA, NECESSIDADE, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), VIABILIDADE, AUMENTO, FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICIPIOS (FPM).
  • QUESTIONAMENTO, DECLARAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), VINCULAÇÃO, PAGAMENTO, AUMENTO, VERBA, DESTINAÇÃO, MUNICIPIOS, APROVAÇÃO, REFORMA TRIBUTARIA.

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª e Srs. Senadores, Estados e Municípios vão receber R$991 milhões. A princípio, pode-se pensar que essa cifra veio para resolver os problemas, principalmente dos Municípios; não digo dos Estados, mas sobretudo dos Municípios. Esses recursos do Parcelamento Alternativo Especial - Paes -, que fazem parte da arrecadação, na verdade, ainda são insuficientes para debelar a crise que os Municípios enfrentam. O Paes foi criado pela Receita Federal em 2003 e permitiu o pagamento parcelado de débitos tributários atrasados de pessoas físicas e jurídicas.

Governadores e Prefeitos, ao longo desse tempo, de 2003 para cá, cobraram do Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, o pagamento dos recursos, mas o Tesouro alegava que não tinha conseguido detalhar quanto o Paes arrecadara com cada tributo. Estados, Municípios e fundos constitucionais têm direito a receber apenas parte da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados. O Fundo de Participação dos Estados, por exemplo, ficará com 21,5% desses tributos, e o Fundo de Participação dos Municípios - FPM - ficará com 22,5%.

Diante da demora no recebimento desses recursos, o Tribunal de Contas da União determinou que o Ministério da Fazenda concluísse o detalhamento em sessenta dias e repassasse os recursos do Paes ainda em 2005.

Diz o jornal O Globo de hoje:

O Tesouro informou que hoje serão repassados a Estados, Municípios e Fundos Constitucionais R$ 203,9 milhões, sendo R$ 94,1 milhões para o FPM e R$ 89,9 milhões para o FPE. O valor se refere à arrecadação do Paes em 2003. Já amanhã será feito o pagamento de 2004, de R$ 404,3 milhões, sendo R$ 186 milhões para o FPM e R$ 177 milhões para o FPE. No próximo dia cinco, serão repassados R$ 383,4 milhões (R$ 176 milhões para o FPM e R$ 168 milhões para o FPE) relativos a este ano.

Sr. Presidente, quanto a esses recursos, que já eram devidos aos Estados e Municípios, não podemos deixar de assinalar que chegam em boa hora, pois os Municípios se vêem impossibilitados de pagar o 13º salário. Muitos Municípios, principalmente do Nordeste, não têm - repito - condições de pagar o 13º salário. O recebimento desses recursos não deixará de se constituir em um alívio para que as Prefeituras possam fazer frente a esse pagamento. Mas esses recursos são insuficientes. É preciso que o Ministério da Fazenda cumpra aquilo que foi acordado no sentido de possibilitar aumento de 1% no Fundo de Participação dos Municípios.

O Ministério da Fazenda disse que só pagará se a reforma tributária for aprovada, porque esse dispositivo está contido na reforma tributária. Sem ela, não haverá pagamento disso aos Municípios. Não há possibilidade - o Ministro Antonio Palocci na última reunião com os Prefeitos foi bastante taxativo - de pinçar e votar separadamente aquilo que os Municípios estão esperando, que é o pagamento de 1%.

Portanto, fracionar aquilo que foi fracionado dentro da reforma tributária não é possível. E vejam que a reforma tributária foi fatiada para atender ao Governo Federal e para atender aos Estados. Mas na hora em que se depara com o Município, com o mais fraco, com aquele que depende mais, com aquele que pode menos, o Governo Federal afirma que não poderá pagar se não for aprovada a reforma tributária.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nós não estamos aqui para dizer que a reforma tributária não deve ser aprovada. Ela já deveria ter sido aprovada. Já aprovamos neste plenário uma reforma tributária que possibilitará que o sistema tributário nacional seja mais enxuto, mais compatível com as necessidades das empresas e do País. Estamos diante da necessidade de possibilitar aos Municípios esse desafogo.

Nos dias 13 e 14, Sr. Presidente, estarão aqui de novo mais de mil Prefeitos. Quem anuncia isso é o Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski. Ele disse que os Prefeitos voltarão aqui para pedir a votação da reforma tributária e do dispositivo que permite o aumento de 1% no Fundo de Participação dos Municípios. Desta vez os Municípios não vão desistir facilmente. Virão para solicitar aos Parlamentares que olhem a sua situação, a sua realidade. Daí por que venho trazer esta palavra, no encerramento de nossos trabalhos, dizendo ao Presidente que é chegada a hora de se fazer justiça aos Municípios brasileiros, no sentido de que se possa possibilitar a eles esse aumento no Fundo de Participação dos Municípios, que, embora pequeno, é fundamental para o destino de cada um.

Fica aqui o meu apelo, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/12/2005 - Página 42366