Discurso durante a 11ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Juscelino Kubitschek de Oliveira, pela passagem dos 50 anos de sua posse como Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Juscelino Kubitschek de Oliveira, pela passagem dos 50 anos de sua posse como Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 01/02/2006 - Página 2556
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmo Sr. Presidente Renan Calheiros; prezado Governador Joaquim Roriz; meu caro colega no Senado, Ministro e Presidente do Supremo Tribunal Federal, Maurício Corrêa; prezado Dom José Freire Falcão; Srª Anna Christina Kubitschek; Sr. Desembargador José Jeronymo de Souza, muito já foi dito aqui sobre Juscelino Kubitschek de Oliveira, mas acredito ser importante trazer o testemunho do impacto de Juscelino sobre cada um de nós, como assim o fizeram os Senadores que aqui com ele conviveram.

Eu tinha 19 anos em 1960, quando, estudante, comecei a acompanhar com muita atenção a campanha em que Juscelino despontava como um possível candidato. Eu ficava impressionado com a maneira didática como ele fazia suas exposições, normalmente utilizando um mapa, apontando para as diversas regiões do Brasil e mostrando qual era a sua visão do que poderia ser a nossa Nação.

O Senador Mão Santa mencionou que, naquela oportunidade, não havia televisão, mas talvez não no Piauí. Em São Paulo, lembro-me de ver Juscelino dialogando com o povo. A televisão ainda era em branco e preto, bastante precária em relação aos aparelhos modernos, mas me lembro perfeitamente de como Juscelino começou a inspirar as pessoas e a entusiasmar jovens como eu a querer bem ao nosso País e a acreditar naquilo que poderíamos realizar.

Ele tomou posse e lembro-me de que, à véspera da inauguração de Brasília, estávamos eu, meus irmãos e meus pais ouvindo o rádio. Eu estava entusiasmado com o que iria se passar em 21 de abril, na inauguração de Brasília, e pedi a meu pai: Puxa, eu gostaria tanto de presenciar o que vai ser a inauguração de Brasília! E ele me deu de presente poder aqui estar. Falei: depois eu me viro lá, porque sei que há amigos que estão ali acampados e tal. Assim, vim para cá, onde passei diversos dias, e pude perceber o entusiasmo das pessoas que haviam partilhado e participado da construção de Brasília, os operários do Núcleo Bandeirantes, mas também daqueles que viam cada edifício, cada prédio.

Passei a ter enorme admiração por Lúcio Costa, que planejou o desenho da cidade, e por Oscar Niemeyer, que construiu este verdadeiro céu, no sentido da beleza, do Senado Federal e do Congresso Nacional, que fez com que tantas pessoas que por aqui passaram por vezes comparassem esta Casa a um céu de reflexão sobre o País e sobre as coisas ora tristes, ora preocupantes, mas também sobre as boas coisas.

Eu gostaria de lhe transmitir, Anna Christina, que o sentimento de brasilidade, de amor à Pátria, de acreditar no Brasil, eu aprendi muito com o seu avô e isso é algo que ficou para sempre como um exemplo para mim e para milhões de brasileiros, hoje.

Meus parabéns! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/02/2006 - Página 2556