O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pela Liderança da Minoria. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Excelência.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tudo tem acontecido na República. Agora, o nosso ex-companheiro José Alencar, que todos estimam e que merece o nosso apreço, a sua empresa recebe R$1 milhão do PT em dinheiro! Não foi em cheque, foi em dinheiro. E o PT diz, em nota oficial, que esses recursos não estão contabilizados nas suas contas.

Será que o Presidente da República quer desmoralizar imediatamente o seu vice? Isso é bem possível. E acho que as críticas que o Sr. José Alencar tem feito à política do Governo, principalmente à de juros, faz com que o Presidente, o Senhor Lula, desmoralize a empresa do Sr. José Alencar que, por sua vez, diz que o PT lhe deve R$12 milhões. Eu quero saber qual é a empresa no Brasil que suporta por três anos um débito de R$12 milhões? Só mesmo a do Vice para atender ao Presidente, mas isso nunca será de graça. Quem paga é o povo.

Venho logo trazer esse assunto.

Por outro lado, quero dizer que os bancos reduzem, pela quinta semana seguida, projeções para o crescimento do País. Dessa vez o PIB, que cresceu 5,2% em 2004, tem previsão para este ano de 2,66%. Será menos. Os bancos não querem dizer a verdade, mas será menor que 2,66%. Essas projeções estão sendo feitas pelos economistas do País; daí o resultado pífio de 1,2% deste Governo.

À primeira vista, a culpa é da área econômica, talvez por ceder aos caprichos deste Governo corrupto, que só faz ofender à moralidade pública com o dinheiro do cidadão brasileiro.

As parcerias público-privadas federais não aconteceram. Empresas como a gaúcha Azaléia fecham fábricas e desempregam milhares, excluindo a Bahia de seus investimentos. É assim que age o Governo Federal, prejudicando a fábrica gaúcha que está hoje na Bahia, a Azaléia, uma grande conquista do povo baiano e se não me engano do Governador César Borges.

A Bahia também é excluída dos investimentos da duplicação da BR-101, por exemplo, que começa no Rio de Janeiro e é interrompida na divisa do Espírito Santo com a Bahia. Vejam bem, Excelências, começa no Rio, vai ao Espírito Santo, pára, pula a Bahia e vai para Alagoas, certamente para dar um agrado ao nosso querido Presidente Renan Calheiros. Deve ser por isso, porque senão não pularia Sergipe. Certamente o Presidente Renan Calheiros deve ter dado algum barulho no Lula, porque ele só aprende com barulho. Os petistas não dão, têm medo, mas os que dão barulho recebem sempre em troca alguma coisa. E se interrompe uma estrada dessa maneira.

Desde as eleições passadas, há denúncias comprovadas do uso político dos recursos da Petrobras. Agora o Presidente da estatal aparece na TV, não com a bandeira nacional, mas com a estrela do PT, estrela que está desaparecendo, não dos céus do Brasil, mas da lapela dos petistas. E deita falação, e não diz por que se retirou da Prefeitura da Bahia o fornecimento que lhe cabia de combustível até para as coisas mais essenciais.

O Governo do Estado e todos nós reagimos, e eles voltaram atrás e fizeram o financiamento. Mas a mágoa do Prefeito ficou, pois ele sabe que é o Governo Lula e seus aliados...

(Interrupção do som.)

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - Só mais um minuto.

O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - Mais dois minutos.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - Muito obrigado.

O Prefeito sabe que é o Governo Lula e seus aliados que estão querendo colocar-lhe a corda no pescoço. Mas a Bahia reage. A Bahia não se vende nem se dá. Salvador é a mesma coisa. Reage, e o Prefeito vai reagir inclusive com aliados petistas e com alguns outros aliados que se aproveitaram do seu prestígio para bancar eleição na Bahia. Alguns que nunca tiveram votos. Não vou nem citar os nomes para não dar confiança, pois eles não merecem o meu respeito, não merecem a minha voz.

Para que o planejamento se a palavra final solitária do Presidente Lula é que vai determinar o destino dos recursos de mais de R$2 milhões que serão liberados para obras faraônicas ou desnecessárias ou então para atender aos deputados que se rendem as migalhas do Palácio do Planalto?!

Enquanto isso, respeito o Senador Tião Viana, não quero entrar em assuntos pessoais, respeito inclusive a posição da família do Presidente da República, mas pelo menos é um erro político da esposa e da filha do Presidente da República ao dizerem ao Brasil todo: “Nós somos brasileiros, mas nós somos, acima de tudo, italianos.” Por que esse escândalo da cidadania italiana da Primeira-Dama do País? Ela devia se orgulhar de ser apenas brasileira e não pedir passaporte italiano para si e para a sua família. Isso é uma coisa relevante. Parece uma coisa insignificante, mas o povo brasileiro está vendo que não está certo a mulher do Presidente da República dizer que utiliza passaporte italiano e não da cidadania brasileira. É uma tristeza, que atinge a todos nós, brasileiros, principalmente aos menos favorecidos. Ela já tem um passaporte vermelho, diplomático, não precisava ter um simples passaporte italiano, não sei se é verde ou azul, mas, com certeza, vermelho não será.

Sr. Presidente, eram essas as comunicações e agradeço a V. Exª pelo tempo que me concedeu a mais, porque o Brasil precisa de que muitos venham a esta tribuna - e certamente virá o Senador Jefferson Péres - para verberar contra esta situação calamitosa a que o Presidente Lula está levando o Brasil.

Muito obrigado.