Pronunciamento de Arthur Virgílio em 07/02/2006
Discurso durante a 18ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Réplica ao pronunciamento do Senador Aloizio Mercadante sobre a situação do país.
- Autor
- Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
- Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
- Réplica ao pronunciamento do Senador Aloizio Mercadante sobre a situação do país.
- Aparteantes
- Heráclito Fortes.
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/02/2006 - Página 3415
- Assunto
- Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
- Indexação
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- CONTESTAÇÃO, DISCURSO, LIDER, GOVERNO, REFERENCIA, DADOS, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, INFERIORIDADE, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL.
- REITERAÇÃO, FALSIDADE, DOCUMENTO, PROPINA, FURNAS CENTRAIS ELETRICAS S/A (FURNAS), FALTA, RESPONSABILIDADE, TENTATIVA, INTIMIDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), DEFESA, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO.
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Para uma explicação pessoal. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, é deplorável o argumento de que se podem comparar alhos com bugalhos. É deplorável. Risco Brasil: hoje o Peru tem a metade do risco Brasil - o grande Peru. A Venezuela é assemelhada ao Brasil em matéria de risco.
É deplorável o outro argumento de que o Presidente Lula cresceu. O Presidente Lula cresceu como a economia da Argentina. Meramente repôs uma parte do muito que perdeu. A Argentina perdeu 22% do seu PIB em três anos desastrosos e não repôs ainda os 22% do passado. Demorará 10 anos para voltar ao ponto de partida. É exatamente o que ocorreu com o Presidente Lula, que antes estava num patamar razoável, não mais do que isso, e que agora volta para um patamar abaixo do razoável.
Fernando Henrique não estava tão popular em 1998, ficou entre 51% e 54% dos votos durante toda a campanha de 1998 e derrotou Lula como se derrota uma criança. O Presidente Lula não tem condição de se apresentar ao segundo turno porque perdeu a condição de ser candidato majoritário neste País.
Mas vou voltar à lista. Nós vimos, pela palavra prudente do Senador Aloizio Mercadante, que não há ninguém com verdadeira responsabilidade neste País capaz de avalizar essa lista absurda que procura enlamear algumas pessoas.
O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me concede um aparte?
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Se puder, com toda honra, Senador Heráclito Fortes.
O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Solicitei aparte ao Senador Aloizio Mercadante porque vi que S. Exª estava tentando fazer um discurso ponderado sobre a lista. S. Exª não quis me ouvir. Eu gostaria apenas de lembrar um fato, Senador Aloizio Mercadante e Senador Arthur Virgílio: consta da lista, como tendo recebido um valor x, o Deputado Ciro Nogueira Filho, do meu Estado. Vejam o absurdo: em 2002, o Deputado Ciro Nogueira Filho era do PFL e aparece na lista do PP, seu atual partido. Ou havia um pouco de profecia ou de maldade e perversidade. Desde o primeiro momento em que vi o nome daquele Parlamentar, eu estranhei. Agora, está comprovado, Senador Aloizio Mercadante. Se a Polícia Federal, Senador Romeu Tuma, se alguém quer alguma prova para desqualificar essa lista, está aí. O Deputado Ciro Nogueira mudou de partido dois anos depois. Como, nessa lista, S. Exª já está no seu futuro partido se nem S. Exª mesmo sabia? Nesse fim de semana, S. Exª, aborrecido e abatido, conversando comigo a respeito, disse: “Mas, se nem eu sabia para onde ia, como consta meu nome aqui como parlamentar do PP?” É esse o argumento que queria dar a V. Exª, Senador Arthur Virgílio.
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador Heráclito Fortes.
Engato outra falsidade: o vice-Governador de Santa Catarina e hoje Deputado Paulo Bauer, do PSDB, pertencia ao PFL. Na lista, S. Exª aparece como Deputado e, à época, era vice-Governador. Eu não me espanto se essa lista tiver tido a firma reconhecida em algum feriado, em algum sábado, em algum domingo. É bom até checarmos. Eu não me espanto se essa coincidência feliz tiver acontecido também.
O fato é que o Senador Aloizio Mercadante demonstrou que ninguém de responsabilidade neste Governo, só os irresponsáveis... Há petistas por trás disso sim, Senador Aloizio Mercante. Há o tal de Carceroni, que já tem um prefixo que o coloca perto do cárcere - Carceroni, o nome está sugerindo. Há um Deputado Estadual do PT que tem espalhado essa lista, e assume com clareza. Há um Deputado Estadual de Minas Gerais. Há petistas por trás disso. Não os responsáveis como V. Exª, que não assume que essa lista é verdadeira. Portanto, que ninguém se beneficie das fofocas em torno dela.
Não concordo com a idéia, Senador Antonio Carlos, de que o doleiro não pode ser ouvido. Quem supostamente viu o assassinato de que era acusado o General Newton Cruz, o assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten, foi o travesti e prostituto Polila. Foi no cais do porto, de madrugada. Ali não poderia estar Madre Teresa de Calcutá, só poderia estar Polila. Ou seja, o importante não é se o doleiro falou ou não, mas a consistência do que falou ou não falou, Senador Tasso Jereissati. A consistência do que falou ou não falou o Sr. Polila é que levou às barras dos tribunais o poderoso General Newton Cruz. Portanto, não é justo dizer que vamos, agora, estabelecer níveis de renda, níveis de escolaridade ou folha limpa para ouvir alguém que possa ter testemunhado um crime. Quero saber da consistência de quem denuncia. Essa é a diferença.
Outra diferença essencial finalmente - e já concluo -, é não nos conformarmos. Virá depor o Sr. Dimas Toledo, embora não haja razão técnica para isso, conforme bem asseverou o Sr. Osmar Serraglio. E virá depor o Sr. Duda Mendonça.
Quero fazer uma proposta clara. Falam tanto em “acordão”. Quero fazer uma proposta clara ao PT, ao Governo, à base do Governo: vamos fazer um “acordão” agora, na frente de todo mundo. Vamos convocar todo mundo que tenha contas a prestar neste País. Este é o único “acórdão” que a sociedade pode tolerar. Não há outro. Vamos chamar, então, todo mundo, com Cuba ou sem Cuba, todo mundo, para acabar de uma vez com essa idéia de que estamos aqui fazendo algo à revelia do que a Nação quer como limpeza de uma Nação que se sujou.
A aí, Senador, não se discute...
(Interrupção do som.)
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Não se discute tanto aqui a economia, tanto a educação, infelizmente, porque a grande verdade é que nunca se roubou tanto neste País.