O SR. REGINALDO DUARTE (PSDB - CE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero registrar o falecimento do Monsenhor Murilo de Sá Barreto, aos 75 anos de idade, em Fortaleza, no último dia 04.

Padre Murilo, como era tratado por todos, nasceu em Barbalha, minha terra natal. Foi ordenado padre em 1957 e, desde 1966, passou a pároco na Igreja de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte, onde permaneceu até sua morte.

Foi radialista, escritor, pesquisador e grande desportista.

Por mais de 30 anos foi professor de português da antiga Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte. Teve três livros publicados: De Juazeiro à Terra Santa, Testemunhos de Serviço e Fidelidade e Padre Cícero.

Em dezembro de 2002, foi agraciado pela Santa Sé com o título de “Monsenhor Capelão de Sua Santidade”.

Foram 48 anos dedicados à vida sacerdotal e, em especial, à coordenação das romarias em homenagem ao Padre Cícero.

Sempre atuou como um sacerdote zeloso e atento aos anseios dos fiéis que o procuravam, que recebiam sempre uma palavra de estímulo, de apoio e de atenção.

Sua capacidade de compreensão do espírito romeiro fez de Padre Murilo uma ponte entre a Igreja e a fé no Padre Cícero, de forma muito equilibrada e respeitosa para ambos os lados.

Era um homem sensível, de cultura sólida, que valorizava nos seus sermões especialmente a generosidade, a piedade e a compaixão com o ser humano.

Esses sentimentos se espelhavam em seu trabalho e se refletiam na sua abordagem a todo aquele que o procurasse em busca de orientação, apoio ou consolo.

Muito querido e respeitado pelos romeiros de todo o Nordeste, Padre Murilo, com sua capacidade de liderança, foi responsável pela conciliação da devoção do Padre Cícero com a Igreja Católica. A sua grande cruzada sempre foi a reabilitação do nome do Padre Cícero perante as autoridades da Santa Sé.

“A figura de Monsenhor Murilo Barreto representa para a Igreja Católica do Brasil um apóstolo do Nordeste, pela sua dedicação e zelo pastoral ao acolher o povo” - diz Dom Fernando Panico, bispo do Crato.

Sr. Presidente, solicito as providências desta Casa para que sejam enviados votos de pesar à família do Monsenhor Murilo de Sá Barreto.