Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Aplausos à reportagem do jornal Correio Braziliense do último domingo, intitulada "Da era caipira à industrialização".

Autor
Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Ramez Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Aplausos à reportagem do jornal Correio Braziliense do último domingo, intitulada "Da era caipira à industrialização".
Publicação
Publicação no DSF de 15/02/2006 - Página 4740
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), ASSUNTO, INDUSTRIALIZAÇÃO, REGIÃO CENTRO OESTE, ENTREVISTA, INDUSTRIAL, AUTORIDADE, SOLIDARIEDADE, POPULAÇÃO, EXPECTATIVA, REFORMA TRIBUTARIA, SEGURANÇA, INVESTIMENTO, CAPITAL ESTRANGEIRO, APOIO, GOVERNO, QUALIFICAÇÃO, MÃO DE OBRA.
  • REGISTRO, DADOS, CRESCIMENTO ECONOMICO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), ESTADO DE GOIAS (GO), DISTRITO FEDERAL (DF), ELOGIO, INICIATIVA PRIVADA, INDEPENDENCIA, ATUAÇÃO, GOVERNO.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Senador Antero Paes de Barros, vou me dirigir a V. Exª porque o que me traz à tribuna hoje, é um trabalho publicado em suplemento especial do Correio Braziliense, edição de domingo, sobre a nossa região; coincidentemente V. Exª, que tão bem representa Mato Grosso e também o Centro-Oeste, preside nossos trabalhos.

Vim à tribuna para fazer com que essa edição especial fosse ressaltada e constasse nos Anais do Senado da República, porque ele representa um estímulo, um incentivo, a todos nós que pertencemos à Região Centro-Oeste. Basta ver que a edição começa mostrando uma fotografia da Kleper Weber, indústria recentemente instalada na capital do meu Estado, responsável pela construção de armazéns e que exporta esses armazéns para o mundo inteiro, que tem o seguinte título: “Da era caipira à industrialização”.

Tenho orgulho de ser da era caipira, de representar o sonho daqueles que acreditavam e continuam acreditando que estamos partindo para o cenário da efetiva industrialização do Centro-Oeste.

Para fazer a reportagem, o Correio Braziliense, foi à nossa região. Não há entrevistas dos Senadores, não há opinião de Deputados Federais; há opinião de pessoas que lá estão instaladas e que acreditam na Região Centro-Oeste. Há depoimentos de industriais de Goiás, do seu Estado - Mato Grosso -, do Distrito Federal e de Mato Grosso do Sul.

Essa reportagem demonstra que a nossa região, apesar de tudo, apesar dos poucos investimentos do Poder Público federal, cresceu quase duas vezes mais do que a média nacional.

A reportagem diz:

E o melhor: em vez de ficar dependente do setor agropecuário, o Distrito Federal e os três Estados que formam o coração do Brasil estão se ancorando no desenvolvimento industrial. Em cidades pequenas, como a sul-mato-grossense Água Clara e...[ Água Clara é uma cidade pequenininha, Presidente Antero Paes de Barros, é uma cidade que está nascendo agora, emancipada recentemente, tem poucos anos de emancipação política e administrativa ]... e Três Lagoas [que é a minha cidade] há até investimentos estrangeiros:...

Quero dizer que em nossa região há uma esperança muito grande. Falta apenas o Governo Federal dar um empurrão. Falta apenas termos segurança jurídica. Falta apenas completarmos a reforma tributária. Não tenho dúvida de que será concretizado o investimento da International Paper, que o Correio Braziliense afirma que deverá construir a maior fábrica de papel e celulose da América Latina.

O investimento - pasmem todos aqueles que têm dúvida sobre o progresso dessa região - será da ordem de 1,7.bilhão de dólares.

O que me deixa satisfeito, feliz, ao ler nessa reportagem, Sr. Presidente, não é o fato de eles terem ido lá e ouvido a Prefeita de Três Lagoas, a Simone, que é minha filha, mas o fato de terem ido até Aparecida do Taboado e terem entrevistado um filho daquela cidade, Albenah Garcia Filho, proprietário da Frango Ouro, que, em lúcido depoimento, declarou que o que perturba a nossa região é o custo dos impostos.

É verdade, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores. A reforma tributária é mais que indispensável para alavancar o progresso de todo o Brasil, para ajudar no crescimento do País. Nós estamos andando graças ao esforço da nossa sociedade, daqueles que crêem no Brasil, daqueles que não estão esperando ações do Governo, daqueles que estão impulsionando toda a Região Centro-Oeste.

Com relação ao meu Mato Grosso do Sul, a reportagem, além de citar Três Lagoas, Água Clara, Aparecida do Taboado e Paranaíba, fala de Selvíria, fala de Cassilândia, fala da capital do Estado. Diz, por exemplo, que o Mato Grosso de V. Exª, Sr. Presidente, cresceu 275%! Isso me surpreende, Senador Antero Paes de Barros! Pode não surpreender V. Exª, que mora naquela região e a defende aqui no Senado da República. O meu Mato Grosso do Sul cresceu 116%!

A reportagem cita a cidade de Anápolis, que foi porteira para a construção de Brasília. Cita as indústrias que estão no Estado de Goiás, como a Perdigão, a Probel, a Sadia e tantas outras. Cita até a Hyundai, que é uma indústria automobilística. Fala da nossa Brasília, não dos 45 anos, mas de Brasília como potência econômica nacional, irradiando o progresso e o desenvolvimento para todos os lados. Fala de Brasília, inclusive, como campeã de qualidade de vida do nosso País.

Então, venho a esta tribuna para dizer que temos o direito de continuar sonhando, porque pertencemos à Região, esteja o Governo como estiver.

Ontem, estive aqui nesta tribuna para me queixar dos poucos investimentos do Governo Federal lá no meu Mato Grosso do Sul, em comparação com outras Unidades da Federação. O Governo Federal praticava uma grande injustiça com o Estado de Mato Grosso do Sul - e é verdade -, mas estamos avançando no sonho daqueles que acreditam, disso não tenho a menor dúvida, porque atesto, inclusive no meu torrão natal, as inúmeras indústrias que para lá acorreram. Posso citar o nome de algumas - por exemplo, a Indústria Mabel e várias indústrias têxteis estão acreditando no crescimento industrial do Estado de Mato Grosso do Sul.

Assim, Sr. Presidente, seria difícil para mim deixar de comparecer a esta tribuna para, encarecidamente, fazer este pedido. Sei que não dá para transcrever, mas chamo a atenção dos habitantes do Centro-Oeste, chamo a atenção de nós mesmos que aqui nesta Casa representamos o Centro-Oeste, para darmos uma olhada neste suplemento do Correio Braziliense, que mostra as potencialidades da nossa Região, a grandeza do Centro-Oeste.

Permita-me dizer a V. Exª que muitos dos sonhos estão mesmo se tornando realidade. Recordo-me quando, em 1987, fui designado para a Presidência da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste - Sudeco. Como a Sudene, ela deixou de existir. Falam que vai ser recriada, mas isso não está acontecendo, por mais esforço que os representantes desta Região façam aqui no Congresso Nacional.

Quando estive na Sudeco, passei a ter a visão ampliada. Eu, que enxergava só a minha querida Três Lagoas, que só enxergava o meu Estado, passei a ter uma visão maior, uma visão panorâmica do Centro-Oeste. Muito do que nós imaginávamos acontecer está hoje acontecendo - volto a repetir -, tendo a sociedade como mola propulsora, tendo empresários brasileiros que acreditam, que enfrentam uma pesada carga tributária com essa e, mesmo assim, continuam a investir e acreditar no progresso e no desenvolvimento do Brasil, especialmente da Região Centro-Oeste.

Tenho sorte, Sr. Presidente. Gostaria de falar mais, mas sei que há muitos oradores inscritos. Já me sinto reconfortado por ver esta sessão presidida por V. Exª e sei que vamos dar um jeito de deixar aqui, pelo menos resumidamente, esta reportagem que acredito mostre a realidade do Centro-Oeste, ao mesmo tempo em que é um alerta. Por que fala “da era caipira à industrialização”? O que está faltando para nós, além de incentivos e da reforma tributária à altura, como eu já falei? Em muitos depoimentos aqui dados, fala-se que precisamos qualificar a nossa mão-de-obra. Isso são recursos do FAT.

Termino, fazendo um apelo ao Governo Federal: envie recursos para a qualificação da mão-de-obra do meu Estado, do Estado de V. Exª, Sr. Presidente, de Goiás, do Distrito Federal, em suma, do nosso Centro-Oeste.

Haverá uma maneira, Sr. Presidente, creio, de deixar aqui registrada esta matéria, pelo menos resumidamente.

Receba o Correio Braziliense o meu abraço, a nossa saudação, por estar preocupado com o desenvolvimento desta Região, que, segundo a própria edição especial, representa o coração do Brasil.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR RAMEZ TEBET EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, Inciso I e o § 2º do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Da era caipira à industrialização” (Correio Braziliense)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/02/2006 - Página 4740