Discurso durante a 212ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Atos de barbárie ocorridos ontem no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro.

Autor
Sérgio Cabral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RJ)
Nome completo: Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Atos de barbárie ocorridos ontem no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 01/12/2005 - Página 42024
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, AUTORIDADE, SEGURANÇA PUBLICA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), OPERAÇÃO, COMBATE, VIOLENCIA, PERIFERIA URBANA, HOMICIDIO, CIDADÃO, ONIBUS, TERRORISMO, MOTIVO, MORTE, TRAFICANTE, CONFLITO, POLICIA MILITAR.
  • GRAVIDADE, ISOLAMENTO, FAVELA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), DOMINIO, CRIME ORGANIZADO, NECESSIDADE, PROVIDENCIA, ACESSO, PODER PUBLICO.

O SR. SÉRGIO CABRAL (PMDB - RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador) - Agradeço, Senador Tião Viana.

Eu gostaria de manifestar minha solidariedade às autoridades de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro em uma ação contundente que deve ser realizada em função dos atos de barbárie ocorridos ontem na cidade do Rio de Janeiro, no subúrbio, no Bairro da Penha Circular, em que marginais e traficantes pararam um ônibus e jogaram um coquetel molotov, matando cinco pessoas: uma criança de dois anos, sua mãe e três trabalhadores inocentes. Além, disso, doze pessoas foram gravemente feridas.

Isso porque, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, um traficante do bando havia sido morto em um confronto com a Polícia Militar horas antes. Trata-se de um ato que tem de ser classificado como de terrorismo, de intimidação do Poder Público. E o Poder Público de meu Estado não pode se intimidar, tem de enfrentar esses bandidos com todos os instrumentos possíveis.

O povo do Rio de Janeiro não agüenta mais. A bandidagem tem de ser absolutamente combatida com todos os instrumentos possíveis. Não podemos aceitar que na cidade do Rio de Janeiro trabalhadores inocentes dentro de um ônibus sejam atacados por marginais inconseqüentes e assassinados dessa maneira. O povo não agüenta mais isso.

Esses marginais vieram de duas favelas: a favela do Quitungo e a favela da Fé. Nesses locais moram trabalhadores, empregadas domésticas, zeladores, garçons, camelôs, pessoas que são vítimas desses criminosos. Temos de tomar medidas duras, temos de fazer intervenções nessas favelas sim, temos de mudar a conformidade geográfica das favelas do Rio de Janeiro sim, que hoje são verdadeiras fortalezas do crime organizado, inacessíveis. Não se pode entrar nas favelas somente com brucutu, temos de tomar medidas urbanas de acesso a essas comunidades. Não pode haver no Rio de Janeiro áreas proibidas, como hoje existem.

O Brasil inteiro está, no dia de hoje, assistindo, pela televisão, a cenas dantescas de um ônibus queimado por vagabundos que acabam com a vida de inocentes.

Sr. Presidente, aqui, do Senado Federal, nossa solidariedade a essas famílias que perderam pessoas inocentes, à família dessa mãe e dessa criança e às autoridades de segurança pública, que devem ser prestigiadas neste momento. A polícia tem de agir com veemência. Já foram dezenas e dezenas de ônibus queimados este ano no Rio de Janeiro. Não podemos mais tolerar isso, Sr. Presidente. Ao mesmo tempo, somadas a uma ação de segurança pública dura e enérgica, ações de intervenção urbana para acabar com essas áreas proibidas, inacessíveis da cidade do Rio de Janeiro.

O povo do meu Estado não agüenta mais, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/12/2005 - Página 42024