O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero me associar às justas homenagens que estão sendo feitas ao ilustre Ministro Carlos Velloso. Fico feliz ouvindo os companheiros falando sobre a vida, a honradez, a conduta imparcial desse homem, um exemplo para o Judiciário brasileiro neste momento.

Fico mais feliz porque, há quase dez anos, o Ministro Velloso foi a uma solenidade no Espírito Santo. No momento, não me recordo qual, mas naquela ocasião também compareceu o Presidente da Assembléia Legislativa de então, o Deputado José Carlos Gratz. Dois anos depois disso, surgiram ligações do Presidente da Assembléia com o crime organizado naquele Estado. A revista IstoÉ, naquela época, tirara uma fotografia do Presidente da Assembléia conversando com o Ministro Velloso e, posteriormente, fez uma reportagem insinuando que o Ministro tivesse ligações com o crime organizado no Espírito Santo. Eu fiz aqui um discurso de reparo à honra do Ministro. Fiz aqui um discurso de desagravo à honra do Ministro.

Pois bem, hoje eu vejo que esse desagravo é coletivo e que S. Exª recebe as homenagens do Brasil inteiro. Na época, Sr. Presidente, o Ministro, com uma serenidade incrível, com a tranqüilidade do homem com a consciência tranqüila, cumpridor do seu dever, cheio de honra, não correu para processar e venceu aquele período tão difícil de se ver acusado, injustamente, pois era normal um Presidente do Supremo Tribunal Federal, numa solenidade qualquer, aparecer numa fotografia ao lado do Presidente de uma Assembléia Legislativa, que, dois anos depois, se desviou.

Desse modo, ao ouvir todos aqui nessa homenagem que prestam ao Ministro Velloso, fico muito feliz porque aquele desagravo, feito há oito anos, se configura agora num desagravo do Senado inteiro.

            As nossas homenagens a quem, com honra, cumpriu com o seu dever.