Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Parabeniza a iniciativa do Senador Antero Paes de Barros de concessão do título de Professor Honoris Causa da Universidade do Legislativo - UNILEGIS ao Senador Ramez Tebet.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Parabeniza a iniciativa do Senador Antero Paes de Barros de concessão do título de Professor Honoris Causa da Universidade do Legislativo - UNILEGIS ao Senador Ramez Tebet.
Publicação
Publicação no DSF de 18/01/2006 - Página 575
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • APOIO, REQUERIMENTO, HOMENAGEM, RAMEZ TEBET, SENADOR, EX PRESIDENTE, SENADO, CONCESSÃO HONORIFICA, PROFESSOR, UNIVERSIDADE, LEGISLATIVO, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sei que falo para D. Fairt, esposa e companheira leal e dedicada do Senador Ramez Tebet; para Simone, advogada preparada e prefeita competente; para Eduarda, médica; para Rodrigo, administrador, e para o Ramez, advogado. Sei que falo para uma família muito orgulhosa desse Senador que a todos nos orgulhuce também.

Punha-me a pensar sobre a personalidade do Ramez Tebet. O que faz dele alguém que consegue despertar tantos pronunciamentos, tantos discursos diferentes, sem repetição? Cada um apontando a parte da sensibilidade, da inteligência, da bondade, da cordialidade do Ramez que mais agrada-lhe ou salta-lhe aos olhos.

Eu próprio tenho as minhas histórias com o Senador Ramez Tebet. Fui seu colega de Congresso, fui Líder do Governo no Congresso Nacional. Pude ver de perto duas características fundamentais. Em determinado momento, um grupo de Deputados, mais até do que de Senadores, resolveu entender que era uma luta política não permitir que Ramez Tebet dirigisse as sessões do Congresso Nacional que, à época eram muitas, hoje são raras. À época eram freqüentes. Houve um princípio de baderna, condenado pelo bom senso e enfrentado pela coragem serena de Ramez Tebet. Tive a honra de estar ao lado dele nesse episódio.

Lembro-me bem de que a decisão de Ramez foi a de sair pela frente do plenário da Câmara. Disse-lhe: “Ramez, vamos sair pela frente, sim, porque tenho certeza absoluta de que essas pessoas todas são mais corajosas de longe. Na medida em que a gente se aproxime delas a coragem irá baixando. É quase sempre assim”. Vaias e gritos. Fomos chegando, e a coragem foi baixando. A gente identifica um covarde de longe. Tenho um verdadeiro faro para covardes. Nós passamos.

Ficou um aparente problema: como é que o Ramez vai dirigir o Congresso Nacional se essa baderna se repete? Tomamos, sob seu aconselhamento e sob sua liderança, as medidas necessárias. Imediatamente foi negociado um armistício; para que não houvesse punições drásticas, foi negociado um armistício. Eles iriam ouvir quietinhos, feito alunos das escolas antigas - tipo aquela coisa de ajoelhar no milho -, uma reprimenda feia e forte do Ramez Tebet. Em troca disso, eles teriam aquilo que o Ramez Tebet jamais negaria a ninguém, que era o perdão, a anistia. E perdoou, e anistiou, e foi um dos grandes Presidentes do Congresso Nacional.

Se eu tivesse de destacar alguma qualidade do Ramez, que, logo à primeira vista, todos percebem, eu me referiria à sua cordialidade; mas, se eu tivesse de citar uma outra qualidade, eu diria que o Ramez, que é um homem de bem, é profundamente capaz das atitudes de indignação que a sua consciência requer a cada momento. Então, não é fácil enquadrar o Ramez em categorias e dizer: “o Ramez é assim ou o Ramez vota assado, ou o Ramez vai proceder dessa ou daquela maneira”.

Em certas matérias, fica muito claro para mim que o Ramez se revelará rebelde; em outras, nos momentos de crise, revelar-se-á cordato, revelar-se-á capaz de buscar o consenso, capaz de aconselhar, eu repito, capaz de oferecer toda a experiência que acumulou na sua vida vitoriosa a favor de uma solução aqui do Congresso. Ou seja, juntam-se dignidade, bom senso e cordialidade numa só pessoa.

O Ramez, que é um lutador e tem lutado contra as intempéries da vida, que não poupam as pessoas - elas são duras -, é um vencedor em toda linha. Percebo em S. Exª o espírito público. Seu grande desejo é cumprir o seu mandato de Senador, e ele o está cumprindo brilhante e corretamente.

O Ramez é, em boa hora, homenageado pelo Senador Antero Paes de Barros e por todos nós que aqui estamos. Assinamos, conjuntamente com o Antero, essa concessão do título de Professor Honoris Causa para o Ramez Tebet e, ao fazê-lo, todos revelamos, neste momento, que somos seus admiradores, seus amigos, seus companheiros, seus colegas.

A mim, pouco se me dá se, em determinada posição política, o Ramez está contra mim ou se, em outra, está a favor. Fico muito feliz. Quando S. Exª está a favor, penso: “devo estar certo”, porque S. Exª costuma estar certo; pelo menos, com toda a boa vontade, ele se imagina certo ao adotar uma posição política. Quando está contra, penso: “muito bem, ele analisou de determinado jeito; eu analisei de outro”. E isso não influencia em nada a enorme admiração que tenho por essa figura grandiosa, por esse ser humano gigantesco que é o Senador Ramez Tebet, que já foi tudo na sua terra. Já foi Ministro e é, sobretudo, um grande Parlamentar, um grande Senador, um grande brasileiro.

Sinto que, para homenageá-lo, daria para se fazer um discurso caudaloso ou daria para se dizer poucas palavras. Daria para se fazer um tratado sobre a sua cultura, sobre a sua experiência e, repito, sobre a sua bondade pessoal, sobre a sua grandeza. O Ramez não tem nenhuma dificuldade de reconhecer o valor dos outros; o Ramez é desprovido dos sentimentos mesquinhos, parecidos com inveja, parecidos com ciúme; o Ramez é grande. Daria para fazer um discurso caudaloso, um discurso tipo rio Amazonas sobre isso.

E daria para, quem sabe, em duas palavras, ou três, ou quatro, definir, Senador Antero Paes de Barros, quem é o Senador Ramez Tebet. Alguém poderia dizer: um grande advogado, um jurista, um grande Senador, um grande homem público, um grande brasileiro, um grande isso, um grande aquilo, um pai de família exemplar. Eu diria de maneira bem simples: o Ramez é um homem.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/01/2006 - Página 575