Discurso durante a 224ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do lançamento ontem, em Brasília, da mini-série sobre a vida e a obra do ex-Presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira, pela Rede Globo de Televisão. (como Líder)

Autor
Paulo Octávio (PFL - Partido da Frente Liberal/DF)
Nome completo: Paulo Octávio Alves Pereira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Registro do lançamento ontem, em Brasília, da mini-série sobre a vida e a obra do ex-Presidente Juscelino Kubistchek de Oliveira, pela Rede Globo de Televisão. (como Líder)
Aparteantes
Antonio Carlos Magalhães, Eduardo Azeredo, Fernando Bezerra, José Sarney, Leomar Quintanilha.
Publicação
Publicação no DSF de 15/12/2005 - Página 44790
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, LANÇAMENTO, OBRA ARTISTICA, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), BIOGRAFIA, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, IMPORTANCIA, DIVULGAÇÃO, HISTORIA, BRASIL, DEBATE, CONCILIAÇÃO, DEMOCRACIA, OBJETIVO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, ELOGIO, TRABALHO, AUTOR, ATOR.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF. Pela Liderança do PFL. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente, Senador Paulo Paim.

Srªs e Srs Senadores, na noite de ontem, Brasília foi palco de um dos momentos mais emocionantes do ano em curso, que foi o lançamento da minissérie produzida pela Rede Globo de Televisão sobre a vida e a obra do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Todos que tiveram a oportunidade de conviver com JK - e aqui vejo Senadores ilustres que conviveram com Juscelino, como o Senador Antonio Carlos Magalhães, o Senador José Sarney e o Senador Eduardo Azeredo - sempre destacaram, dentre suas muitas virtudes, a sua capacidade de conciliação, para a convergência e para a construção do entendimento. Jamais tivemos registro de uma só ação de Juscelino voltada para o ataque pessoal, mesmo em relação a seus adversários políticos.

Mas o projeto da série sobre JK é muito mais do que o simples retrato de uma história. Sua riqueza de detalhes, fruto do trabalho magnífico empreendido pela dupla de escritores Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, o desempenho fantástico dos atores e atrizes envolvidos na sua produção, do que tivemos a oportunidade de assistir a algumas cenas, nos dão a convicção de que a trajetória do homem e do político Juscelino Kubitschek, além de matar a saudade de uma legião de admiradores, certamente despertará nas novas gerações a esperança de que é possível a construção de uma ação política construtiva, planejada e com resultados em favor do povo e do País.

A jornalista Tereza Cruvinel, articulista do jornal O Globo, relata em sua coluna diária uma passagem em relação à atual crise política, onde destaca, sob o título “Mineiros contra o fogaréu”, que a política de mineiros como JK, Tancredo Neves e Renato Azeredo fez escola, e que o País necessita que a conciliação institucional seja colocada à frente das divergências partidárias.

Sempre me atraiu, com entusiasmo, a atuação propositiva, em especial as que venham ao encontro dos anseios da sociedade e do Brasil. Isso foi o que podemos extrair como lição do saudoso Presidente Juscelino, e que certamente influenciaram na sua escolha como brasileiro do século passado por voto popular e maior estadista que este País já conheceu.

A apresentação da minissérie, a partir de 3 de janeiro de 2006, certamente consolidará o seu exemplo de estadista e de homem público que soube conduzir os rumos do País com altivez, correção de propósitos e, acima de tudo, paciência e elevado espírito de patriotismo, o que reflete com fidelidade o verdadeiro retrato de sua vida pública.

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senador Paulo Octávio, V. Exª me concede um aparte?

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF) - Com maior prazer, Senador Eduardo Azeredo.

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senador Paulo Octávio, neste aparte, quero apenas cumprimentar V. Exª e dizer da nossa satisfação em ver o início dessa minissérie da TV Globo, que fará realmente justiça ao maior homem público que o Brasil já teve - acho que posso dizer assim, apesar de não ser muito de usar superlativos, mas, neste caso, acho que é correto dizer. Juscelino Kubitschek terá, nesses dias do início do ano de 2006, toda a divulgação do que foi a sua vida para que um maior número de brasileiros possa se lembrar bem de quem foi Juscelino e do legado tão importante que ele deixou para todos nós de democracia, de desenvolvimento. Parabéns pelo seu pronunciamento.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF) - Legado inclusive de seu próprio pai, Senador Eduardo Azeredo.

Senador Leomar Quintanilha.

O Sr. Leomar Quintanilha (PCdoB - TO) - Senador Paulo Octávio, primeiramente gostaria de cumprimentar V. Exª pela justa homenagem que presta a um dos maiores estadistas deste País. O povo brasileiro tem razões de sobra para lembrar com saudades, para ter como imorredoura a imagem do extraordinário presidente Juscelino Kubitschek. Mas, de modo especial, tem o Estado de Goiás razões para homenagear tão ilustra figura. Sou goiano, ilustre Senador, e me lembro muito bem de como era Goiás antes da transferência, da corajosa decisão política do Presidente Juscelino Kubitschek de transferir para o interior brasileiro, como forma de integração nacional, o centro decisório do País. Goiás era um Estado provinciano, um Estado atrasado, um Estado pobre. Com a vinda de Brasília para cá, veio mais vida para Goiás. Brasília transformou Goiás no que é hoje, um dos mais importantes Estados da Federação; provocou essa verdadeira integração nacional; permitiu a criação do Estado de Tocantins; fez a Belém-Brasília, que cortou o País de norte a sul; trouxe alegria e esperança a este País. Parabéns a V. Exª por homenagear esse extraordinário homem público.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF) - Obrigado, Senador Leomar Quintanilha, que tão bem representa o povo de Tocantins. E é verdade: a marcha para o Centro-Oeste foi desenvolvida pelo Governo JK. 

A apresentação da minissérie, que vai ocorrer a partir de 3 de janeiro de 2006, certamente consolidará o seu exemplo de estadista e de homem público que soube conduzir os rumos do País com altivez, correção de propósitos e, acima de tudo, paciência e elevado espírito de patriotismo, o que reflete com fidelidade o verdadeiro retrato de sua vida pública.

Nunca é demais repetir que JK foi um homem à frente do seu tempo, cujo nome foi perpetuado na história deste País como um líder incontestável, com sensibilidade social, competente administrativamente e um desenvolvimentista nato, cujas condutas como cidadão e homem público - foi prefeito, governador, presidente da República e senador - lhe permitiram conduzir o nome do Brasil com honradez irretocável no cenário nacional e internacional.

Além disso, a emoção da família Kubitschek, com a presença de sua filha Maristela, de suas netas Ana Cristina e Júlia, dos bisnetos André e Felipe, além de amigos, colaboradores e pioneiros próximos de JK, como o Deputado Carlos Murilo, o Coronel Afonso Heliodoro, o Ministro Olavo Drummond, Dona Cirlene Ramos, Ernesto Silva, entre outros, verdadeiramente maravilhados com o contato próximo aos artistas que representavam, em alguns casos, a si próprios ou pessoas que lhes foram próximas. Um desses momentos foi o encontro das netas de JK com a atriz que representaria sua mãe, a nossa querida Governadora do Distrito Federal Márcia Kubitschek, já falecida.

Nota-se, nessa produção, todo um carinho, um respeito, sem que isso signifique afastar a fidelidade histórica da trajetória de JK, fortalecendo o processo de cuidado com que devemos pautar o uso dos símbolos do País, uma vez que Juscelino Kubitschek não pertence a nenhuma corrente política ou ideológica. Ele pertence ao Brasil, pertence aos brasileiros.

Em discurso em nome da família Kubitschek, sua neta destacou duas passagens que peço licença para repetir. A primeira, inspirada em sua avó Sarah Kubitschek, ao afirmar que “ao político comum bastava o esforço, a oratória e a dedicação. Mas do estadista, é inseparável a fantasia, a audácia realizadora e a capacidade de transformar sonho em realidade. Os primeiros podemos encontrar com alguma facilidade, mas os últimos são raros”.

A segunda, de sua mãe Márcia Kubitschek, relembrando o próprio pai: “JK, como homem público, deixou um rastro de realizações neste País; uma época de alegria e de esperança; um halo de grandeza de espírito; de amizades sinceras; de compreensão para com os humildes e de saudades para os que ficaram enquanto ele partia”.

A minissérie, que será levada ao ar a partir de 3 de janeiro, foi feita por meio de um trabalho enorme de Maria Adelaide Amaral, que esteve aqui no Senado conversando com os Senadores, que ouviu a história do Brasil, que esteve no gabinete do Senador Antonio Carlos Magalhães, com quem conversou durante toda uma tarde e ouviu os momentos inesquecíveis com que, com precisão irretocável e memória privilegiada, o Senador Antonio Carlos ilustrou a história de JK.

Juscelino, ao ser retratado pela modernidade das produções televisivas do século XXI, certamente se consolidará no imaginário popular da forma como aqueles que com ele conviveram ou dele puderam estudar suas ações, sempre o idolatraram, como o homem que governou com alegria de viver, com planejamento, com metas arrojadas e que provocou um surto de desenvolvimento e de integração nacional em nosso País.

Ouço o Senador Antonio Carlos, amigo do Presidente Juscelino, que tem uma memória privilegiada e que tanto ajudou na formatação da história dessa minissérie.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Senador Paulo Octávio, quero dizer da minha alegria de ouvir o seu discurso. Essa série é um ato de justiça da Rede Globo, recordando um dos maiores homens, talvez o maior estadista da República que eu tenha conhecido. Realmente, Deus me deu o privilégio de conviver com intimidade com o Presidente Juscelino. Tenho, inclusive, vontade, algumas vezes, de trazer determinados documentos de determinada época para esta Casa, a fim de dar aos Senadores o sentido do político Juscelino, mas, sobretudo, do administrador Juscelino Kubitschek. Fico contente de vê-lo na tribuna. Só lamento não ser eleitor em Brasília para dar a V. Exª o voto para Governador, porque sei que seria o homem que continuaria a obra de Juscelino em Brasília e que levaria esta terra ao desenvolvimento, com seriedade e, sobretudo, com o amor que V. Exª tem, naturalmente, pelos laços que o unem à família Kubitschek. Mas V. Exª vai chegar lá, tenho certeza, sem o meu voto, mas com o voto de todos os meus amigos desta cidade.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF) - Muito obrigado, Senador Antonio Carlos Magalhães. Suas palavras muito me sensibilizam. V. Exª conviveu tão bem com o Presidente, que, inclusive, se lembra dos momentos mais difíceis. Lembro-me de suas histórias, com o telefone privativo do Presidente Kubitschek, em momentos do Congresso Nacional. V. Exª era um Deputado novo. Mesmo sendo da Oposição, ajudou o Presidente Juscelino a construir Brasília e a governar. V. Exª foi um dos primeiros Deputados a fixar residência em Brasília, sempre apoiando a construção da cidade. Brasília é muito grata a V. Exª, assim como ao Presidente José Sarney, um dos únicos Governadores a receber o Presidente Kubitschek, durante o exílio, no Palácio do Governador, em São Luís, no Maranhão.

Por tudo isso, Sr. Presidente Paulo Paim, na condição de Senador da República pelo Distrito Federal, agradeço à Rede Globo e a parabenizo, mais uma vez, na pessoa de seu Presidente, João Roberto Marinho, não só pela minissérie, mas também pelo seu lançamento, que, pela primeira vez, ocorre fora do eixo Rio - São Paulo.

Ouço o Presidente José Sarney, com a maior alegria.

O Sr. José Sarney (PMDB - AP) - Senador Paulo Octávio, esta Casa recolhe, em seus Anais, a reverência que sempre fiz à memória do Presidente Juscelino Kubitschek, ressaltando suas grandes virtudes. Hoje, uma vez mais, quero que faça parte de seu pronunciamento a minha reiterada admiração por Juscelino Kubitschek. Eu o conheci como adversário no Congresso Nacional daquele tempo, mas, depois que ele deixou o Poder, eu me transformei em seu grande amigo e dele recebi muitas manifestações de afeto. V. Exª, portanto, expressa um sentimento que é do Senado Federal e também do povo brasileiro. Muito obrigado.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF) - Agradeço-lhe o aparte, Presidente José Sarney, que deu muito apoio ao Presidente Juscelino e que tem dado muito apoio à família Kubitschek! Meus agradecimentos a V. Exª! Sua posição ficará registrada nos Anais desta Casa, na história do País e na história do Senado Federal.

O Sr. Fernando Bezerra (PTB - RN) - V. Exª me permite um aparte, Senador Paulo Octávio?

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF) - Pois não, Senador Fernando Bezerra.

O Sr. Fernando Bezerra (PTB - RN) - Senador Paulo Octávio, gostaria de associar-me a todas as homenagens ao Presidente Juscelino, mas queria também dar um depoimento. Em minha família, até a extinção do Partido, meu tio Odorico Bezerra foi Presidente do PSD do Rio Grande do Norte e amigo pessoal do Presidente Juscelino Kubitschek. Mas tive o privilégio e a oportunidade, em 1966, quando era eu estudante nos Estados Unidos, de me encontrar com o Presidente Kubitschek. E foi algo inesquecível para mim, foi emocionante. Tenho, inclusive, as fotografias desse encontro. No momento em que todo o Brasil presta homenagem à memória desse homem inigualável na história do nosso País, associo-me a ela e dou o depoimento da profunda admiração que tive, eu e minha família, e do privilégio desse encontro com Juscelino no exílio, o que fez reforçar, na época, ainda mais, a profunda admiração ao grande brasileiro que foi Juscelino Kubitschek.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF) - Muito obrigado, Senador Fernando Bezerra. Realmente, poucos brasileiros tiveram o privilégio dessa convivência.

Essa minissérie produzida pela TV Globo é importante, porque dá a oportunidade ao Brasil de conhecer a trajetória de um político. No momento em que a classe política tem sido tão atacada e tão atingida, é muito oportuna essa minissérie, que vai mostrar a face, o trabalho, a determinação de um Presidente que mudou o Brasil. Essa minissérie é muito oportuna, principalmente para os jovens.

Por isso, mais uma vez, agradeço à Rede Globo de Televisão e a parabenizo, na pessoa do seu Presidente, João Roberto Marinho, não só pela minissérie, mas pelo seu lançamento, que, pela primeira vez, ocorre fora do eixo Rio - São Paulo, exatamente no Memorial JK, Casa responsável por manter viva a história e a obra de Juscelino, ao mesmo tempo em que nos dá a oportunidade de reviver os anos dourados de sua vida e de sua ação política.

Certamente, essa minissérie, Senador Paulo Paim, dará aos jovens brasileiros uma dimensão de como é importante o trabalho político, de como é importante o trabalho efetivo de um bom político em benefício de nossa gente e do nosso País!

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/12/2005 - Página 44790