Discurso durante a 225ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Questionamentos sobre a liberação de emendas ao Orçamento propostas por parlamentares da bancada do Amazonas.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ORÇAMENTO.:
  • Questionamentos sobre a liberação de emendas ao Orçamento propostas por parlamentares da bancada do Amazonas.
Publicação
Publicação no DSF de 16/12/2005 - Página 45412
Assunto
Outros > ORÇAMENTO.
Indexação
  • REPUDIO, CRITERIOS, FAVORECIMENTO, POLITICA PARTIDARIA, LIBERAÇÃO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, ORIGEM, EMENDA, CONGRESSISTA, REGISTRO, DADOS, AUSENCIA, EXECUÇÃO ORÇAMENTARIA, ATENDIMENTO, BANCADA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), PERSEGUIÇÃO, OPOSIÇÃO, PROTESTO, FALTA, ETICA, GOVERNO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o fim do período legislativo de 2005 é também o começo do fim do desastrado, irresponsável e premeditadamente odioso, repulsivo e desprezível Governo petista do Presidente Lula.

            Esse grupo que aí está, plantado por Lula no Palácio do Planalto, é como repelente, aquele remédio que se usa para afastar pernilongos. Só não repele quem usa a estrelinha vermelho-apagado do PT.

Mostro o porquê. O Governo Lula, que é tudo isso, por tudo isso se reflete nas pesquisas do IBOPE e do Datafolha. Está mais em queda do que pedra rolando na ribanceira. Não há como segurar!

Explico mais:

Dentro rigorosamente dos preceitos da lei, propus no Orçamento que se está extinguindo as minhas emendas parlamentares. Elas contemplam unidades do saúde, a começar pelos mais pobres municípios do Amazonas.

Vamos às minhas emendas.

Valor total: R$ 3.200.000,00

Liberações:

1a. parcela, 05 nov.2005, 0 (zero, mesmo!)

2a. parcela, 07 nov.2005, 0 (isso mesmo, zero)

3a. parcela, 11 nov. 2005, 0 (novamente zero)

4a. parcela, 14 nov. 2005, 0 (repete-se o zero)

5a. parcela, 16 nov. 2005, 0 (volta o zero)

6a. parcela, 18 nov. 2005, 0 (o zero retorna)

7a. parcela, 21 nov. 2005, 0 (insiste o zero)

8a. parcela, 22 nov. 2005, 0 (o zero de novo)

9a. parcela, 23 nov. 2005, 0 (zero absoluto)

10a.parcela,25 nov. 2005, 0 (reaparece o zero)

11ª.parcela,01 dez. 2005, 0 (zeríssimo!)

12a.parcela,07 dez. 2005, 0 (o preferido de Lula:zero).

As datas referem-se às liberações das emendas propostas por parlamentares da bancada do Amazonas. Para os aliados, os amigos, tudo. Para a oposição, zero e zero, só zero!

Estou anexando a este pronunciamento uma tabela indicativa das liberações dessas emendas amazônidas. Liberações é modo de dizer. Lula e seu Governo petista, esse mesmo o odioso, confunde dinheiro público com o dinheiro do próprio bolso.

Para começar, ele supõe que o orçamento é seu, que o dinheiro é dele e pede para sua equipe que faça cruzes nos nomes dos parlamentares de oposição. Com o Deputado Pauderney Avelino, também oposicionista, também amazonense, só que na Câmara, foi igual: o zero de cabo a rabo.

Isso, em qualquer lugar do mundo, chama-se indecência. É despreparo total para conduzir o Governo.

Faço o registro mais em respeito às entidades para as quais destinei as minhas emendas, incluindo, incluindo a Universidade Federal do Amazonas, o CEFET outras. Peço-lhes desculpas. E, em carta, vou explicar, com a tabelinha das cruzes satânicas com que o Governo Lula assinala os oposicionistas. Assim, essas entidades, ficarão sabendo quem é o Governo Lula: como age, como manobra, como perverte, como exclui, como menospreza, como marginaliza, como tudo de nocivo.

            Por coisas como essas, Lula, que aerolulou para a Colômbia, disse mais um dos seus disparates:

Governar é muito difícil', diz Lula

Na Colômbia, ele afirma que no começo foi vítima de preconceito.

Preconceito? Coitado do dicionário Aurélio! O Presidente usa a palavra preconceito para justificar o malogro do seu Governo do quatriênio perdido.

Não, Lula, respeite ao menos o Aurélio, já que V. não respeita o povo do Amazonas e do Brasil.

Não é preconceito, não, Lula.

É incompetência. Incompetência, mesmo!

E já que falamos de semântica, avanço numa nova palavra, resultante das mudanças ou translações sofridas, no tempo e no espaço por conta de barbaridades e agressões como essas do Presidente. Sem querer avançar na semiótica do mestre Décio Pignatari, crio uma palavra, muito apropriada aos tempos que estamos vivendo:

Luloincompetência ou Incompelulatência.

            Fico com essa última. É mais parecida com o tal de Lula que aí está a infelicitar o País.

 

************************************************************************************************

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

************************************************************************************************

Matéria referida:

“Reprovação atinge pilares do Governo.”

Quinta-feira, 15 de Dezembro de 2005

Reprovação atinge pilares do governo

Pesquisa CNI/Ibope revela avaliação negativa em áreas como combate à fome e controle da inflação

Gabriel Manzano Filho

Não bastassem as más notícias no front eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu outro forte golpe na percepção que têm os eleitores das realizações concretas de seu governo. A pesquisa CNI/Ibope detectou, pela primeira vez, que o governo foi reprovado em todas as sete áreas específicas que constituem o cerne de sua gestão. O saldo é negativo (ver quadro) no combate à fome e à pobreza, nos programas de educação e saúde, na segurança pública, no combate à inflação, na questão da taxa de juros, no combate ao desemprego e na política de impostos.

Não é uma grande virada. Na verdade, o governo Lula já estava no vermelho em seis dessas áreas, e o quadro se fechou com a inclusão, na lista negativa, da única em que sua aprovação era maior, a área de educação e saúde. Até setembro, o governo sustentou uma apertada "vitória", por 50% de aprovação contra 47% de reprovação. O jogo virou, para 48% a 47% para o lado das más notícias.

Os dados são obtidos a partir de uma pergunta feita ao eleitor: "Para cada um dos assuntos que eu citar, gostaria que o (a) sr. (sra.) dissesse se aprova ou desaprova a atuação do governo Lula até o momento."

Se servir de consolo ao Planalto, a diferença diminuiu de 9 pontos para 4 (sempre negativos) no item combate à fome e à pobreza. Continua péssimo, mas reduziu-se um pouquinho, também, o patamar de desaprovação à política de impostos: há três meses estava em 51 pontos e encurtou, na nova pesquisa, para 49. Mas em outros 3 cruciais em ano eleitoral que se avizinha - inflação, segurança pública e as questões de educação e saúde - a desaprovação aumentou. Na inflação, a aprovação perdia para a desaprovação por 52% a 39% e agora perde por 54% a 37%. Na segurança, de 63% a 30% em setembro a desaprovação sobe para 65% a 29%.

Essas avaliações podem casar-se com outra tabela da pesquisa, que apura a imagem que as pessoas guardam do governo, a partir de notícias na mídia. Fica claro, pelas respostas, que os três principais temas fixados são os que o Planalto queria que todos esquecessem - a acusação de que o PT pagava mensalão a parlamentares, as denúncias de corrupção nos Correios e o processo de cassação de José Dirceu.

A pergunta era: "Quais as duas principais notícias sobre o governo do presidente Lula que saíram na imprensa nas últimas semanas?" O mensalão teve 20% de citações, a corrupção nos Correios 17% e o caso José Dirceu 14%. Indicadores econômicos, queda da inflação ou até o programa Bolsa Família aparecem no pé da lista, entre 1 e 2 pontos.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/12/2005 - Página 45412