Pronunciamento de Eduardo Suplicy em 31/01/2006
Discurso durante a 11ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagem ao Juscelino Kubitschek de Oliveira, pela passagem dos 50 anos de sua posse como Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil.
- Autor
- Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
- Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Homenagem ao Juscelino Kubitschek de Oliveira, pela passagem dos 50 anos de sua posse como Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil.
- Publicação
- Publicação no DSF de 01/02/2006 - Página 2556
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, VIDA PUBLICA.
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmo Sr. Presidente Renan Calheiros; prezado Governador Joaquim Roriz; meu caro colega no Senado, Ministro e Presidente do Supremo Tribunal Federal, Maurício Corrêa; prezado Dom José Freire Falcão; Srª Anna Christina Kubitschek; Sr. Desembargador José Jeronymo de Souza, muito já foi dito aqui sobre Juscelino Kubitschek de Oliveira, mas acredito ser importante trazer o testemunho do impacto de Juscelino sobre cada um de nós, como assim o fizeram os Senadores que aqui com ele conviveram.
Eu tinha 19 anos em 1960, quando, estudante, comecei a acompanhar com muita atenção a campanha em que Juscelino despontava como um possível candidato. Eu ficava impressionado com a maneira didática como ele fazia suas exposições, normalmente utilizando um mapa, apontando para as diversas regiões do Brasil e mostrando qual era a sua visão do que poderia ser a nossa Nação.
O Senador Mão Santa mencionou que, naquela oportunidade, não havia televisão, mas talvez não no Piauí. Em São Paulo, lembro-me de ver Juscelino dialogando com o povo. A televisão ainda era em branco e preto, bastante precária em relação aos aparelhos modernos, mas me lembro perfeitamente de como Juscelino começou a inspirar as pessoas e a entusiasmar jovens como eu a querer bem ao nosso País e a acreditar naquilo que poderíamos realizar.
Ele tomou posse e lembro-me de que, à véspera da inauguração de Brasília, estávamos eu, meus irmãos e meus pais ouvindo o rádio. Eu estava entusiasmado com o que iria se passar em 21 de abril, na inauguração de Brasília, e pedi a meu pai: Puxa, eu gostaria tanto de presenciar o que vai ser a inauguração de Brasília! E ele me deu de presente poder aqui estar. Falei: depois eu me viro lá, porque sei que há amigos que estão ali acampados e tal. Assim, vim para cá, onde passei diversos dias, e pude perceber o entusiasmo das pessoas que haviam partilhado e participado da construção de Brasília, os operários do Núcleo Bandeirantes, mas também daqueles que viam cada edifício, cada prédio.
Passei a ter enorme admiração por Lúcio Costa, que planejou o desenho da cidade, e por Oscar Niemeyer, que construiu este verdadeiro céu, no sentido da beleza, do Senado Federal e do Congresso Nacional, que fez com que tantas pessoas que por aqui passaram por vezes comparassem esta Casa a um céu de reflexão sobre o País e sobre as coisas ora tristes, ora preocupantes, mas também sobre as boas coisas.
Eu gostaria de lhe transmitir, Anna Christina, que o sentimento de brasilidade, de amor à Pátria, de acreditar no Brasil, eu aprendi muito com o seu avô e isso é algo que ficou para sempre como um exemplo para mim e para milhões de brasileiros, hoje.
Meus parabéns! (Palmas.)