O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, não quis apartear o nobre Senador César Borges porque discordo de uma porção de itens abordados por S. Exª, mas concordo com a última consideração que fez, não em relação a essa obra, mas a algumas obras que às vezes surgiam e, de quando em vez, afloram no Brasil.

Sr. Presidente, uma vez, deixei de defender aqui uma pessoa amiga - eu era iniciante na Casa - e disso me arrependo até hoje. Trata-se de um amigo nosso que, quando Presidente da Eletronorte, fez um acordo com uma companhia para fazer um pagamento. Acusaram-no, dizendo que essa ação era mal colocada. Resultado: foi demitido, adoeceu, morreu. Nunca mais se conseguiu fazer acordo como aquele, que era extremamente favorável à União. Arrependi-me de não tê-lo defendido com ênfase.

Vejo novamente uma injustiça ser proclamada nesta República. Ela se volta contra o Ministro Marcio Fortes de Almeida*, amigo de longa data, homem que foi Secretário-Executivo por seis anos e sete meses dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Ministério das Minas e Energia, tendo ocupado essas pastas por mais de 1,5 ano, somando os períodos em que ele assumiu a titularidade. Ele presidiu ou integrou conselhos de estatais, num total de 21 instituições, entre as quais estão: Embrapa, BNDES, Furnas, Itaipu Binacional, Eletrobrás, Companhia Docas do Rio de Janeiro, Companhia Siderúrgica Nacional, TV Educativa, além de ter sido professor e examinador do concurso do Instituto Rio Branco por mais de 10 anos, acumulando experiência nos setores portuário, de energia, comércio exterior, agronegócio, siderurgia e comunicação educacional.

Esse é o currículo de Márcio Fortes, nosso Ministro das Cidades. E saiu nos jornais esta semana que ele era um incompetente. É exatamente contra isso que estou aqui mostrando que ele pode ser tudo menos incompetente. Conheço-o como homem de bem, um cidadão que militou comigo na Associação Comercial do Rio de Janeiro por muito tempo, um cidadão respeitado por todos que com ele convivem. E nesse Ministério das Cidades, em apenas quatro meses, ele arranjou cerca de R$4 bilhões em obras para vários serviços essenciais, como esgoto sanitário, água tratada e coleta de lixo.

Ele reativou os leilões do PSH - Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social, sendo liberados R$300 milhões para casa popular. Para o Crédito Solidário, foram mais R$300 milhões. Conseguiu aprovar, no financiamento às construtoras, o fim da exigência de que comercializem 30% dos imóveis na planta, como vice-presidente do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Arranjou verbas para o Programa de Mobilidade Urbana. E, hoje, há disponível - não está sendo tomado, lembro aos Srs. Senadores para alertarem os seus Estados, as suas capitais - R$300 milhões para ciclovias, uma verba que ele disponibilizou no Ministério.

Na cidade de São Paulo, colocou recursos para o Corredor Expresso de Ônibus, o Fura-Fila.

Aos metrôs de Salvador e Fortaleza foram liberados R$240 milhões para iniciar ou retomar obras que estavam paralisadas há tempo.

No metrô de Porto Alegre, buscou a aceleração e a recuperação dos trens para dar maior segurança e conforto aos passageiros.

Estão sendo removidas 2,5 mil famílias que vivem, há anos, em situação de risco na cabeceira da pista do aeroporto de Porto Alegre. A pista será ampliada, permitindo que os aviões decolem com plena capacidade de carga, melhorando a logística das exportações. Há vinte anos a obra era aguardada, e ele conseguiu mobilizá-la.

Para solucionar outra situação dramática, no Rio de Janeiro, na Favela do Arará, ele fez um convênio com a Prefeitura para remover todos esses favelados.

Em Santa Catarina, melhorias foram iniciadas para o acesso ao Porto de Itajaí.

Reforçou recursos para as Prefeituras elaborarem planos diretores. Várias cidades da Paraíba estão fazendo esses planos diretores, que são fundamentais na definição do futuro das cidades.

Organizou a segunda Conferência Nacional das Cidades, em Brasília, que teve a participação de cerca de três mil Municípios. No âmbito do Detran, lançou a campanha nacional sobre Direção Defensiva.

Esse é o cidadão que está há quatro meses no Ministério e que está sendo acusado injustamente de incompetência. Queria mostrar que quem faz uma ação como essa que foi feita, passando por tantos Ministérios, participando tão brilhantemente de tantas instituições, não pode nunca ser rotulado como incompetente.

Era o que queria dizer.

Obrigado, Sr. Presidente.