Discurso durante a 11ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Juscelino Kubitschek de Oliveira, pela passagem dos 50 anos de sua posse como Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil.

Autor
Demóstenes Torres (PFL - Partido da Frente Liberal/GO)
Nome completo: Demóstenes Lazaro Xavier Torres
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Juscelino Kubitschek de Oliveira, pela passagem dos 50 anos de sua posse como Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 01/02/2006 - Página 2559
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Renan Calheiros, Sr. Governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, Srs. Representantes da Família do Presidente Juscelino Kubitschek, Srªs e Srs. Senadores, Senhoras e Senhores, falar de Juscelino Kubitschek, como todos aqui já puderam compreender, é uma tarefa até certo ponto fácil, por ser um político com tantas características favoráveis, um homem com experiência de vida riquíssima, com a administração modelar e que acabou inspirando toda uma leva de políticos no Brasil. Falar de JK é uma tarefa aparentemente fácil, porque, na realidade, todos aqui já disseram sobre quem era Juscelino Kubitschek. Mais que tudo, representava um estilo de fazer política, porque fazer política hoje se tornou algo pesado, algo carrancudo. O político é um homem sisudo. Não é aquele que tem a possibilidade de compreender a dor do ser humano.

Há até uma música muita famosa que Chico Buarque acabou gravando, segundo a qual: “A dor da gente não sai no jornal”. E Juscelino tinha essa capacidade de entender.

Sou novo no Senado. Tive a oportunidade de conviver com algumas pessoas que conviveram com JK. Mais que o Juscelino da televisão, mais que o Juscelino do cinema, existiu o Juscelino da vida real, o Juscelino cativante, o Juscelino expressivo, o homem que tinha o sorriso no rosto e, mais do que o sorriso, tinha a alma do brasileiro expressa no seu semblante.

Juscelino foi um vencedor porque mais do que se preparar para ser um vencedor ele se preparou para ser um homem comum. E é isso que nós políticos do Brasil deveríamos entender.

Juscelino teve a capacidade de compreender que havia dois países dentro de um mesmo País, e teve a capacidade de mudar a rota de desenvolvimento para fazer com que esse Brasil atrasado se aproximasse do Brasil desenvolvido.

Juscelino era um homem cordial, um homem que Sérgio Buarque de Holanda certamente não se inspirou nele, até porque a edição é anterior, mas era um homem que representava o Brasil, representava o brasileiro. Aqui nós temos um grande administrador na Mesa, mais que um grande administrador, na ativa, o Governador Joaquim Roriz. Tenho certeza de que ele se inspirou em muito do seu trabalho na obra administrativa de Juscelino Kubitschek.

Quero dizer a todas as senhoras e a todos os senhores: hoje o Brasil precisa de novo de um novo Juscelino Kubitschek, de um homem que vai fazer este País voltar à sua vocação; que não teve medo de enfrentar a inflação, a Oposição; que passou por algumas tentativas de golpe militar, mas que foi capaz de perdoar.

Juscelino era um grande administrador, porque era também um político que sabia unir. O Senador Antonio Carlos Magalhães, certa feita, teve oportunidade de me relatar que Juscelino, quando perdeu o mandato, estava em uma situação muito delicada. Quase sempre quem vem depois quer desfazer a obra do que esteve anteriormente ocupando aquele posto. E tentaram isso com JK. Tentaram, mas não conseguiram, porque hoje aqueles que o detrataram estão esquecidos. E Juscelino está permanentemente na memória do brasileiro.

Mas o Senador Antonio Carlos Magalhães dizia que, naquele momento difícil, fora um dos poucos que puderam consolar o Presidente. Ele e a sua família sofreram muito. É claro que não podemos mais fazer com que Juscelino não tenha mágoas, até porque acredito que ele não tinha, pois era um homem muito grande para, apesar de todas as dificuldades, guardar esse sentimento. Mas se ele não pode hoje ouvir o que estamos falando, ao menos fisicamente, a sua família e os seus amigos tenham a certeza de que ele estará sempre presente no Brasil grande. Juscelino pregava o Brasil país do futuro, e hoje não precisamos mais do Brasil país do futuro. Nós precisamos do Brasil país do presente. Na realidade, nós precisamos de Juscelino Kubitschek. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/02/2006 - Página 2559