Discurso durante a 218ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Abordagem sobre o processo de aquisição da mineradora canadense Canico Resource Corporation pela Companhia Vale do Rio Doce.

Autor
Luiz Otavio (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PA)
Nome completo: Luiz Otavio Oliveira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA MINERAL. COMERCIO EXTERIOR. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO. ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Abordagem sobre o processo de aquisição da mineradora canadense Canico Resource Corporation pela Companhia Vale do Rio Doce.
Publicação
Publicação no DSF de 08/12/2005 - Página 43221
Assunto
Outros > POLITICA MINERAL. COMERCIO EXTERIOR. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO. ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • IMPORTANCIA, AQUISIÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), CONTROLE ACIONARIO, EMPRESA DE MINERAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, CANADA, EXPLORAÇÃO, MINERIO, ESTADO DO PARA (PA).
  • VANTAGENS, TRANSAÇÃO, NATUREZA COMERCIAL, HABILITAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), AUMENTO, EXPLORAÇÃO, MINERIO, NIQUEL, ESTADO DO PARA (PA), DIVERSIFICAÇÃO, PRODUÇÃO, AMPLIAÇÃO, PRESENÇA, EMPRESA, MERCADO INTERNACIONAL, METAL NÃO FERROSO.
  • IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, COMPETENCIA, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), AMBITO INTERNACIONAL, AMBITO NACIONAL, REGISTRO, CRESCIMENTO, EMPRESA, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, SUPERAVIT, BALANÇA COMERCIAL, CRIAÇÃO, EMPREGO.
  • REGISTRO, AMPLIAÇÃO, ATUAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), SETOR, LOGISTICA.
  • CONGRATULAÇÕES, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), RECEBIMENTO, DIVERSIDADE, PREMIO, ATUAÇÃO, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, COMUNIDADE.
  • REGISTRO, PARCERIA, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), GOVERNO FEDERAL, INICIATIVA PRIVADA, IMPLEMENTAÇÃO, PROGRAMA ASSISTENCIAL, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, VALORIZAÇÃO, CIDADANIA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.
  • CONGRATULAÇÕES, SIMÃO JATENE, GOVERNADOR, ESTADO DO PARA (PA), ATUAÇÃO, PARCERIA, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), OBJETIVO, CRESCIMENTO ECONOMICO, REFORÇO, VINCULAÇÃO, EMPRESA, AMBITO ESTADUAL.

O SR LUÍZ OTÁVIO (PMDB - PA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em pronunciamento nesta Casa Legislativa, em fins do mês de setembro, abordei o processo de aquisição da mineradora canadense Canico Resource Corporation pela Companhia Vale do Rio Doce, então em vias de concretizar-se, enfatizando o quanto essa operação seria benéfica para a siderurgia brasileira e para o desenvolvimento do meu Estado do Pará.

Agora, retorno a esta tribuna para registrar a aquisição do controle acionário da referida mineradora pelo conglomerado brasileiro, ocorrido no dia 28 último. Com essa transação comercial, que envolveu recursos no montante de US$876 milhões canadenses - aproximadamente um bilhão e R$600 milhões -, a Vale adquiriu 93% das ações ordinárias, estando as ações restantes em negociação. Com a operação, a Vale se habilita a tocar o projeto Onça Puma, de exploração do níquel laterítico, no Sul do Pará, com capacidade de produção de quase 60 mil toneladas anuais. Para isso, a Companhia Vale do Rio Doce deverá investir nada menos que 1 bilhão e 100 milhões de dólares na nova atividade, o que se justifica pela escassez desse insumo e por sua valorização no mercado mundial.

A Vale do Rio Doce, não custa lembrar, já está iniciando o projeto Vermelho, também de produção de níquel, com capacidade estimada em 45 mil toneladas anuais. Quando atingirem a capacidade total de produção, os projetos Vermelho e Onça Puma garantirão à Vale, portanto, uma produção anual de 105 mil toneladas de ferro-níquel. Os estudos mais recentes indicam que a oferta de níquel no mercado internacional continuará comprimida nos próximos anos, o que dá um caráter estratégico à produção do metal. Entre outros fatores, a demanda tende a permanecer elevada em face do crescimento da economia chinesa, que também está contribuindo, conseqüentemente, para manter em patamar elevado o preço dessa commodity.

A aquisição da Canico se enquadra na estratégia da Companhia Vale do Rio Doce de diversificar sua produção e de se tornar um grande player no mercado mundial de metais não ferrosos. Nessa perspectiva, o minério de ferro, que atualmente responde por 80% da receita da companhia, deverá ter sua participação relativa reduzida para 65% até 2010.

Hoje, a Vale é a maior exportadora mundial de minério de ferro e manganês, a segunda maior produtora de manganês e ferro-liga e a produtora da chamada cadeia do alumínio ao menor custo em todo o mundo. Além disso, produz cobre, bauxita e caulim. Em relação ao cobre, os elevados investimentos da Vale reverteram a posição do Brasil, de importador a exportador desse metal. E, voltando ao níquel, gostaria de lembrar que o projeto Onça Puma, agora adquirido pela companhia brasileira, fica nas proximidades de suas unidades de mineração em Carajás, dispondo, portanto, de uma infra-estrutura já existente, na qual se destaca a Estrada de Ferro Carajás.

Esses dados, Sr. Presidente, demonstram que a Companhia Vale do Rio Doce, uma gigante do setor de mineração, tem uma estratégia definida e agressiva para aproveitar as condições favoráveis do mercado internacional e firmar-se entre as grandes companhias mineradoras do planeta. No pronunciamento já aludido, que fiz em fins de setembro, ressaltei o fato de que técnicos da empresa estão presentes nos cinco continentes, onde trabalham em cerca de 400 mil furos de prospecção e sondagem de minerais.

Aliás, a Companhia Vale do Rio Doce, por seu gigantismo, por sua competência, por sua identificação com os interesses nacionais, deve ser motivo de orgulho de todos os brasileiros. Em pouco mais de 60 anos - foi criada pelo Governo Federal em 1º de junho de 1942 -, a Vale registrou um crescimento vertiginoso. Além de desenvolver suas atividades no Brasil, atua em outros 13 países.

Sua contribuição ao desenvolvimento nacional é notável: emprega diretamente 33 mil pessoas; é a empresa que mais contribui para o superávit de nossa balança comercial; é a maior investidora em logística, operando extensa rede de ferrovias, portos e terminais marítimos, o que lhe permite manter o mais abrangente complexo de transporte intermodal do País. Responsável por 16% da movimentação de cargas no Brasil e por 65% da movimentação portuária de granéis sólidos, a empresa possui a maior malha ferroviária do País, com 9.306 quilômetros.

A propósito, a Vale tem se empenhado efetivamente em ampliar sua atuação na área de logística: há dias, anunciou seu interesse em adquirir a Brasil Ferrovias, colocada à venda pelos fundos de pensão Previ e Funcef. Se concretizada, essa operação permitirá à Vale crescer no setor de transporte de terceiros, cabendo lembrar, aí, que somente o setor de logística rendeu à empresa, este ano, um faturamento de 900 milhões de reais. Atualmente, a Companhia Vale do Rio Doce já responde por 18% da carga de grãos transportada por ferrovias. A malha da Brasil Ferrovias, com ramais no Centro-Oeste e em São Paulo, interessa à companhia por sua complementaridade com as demais operações já mantidas por ela.

Mas a participação da Companhia Vale do Rio Doce na vida brasileira não se restringe à geração de empregos, renda e superávit na balança comercial. A empresa tem também um profundo comprometimento com o nosso desenvolvimento social. Já mencionei, em outra ocasião, a preocupação da empresa com a qualidade de vida dos moradores nas regiões onde desenvolve seus projetos, como ocorre em Parauapebas, na Serra dos Carajás.

A responsabilidade social da Vale se manifesta em duas vertentes principais, que são as iniciativas de preservação do meio ambiente e a promoção da qualidade de vida das comunidades. Na sua postura de buscar o melhor relacionamento com públicos diversos, como clientes, fornecedores, parceiros e moradores das comunidades onde atua, a empresa consegue aliar a trajetória de crescimento com a criação e o enraizamento de valores.

            Não é de admirar, portanto, que tenha sido agraciada com diversos prêmios durante o ano em curso, destacando-se o X Prêmio Nacional de Qualidade de Vida, da Associação Brasileira de Qualidade de Vida, pelo programa Esposas na Empresa; o Prêmio Empresas Mais Admiradas do Brasil, concedido pela revista CartaCapital com base em levantamento da TNS/InterScience, e também pelo Diário Comércio Indústria & Serviços, de São Paulo; o Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho, pelo segundo ano consecutivo; o prêmio Empresa do Ano, concedido pela revista Brasil Mineral; o prêmio Empresa do Ano, setor mineração, obtido pela empresa Minerações Brasileiras Reunidas, do grupo Vale, e concedido pela revista Exame; e o Prêmio Destaque Especial, outorgado pela Associação Brasileira de Críticos de Arte ao Museu Vale do Rio Doce, em Vila Velha.

Na área ambiental, entre outros, a companhia conquistou o 3º Benchmarking Ambiental Brasileiro e o Prêmio FINDES/CONSUMA de Meio Ambiente de 2005.

Na promoção da cidadania, tanto quanto na consecução de suas metas econômicas, a Companhia Vale do Rio Doce tem atuado em estreito relacionamento com as autoridades governamentais. Entre outras iniciativas, merecem citação o apoio à Ação da Cidadania contra a Fome e pela Vida e ao Programa Fome Zero; e o desenvolvimento do Mapa da Ação contra a Fome no Brasil. Além disso, a Vale participa de comitês e fóruns empresariais, integra o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, integra o Instituto Ethos de Responsabilidade Social e é membro fundador do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, bem assim do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.

Com essa pujança empresarial e essa folha de bons serviços prestados à comunidade brasileira, a Vale tem sido um agente relevante no crescimento econômico do meu Estado do Pará. Felizmente, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a empresa tem recebido um acolhimento à altura de sua notável contribuição, tanto da parte dos governantes quanto da parte das comunidades paraenses onde se faz presente. O Governador Simão Jatene tem procurado governar conciliando progresso e melhoria da qualidade de vida, o que provavelmente explica seus altos índices de popularidade no Estado, conforme têm demonstrado as pesquisas de opinião pública. Em relação à estratégia de desenvolvimento, é visível a interação entre Governo e empresariado, conforme vem acontecendo com a Companhia Vale do Rio Doce. Em contrapartida aos benefícios proporcionados pela atividade empresarial, especialmente se essa acontece em consonância com o respeito à comunidade e a preservação ambiental, é natural que o Estado procure oferecer boas condições de infra-estrutura, que, ao fim e ao cabo, reverterão em melhorias na qualidade de vida de todos os cidadãos.

A Companhia Vale do Rio Doce tem um vínculo forte e já tradicional com os paraenses. A aquisição do controle acionário da Canico Resource Corporation é mais uma operação que vem expandir o potencial dessa empresa e estreitar seus vínculos com a comunidade paraense. Ao parabenizar a companhia, a maior empresa de mineração diversificada das Américas, na pessoa de seu diretor-presidente Roger Agnelli, quero estender meus cumprimentos ao Governador Simão Jatene. E quero, especialmente, me congratular com o povo paraense, que reconhece a importância e a responsabilidade social de uma companhia que dá o melhor de si para consolidar sua liderança e seu pioneirismo, contribuindo também para promover as condições de progresso e de bem-estar da coletividade.

No dia de hoje, Sr. Presidente, a imprensa do meu Estado dá grande destaque aos investimentos que a Vale vem fazendo no Brasil e em especial no Pará. Na última segunda-feira, durante almoço oferecido pelo diretor-presidente da CVRD, Roger Agnelli, aos seus executivos e à imprensa de todos os estados em que a empresa atua, foram divulgados os resultados dos primeiros nove meses, demonstrando que os investimentos não poderão ser menores no próximo ano. Nos últimos doze meses, a Vale bateu um recorde de investimentos, algo em torno de US$3 bilhões, sendo que, no meu Estado do Pará, os investimentos da empresa, juntamente com Mineração Rio do Norte, Albrás, Alunorte e PPSA, somaram US$740,3 milhões, apenas de janeiro a setembro. Em 2004, os investimentos também foram grandes, US$1,956 bilhão em todo o país.

Sr. Presidente, esses números são expressivos e motivo de orgulho para os brasileiros, que têm na Companhia Vale do Rio Doce um ícone de sucesso empresarial no País.

Muito obrigado.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/12/2005 - Página 43221