Discurso durante a 213ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Clamor por uma posição das autoridades pelo fim da violência no Estado do Rio de Janeiro.

Autor
Marcelo Crivella (PMR - Partido Municipalista Renovador/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Clamor por uma posição das autoridades pelo fim da violência no Estado do Rio de Janeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 02/12/2005 - Página 42367
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • COBRANÇA, PROVIDENCIA, AUTORIDADE, SEGURANÇA PUBLICA, COMBATE, EXTINÇÃO, VIOLENCIA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), IMPEDIMENTO, AGRAVAÇÃO, SITUAÇÃO, MORTE, POPULAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, OCORRENCIA, INCINERAÇÃO, ONIBUS, TRANSPORTE COLETIVO URBANO.

O SR. MARCELO CRIVELLA (PMR - RJ) - É verdade. Na Cruz, Ele falou até em menos tempo, quando pediu a Deus que perdoasse àqueles que o crucificavam.

Eu não poderia deixar de vir aqui, Sr. Presidente, para dizer que, no Rio de Janeiro, a violência está alarmando toda a população. A queima de ônibus com pessoas dentro, ocorrida ontem, foi um ato de barbárie que sensibilizou todo o País e a nós, Parlamentares, trouxe, mais uma vez, o dever de clamar deste plenário por providências por parte dos responsáveis pela segurança pública.

Recentemente, o Jornal O Globo juntamente com a Firjan, que representa os empresários do meu Estado, a riqueza, o capital da minha região, fizeram um encontro chamado “O Grito do Rio”. Reuniram Secretários de Segurança do Espírito Santo, de Minas Gerais, da Bahia, do Paraná, de Santa Catarina, de São Paulo e do Rio de Janeiro, com dois especialistas em segurança pública, um da Scotland Yard e um do FBI. Terminado esse simpósio, que também contou com a participação do Deputado Federal Josias Quintal, ex-Secretário de Segurança do meu Estado. Eles chegaram à conclusão de cinco pontos, Sr. Presidente. Primeiro, aumentar a carceragem. Propuseram o Bangu VI, VII, VIII, XIX, X. Depois, que o Congresso Nacional se debruçasse para uma reforma do Código Penal, aumentando a pena. Terceiro, que fosse aumentado o efetivo e o equipamento da polícia. Quarto, que houvesse um sistema de informação com computadores ligando Polícia Civil e Militar. E, quinto, um combate implacável à pirataria, que prejudica o comércio.

Sr. Presidente Mão Santa, aumentar a carceragem, aumentar o policiamento, aumentar as penas não é o Grito do Rio. Esse é o grito dos ricos. Parafraseando V. Exª, atentai para o que eu digo: esse é o grito dos ricos. O Grito do Rio é saúde, é emprego, é moradia, é dignidade para mais de um milhão de pessoas que moram em favelas e mais de um milhão e meio no Grande Rio que não têm emprego.

O Brasil tem hoje 26 milhões de pessoas desempregadas, 16 milhões de subempregadas, essas pessoas que vemos pela rua gritando, tentando vender alguma coisa para sobreviver. O País não cresce, não tem emprego. Trinta mil brasileiros foram presos e deportados dos Estados Unidos.

Venho a este plenário para clamar o Grito do Rio, o verdadeiro Grito do Rio: Senhor Presidente Lula, o nosso Governo não inaugurou, não cortou uma faixa no Rio de Janeiro. Onde está a Rodovia do Contorno, que iria gerar milhares de empregos? Onde está aquela bendita refinaria que seria em Itaguaí, que seria em Campos, passou a ser em Pernambuco e não foi? Onde estão os investimentos?

Os ônibus estão queimando. Se não fizermos alguma coisa por esse povo, eu temo pelo dia de amanhã.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/12/2005 - Página 42367