Discurso durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Avaliação sobre o Governo do Presidente Lula. Considerações sobre a ética do Partido dos Trabalhadores. Questionamento sobre procedimento da operadora Vivo, de telefonia celular.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Avaliação sobre o Governo do Presidente Lula. Considerações sobre a ética do Partido dos Trabalhadores. Questionamento sobre procedimento da operadora Vivo, de telefonia celular.
Publicação
Publicação no DSF de 14/02/2006 - Página 4675
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • APOIO, DECLARAÇÃO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, FALTA, ETICA, ROUBO, DINHEIRO, SETOR PUBLICO, GOVERNO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ANEXAÇÃO, RESUMO, ENTREVISTA, NOTICIARIO, JORNAL, ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), LEITURA, TRECHO, ACUSAÇÃO, IRREGULARIDADE, CORRUPÇÃO, NECESSIDADE, MODERNIZAÇÃO, POLITICA NACIONAL.
  • CRITICA, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AMEAÇA, PROCESSO JUDICIAL, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, DESRESPEITO, LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
  • SOLIDARIEDADE, CIDADÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), RECLAMAÇÃO, RECEBIMENTO, TELEFONE CELULAR, MENSAGEM (MSG), PROPAGANDA, GOVERNO FEDERAL, ANTECIPAÇÃO, CAMPANHA, REELEIÇÃO.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB- AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nada além do que já se sabia. Isso foi o que afirmou em entrevista à imprensa o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso a propósito de declaração em que lembrou que a ética do PT é roubar.

Já se sabia, sim. A Nação inteira está cansada de saber. Afinal, foram horas e horas de TV Senado Brasil a dentro, mostrando ao povo brasileiro quem são os senhores que tomaram de assalto o dinheiro público.

O que Fernando Henrique disse virou um cavalo de batalha, mas, na verdade, é um Deus nos acuda. Os petistas com culpa correm como baratas tontas, saindo pelo ralo. “E agora, Luiz?, como vamos sair dessa?”

Sem pensar, o presidente do partido, Ricardo Berzoini, foi logo imaginando um processo contra o ex-Presidente. É provável, muito provável, que ele tenha agido do mesmo jeito atabalhoado, como naquela vez em que colocou os nonagenários nas filas do INSS, para que eles provassem que estavam vivos.

É lamentável, mas continua ocorrendo muita improvisação no grupo criado por Lula para governar o País. Berzoini, que não deu certo no Ministério da Previdência, virou presidente do PT. E, pelo visto, segue tropeçando...

É triste, mas é verdade. Por mais que o povo queira acreditar no Governo, não dá. Ainda bem que hoje faltam justos 320 dias para o fim dessa desastrada era Lula.

Em primeiro lugar, com o Governo colocado sob suspeição, eles vivem se escondendo de medo. Encafuam-se em portentosos cargos públicos e, quando aparece alguém, como Fernando Henrique, dizendo apenas a verdade, eles se fantasiam de Zorro. Ficariam mais autênticos travestidos naquela figura caricata do molenga Garcia e seu estragado pangaré.

Essa gente está equivocada. Eles ainda pensam - apesar de tantos mensalões por aí - que são soberanos com jeito de ditador e impacientam-se sempre que há manifestações de pessoas de bem. Ou quando a imprensa fala as coisas. Mandam logo buscar tesoura e rolha.

No episódio da bravata de Berzoini, agora eles que agüentem. Se pensam que falam de uma pessoa honrada, como FHC, supondo que falam com algum desses Dudas da vida, estão enganados! Redondamente.

Ontem, no Roda Viva, comprovou-se que a banda de cá não é de mentirinha. Saibam os senhores do outro lado da rua que aqui a seriedade prevalece.

Por isso, Sr. Presidente, estou anexando a este pronunciamento o noticiário do jornal O Estado de S. Paulo, com um resumo da entrevista de Fernando Henrique Cardoso.

Nela, ele informou aos maus avisados navegantes petistas, que vai pedir a exceção da verdade. Não será difícil juntar material para comprovar que acusações, todas sérias, existem à farta.”

Tudo será juntado e enviado ao eventual processo anunciado por Berzoini. Mais prova? É só pegar qualquer jornal do dia. Pego um, a Folha de S.Paulo. E ali está, no alto da primeira página:

“Empresa pagou material para Lula em 2002, afirma Buratti”.

É um trecho de depoimento feito no final da semana pelo advogado Rogério Buratti, em que afirmou que a empreiteira Leão Leão pagou material para a campanha do Presidente Lula em 2002. Buratti na época era vice-presidente do grupo Leão Leão.

Em anexo, o restante da entrevista do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso ao programa Roda Viva de ontem à noite.

Acrescento mais matérias publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo e concluo revivendo aqui a figura que ontem mencionei neste plenário: o inesquecível Stanislaw Ponte Preta, com sua criação FEBEAPA, o famoso Festival de Besteiras que Assola o País.

Hoje, era Lula, peço licença para parafrasear o saudoso Ponte Preta. Estamos mais do que nunca em tempos, já não tanto de FEBEAPA. Agora, é vez de mudar o B para C e dá na medida para avaliar o Governo Lula. Agora é FECEAP, o Festival de Corrupção que Assola o País.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o segundo assunto é para dizer que o sistema político brasileiro corre riscos de deslegitimização pela incapacidade de responder às demandas da sociedade e pela sua insistência em recorrer ao savacionismo.

Há, em conseqüência, urgente necessidade de modernização política no País, diante das modernas e exigentes formas de sociabilidade, hoje comuns e decorrentes das novas formas de comunicação, todas velozes, como a Internet.

Quem fez essas advertências, com observações corretas e à altura do momento foi o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, ontem em São Paulo.

São observações elevadas, colocadas por quem exerceu efetivamente o Governo do Brasil, todas válidas e que merecem reflexão.

Digo mais que “feliz é o povo” que já teve a sorte de ser conduzido em nível condizente com os modernos reclamos da sociedade. Para isso, é necessário ter, além de sólida formação cultural, descortino e apego ao trabalho de governar e não apenas de chegar ao poder.

Como ex-Presidente, com sua indiscutível autoridade e seu preparo intelectual e político, as lições de Fernando Henrique apontam para o risco do momento, em que o País amplia suas angústias, diante principalmente, como ele nota, dos episódios a que assistimos nos últimos meses e que são dramáticos, mas que deles retiramos lições ainda muito pequenas.

Por isso, Sr. Presidente, estou anexando a este breve relato a matéria publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, assinada pelo jornalista Carlos Marchi. É, na verdade, um documento de valor para que, em suas análises, o historiador de amanhã possa avaliar com mais facilidade e precisão o que terá sido o período que hoje vivemos.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o terceiro assunto é para dizer que se não bastasse o uso do Palácio do Planalto como comitê eleitoral petista, recebi esta manhã telefonema indignado de um cidadão de Saquarema, Estado do Rio de Janeiro, Sr. Paulo Willim Torres.

Segundo a denúncia, a operadora Vivo, de telefonia celular, está enviando aos seus assinantes mensagens intituladas torpedos, sugerindo que elas sejam abertas e lidas. Isso custa R$3,50.

Até aí, nada de mais. Só que o conteúdo desses torpedos é uma deslavada propaganda político-eleitoral de Lula.

O Paulo Torres, que assinou o celular para telefonar e receber chamadas telefônicas, estranha o procedimento e acrescenta que só ontem sua mulher recebeu seis mensagens desse tipo.

Ao questionar o procedimento, a operadora informou que o serviço é feito com base no noticiário das emissoras de televisão. Só que, como estranha o Paulo de Saquarema só dá notícia de inauguração de obras mencionando sempre o nome do Presidente Lula.

Indago à Anatel até que ponto essa propaganda é correta.

Há tempos, denunciei dessa tribuna outro abuso propagandístico do Planalto. A Secretaria do Ministro Gushiken passou a imprimir um boletim dito noticioso, mas apenas com informações dirigidas ou com o propósito de exaltar o Governo. Reclamei e disse que não pretendia que o Planalto continuasse enviando esse “Pravda” para minha residência.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

 

*********************************************************************************

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

*********************************************************************************

Matérias referidas:

“Várias matérias de jornais.”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/02/2006 - Página 4675